“Você vive hoje uma vida
que gostaria de viver por toda a eternidade?”
[Nietzsche]
Depois de tantos
textos é difícil saber sobre o que não escrevi.
Não sei se já
falei sobre o episódio da série 2 Homens e Meio em que Allan
tem a oportunidade de não se preocupar com mais nada referente a falta de tempo
ou dinheiro.
Ele chega todo
animado em casa e diz a Charlie:
“Agora só vou cuidar de eu mesmo!”
Depois de pouco
tempo Allan está muito entediado sente saudades da sua vida de “correria”.
Allan
– Como você consegue ficar tanto tempo sem fazer nada, só cuidando de si mesmo.
Charlie – Está vendo! Isso é uma arte e as pessoas pensam
que é fácil.
😆😆
Allan
– É difícil?
Charlie – Allan, Allan, para eu é fácil porque sou assim,
mas você é diferente, se insistir em ficar no ócio irá se destruir, ficar
deprimido
Retorne a sua antiga vida.
Eu gosto de viver
aqui na Terra até porque não sei como é viver em outro planeta [ou outra dimensão].
Se temos saúde e alguma razoável fonte de
renda tudo se ajeita, a vida é múltipla para múltiplos gostos.
Eu sou mais para
Charlie, tenho uma incrível capacidade de não fazer nada.
Eu sinto que
poderia ficar sem fazer nada por centenas de anos.
Calma! O meu nada
não é ficar sentado ou deitado em um lugar qualquer olhando para as paredes ...
por isso comprei uma boa TV e um bom computador.
Falando mais
“sério”, a TV e o Computador não são apenas um chiste, quando estou em casa
realmente passo bastante tempo olhando para uma tela.
Quando estou de
férias fico sem comer até sentir fome, sem regras, sem horários fixos.
Nos mercados tem
tantos alimentos, tantos sabores, não dá para enjoar de comer, sempre tem
aquele alimento que faz tempo que você não come, agora mesmo deu vontade de
comer um saboroso abacate, faz tempo que não como.
Nas Férias fico
acordado até sentir sono e dormir é delicioso, não tenho como enjoar.
Tudo isso
independente de tempo, nas férias é como se o tempo não existisse, posso passar
a noite em claro assistindo filmes e dormir das 10 até as 17 horas.
Arrumo a cozinha,
limpo a casa, faço caminhada, faço exercícios, levo as crianças na escola,
converso com minha esposa, faço compras, escrevo, leio, debato, contemplo a
paisagem... ufa!
É um nada tão
gostoso.
Até
pouco tempo atrás eu acreditava que por melhor que a vida fosse a gente acabava
enjoando de viver.
Hoje acho que
enjoamos é de ter excesso de problemas, enjoamos de uma vida de sofrimento.
Se bem que tem
muitos que cultuam o sofrimento, gostam dele, consideram o sofrimento uma
grande benção que lhes trará um lugar melhor em um Céu... não sou desse tipo de
gente.
Eu não cultuo o
sofrimento não o tenho como uma “benção” então pulemos essa parte.
É impossível não
termos nenhum problema, eles fazem parte da vida, criam aquela diferença de potencial que é uma das dinâmicas do Universo.
No meu caso se os
problemas não são muitos ou graves a vida fica bastante agradável com suas
cores, sons, sabores, diferentes formas, diferentes tipos de humanos.
Se vivêssemos por
mais tempo, digamos 200 anos ou mais a partir dos primeiros 100 anos seria
muito satisfatório.
Com 100 anos já
nos conheceríamos muito bem e a vida seria gostosa com muito trabalho e
responsabilidade para pessoas como Allan e de muita contemplação para pessoas
como o Charlie.
Como não vivemos
200 anos devemos nos adaptar aos cerca de 60 que vivemos.
Até os 30 é tempo
de “envelhecer rápido”, se conhecer, adquirir experiência para dos 30 anos em diante
rejuvenescermos nossa alma uma vida satisfatória de trabalho ou contemplação,
claro que uma coisa não exclui a outra e pensando em 3D as possibilidades são
infinitas, descubra o que é possível fazer de sua vida.
Procure ajustar
sua vida para esta provocação de Nietzsche:
“Você vive hoje uma vida que
gostaria de viver por toda a eternidade?”
Quem sabe a
eternidade aconteça, se não acontecer... CARPE DIEM!
Que a vida seja eterna enquanto dure.
___________________________