segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Regime Militar Governo de Esquerda






 
Foi durante o regime militar (1964-1985) que a estatização da economia experimentou seu maior incremento, com a criação pelos governos federal e estaduais de grande número de empresas estatais, que, por sua vez, criavam subsidiárias.
  Isso tornava difícil quantificar seu número exato, sendo certo que se aproximavam de 500.”
  Tais empresas atuavam em setores estratégicos, mas também em áreas de menor importância como hotelaria e supermercados.
  Chegou-se ao extremo de se criar uma empresa estatal para realizar apenas uma obra: a construção da Ponte Rio-Niterói.
  O grande objetivo que circundava as criações de estatais pelos militares era o de aumentar o nacionalismo no país.
[Wikipédia]



Vejam que interessante:


  “O Governo Federal, por meio de assembleia ministrada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) constituiu a criação de uma empresa estatal (ETAV) para representar os interesses do governo no planejamento e desenvolvimento do projeto do trem-bala que ligará Campinas (SP) a São Paulo e Rio de Janeiro.”
[Transporta Brasil - 2012]


  
O Regime Militar criou uma estatal só para fazer a ponte Rio-Niterói.
  O Regime Petista criou uma estatal só para fazer o Trem Bala.

  Os tempos são outros Dilma e Lula concentram menos poder, não conseguiram a hegemonia de um Hugo Chávez, mas fica claro que tentaram implantar um Governo de Esquerda "pelo menos" nos moldes dos militares.

  Os Militares permitiam empresas privadas, mas os melhores financiamentos iam para os empresários alinhados com o regime.
  O PT cria estatais e na iniciativa privada as melhores oportunidades são oferecidas aos "Campeões Nacionais". 

  "O governo escolhe algumas empresas – as campeãs nacionais. Franqueia facilidades a essas empresas. 
  Em geral, contratos milionários com estatais ou empréstimos camaradas de bancos do governo. 
  Parte do dinheiro, invariavelmente, sai do Tesouro – do contribuinte. 
  Em troca, as campeãs nacionais financiam as campanhas do governo, que assim se perpetua no poder."
[Revista Época]


  O Brasil teve uma ditadura militar de “Centro Esquerda”.
  Você dúvida?


  “Milagre econômico brasileiro é a denominação dada à época de excepcional crescimento econômico durante o Regime Militar no Brasil, entre 1968 e 1973.
  A taxa de crescimento do PIB chegou a 14% ao ano em 1973.
  Durante o milagre instaurou-se um pensamento ufanista de "Brasil potência", que se evidenciou com a conquista da terceira Copa do Mundo em 1970 no México, quando se criou o mote: "Brasil, ame-o ou deixe-o".
[Wikipédia]

  Interessante que os militares fizeram em 70 o que a China faz hoje, um “Capitalismo de Estado”.
  O “milagre econômico” no Brasil funcionou enquanto tinha muitos camponeses miseráveis para migrar para as cidades.
  Durante o milagre, a alta nas bolsas de valores brasileiras iniciada ao final da década de 1960 resultou em um clima de euforia generalizada – incentivado por canções como “Pra frente Brasil.”
  O período do milagre econômico foi o que gerou maior crescimento econômico desde a Proclamação da República.
  Mas foi um voo de galinha.
  O governo militar estatizou demais e isso é ineficiente.
  
  Muitos dizem que o governo militar foi uma ditadura de direita, isso não resiste a nenhuma análise lógica.
  A direita prega o liberalismo econômico que prega a intervenção mínima do Estado na economia.
  Quem prega a estatização da economia é a esquerda que prega o comunismo/socialismo.

  Podemos tranquilamente classificar o período militar como centro esquerda... isso no mínimo.

  Não no sentido clássico de uma apologia a Marx, inclusive os militares combatiam o comunismo, mas lembre-se que Hitler também combatia o comunismo.
 Comunismo após a Revolução Russa virou sinônimo de URSS/ Josef Stalin.
  Hitler preferia se auto denominar socialista temendo que Stalin avançasse sobre a Alemanha sob a bandeira do Comunismo.

  Os militares brasileiros não gostavam nem dessa “suavização do termo comunista” o maquiando de Socialismo, no entanto o Totalitarismo era o mesmo.

  Porque os militares não se assumiram de esquerda nós os classificamos de direita!?

  Que eu me lembre não tem nenhum registro histórico dos militares se dizendo "liberais" (de direita).
  Mas vamos dizer que algum general que chegou a presidência se dissesse de direita.
  Então suas ações não eram compatíveis com seus ideais.

  É como aqueles caras que dizem que respeitam as mulheres, depois ficamos sabendo que batem na companheira.
  Devemos classifica-los pelo que eles falam ou como agem?


a) Os militares estatizaram numa proporção que nenhum governo de direita faria.

b) Censuraram a imprensa de uma maneira que nenhum governo que respeita Liberdade de expressão faria.

c) Quem falava contra o regime era preso como subversivo ou expulso, coisa de regime totalitário.

  Com o General Figueiredo (Governou de 1979 a Março de 1985) começamos a sair um pouco da esquerda nos posicionando mais ao centro, mas dizer que algum dia tivemos governo de direita não tem fundamento histórico.


  No ano de 1979 ocorreu a primeira greve dos Metalúrgicos do ABC.

  Em 1980 Lula ficou pouco mais de 1 mês preso preventivamente em consequência de sua participação no comando de greve.
  Em 20 de maio de 1980, Lula teve sua prisão preventiva revogada.
  Julgado pela Justiça Militar em novembro de 1981, recebeu a pena de 3 anos e 6 meses de prisão.
  Posteriormente, o Superior Tribunal Militar anulou o processo.

  Tudo isso ocorreu no Governo Figueiredo.
  Se fosse um General linha dura de certo Lula cumpriria os 3 anos e 6 meses de prisão.
  Em um regime mais linha dura pegaria e cumpriria uma pena muito maior ou coisa pior.

  “Líder da oposição na Venezuela é condenado a quase 14 anos de prisão.
  Leopoldo López foi acusado de incitação à violência, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha.
  Economista está preso há um ano e meio.”
 [G1- Globo 2015]



  A ditadura prendia e torturava quem se atrevesse a lutar contra o regime.

  


  Depois do Governo Militar a liberdade de expressão aflorou.
  Não posso dizer que sei o que é censura imposta por um Governo militar ou civil.
  Minha geração viveu e vive grande liberdade.
  Nos Governos civis, as críticas a Sarney, depois Collor chegando a Itamar e Fernando Henrique podiam ser feitas por qualquer cidadão, não houve nenhuma repressão por conta disso.

  Depois de adulto, conhecendo o Capitalismo (por estudo próprio) cheguei à conclusão que na minha escola tinha uma apologia ao socialismo, evidente que na época eu não tinha essa percepção.
  Lembro de vários professores dizendo tudo que tinha de nefasto no Capitalismo que era sinônimo do imperialismo americano.
  URSS era tida como um caminho a ser seguido por toda humanidade.
  
  Enfim...

  Depois de Figueiredo aquela estatização desenfreada parou.
  Com Fernando Henrique chegamos a fazer privatizações importantes Vale, Telebrás, Embratel, Embraer ...
  Acreditei que nós manteríamos pelo menos no centro.
  O governo FHC foi uma esquerda bem flexível eu o classificaria de centro.
  Lula e José Serra eram os postulantes ao cargo, prometiam não mudar substancialmente as diretrizes econômicas e políticas.

  Votei no Lula em 2002.
  No primeiro mandato "parecia" tudo bem.
  Porém veio a tona o Mensalão, grande decepção.

  Além dos petistas transformarem as estatais em balcão de negócios escusos ainda criaram mais 8 estatais em 10 anos de governo.

  Não conseguiram cercear nossa liberdade de expressão, mas não foi por falta de tentar.
  Quem fala contra o regime é retrógrado, coxinha, traidor da pátria, entreguista ... e por aí vai.
  Tem professor da USP dizendo que quem é de direita tem que ser fuzilado.

  Definitivamente nunca tivemos um governo de Direita, você não acha que depois de tanto tempo deveríamos experimentar?

  O Capitalismo/Direita deu certo em muitos povos enquanto o Comunismo/Esquerda não deu certo em nenhum.

  Não confunda esse “dar certo” com ser perfeito, eficiência existe, perfeição não.


China Maravilha

















________________________________________


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Meta de Inflação

 

  “Lenin disse que a melhor forma de destruir o sistema Capitalista era corromper o dinheiro.

  Por um processo contínuo de inflação, governos podem confiscar, sem serem observados, uma parte importante da riqueza de seus cidadãos; Lenin tinha razão.”

[John Maynard Keynes]

 

 

 

  Lenin tinha como objetivo combater o Capitalismo, para isso foi importante conhecer seu funcionamento.

 
Eu quero que você conheça o Capitalismo, para fazer bom proveito dele.

  Antes, os pensamentos em geral carregam algum exagero para chamar atenção.
  A inflação não destrói o Capitalismo, o torna menos eficiente se o objetivo é melhorar o IDH da nação.
  Melhorar o IDH é (ou deveria ser) o objetivo de todo e qualquer Governo.

  Separei alguns comentários.



 😠 “Inflação alta não é tão importante, é sensacionalismo, terrorismo da mídia”.

[Comentarista]

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

  Menos né!

  Para entender a inflação é preciso conhecer o básico de como surgiram as moedas e depois o papel moeda.

 

 “Como surgiu o dinheiro?

  A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em sociedade.

  Ao longo da história, os mais diversos artigos foram usados com essa finalidade, como o chocolate entre os astecas, o bacalhau seco entre os noruegueses da Idade Média e mulheres escravizadas entre os antigos irlandeses.

  Já a criação de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo Estado coube aos gregos do século VII a.C. “Foi uma invenção revolucionária.

  A moeda metálica facilitou o acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis de fazer quando os valores eram contados em bois ou imóveis”

  A França foi uma das pioneiras no uso de papel-moeda, mas a primeira tentativa de implantá-lo, em 1716, foi abaixo quando descobriram que as notas emitidas equivaliam a mais que o dobro do ouro presente no país.

[Superinteressante]

 

   Resumindo ao mínimo possível:

 

   O dinheiro em si não significa nada, ele apenas representa um produto ou serviço.

  Imagine que o Brasil todo produz 1000 reais em bens e serviços anualmente.

  Para tornar didático vamos reduzir tudo a bananas.

  A França tinha o “padrão ouro”, vamos imaginar o “padrão banana”.

 

  Conseguimos produzir 1000 bananas então emitimos 1000 cédulas de 1 real.

  Todo papel moeda circulante é de 1000 reais compatível com nosso PIB, produto interno de bananas.

  Como o Governo tem a primazia de imprimir dinheiro ele coloca na economia 1100 reais.

  Isso geralmente acontece porque gastou mais dinheiro do que arrecadou em impostos e a solução é fazer empréstimos ou imprimir dinheiro.

  Como há mais cédulas em circulação do que há bananas para comprar, se todo mundo quiser comprar banana não vai ter.

  Se tem muita gente querendo comprar bananas e falta bananas, o agricultor sobe o preço, vende para quem lhe pagar mais.

  É algo natural em nosso comportamento.

 

  Duas empresas estão interessadas em você, as condições de trabalho são as mesmas, mas a empresa Acme oferece salário 10% maior, sua opção é óbvia.

 

  Uma solução para que os preços não subam é aumentar a produtividade, mas isso é um processo lento enquanto imprimir dinheiro é rápido e fácil.

 

 

  A inflação nada mais é que o desequilíbrio das contas, os sintomas de que algo não está bem.

  O Governo está fazendo muitos empréstimos ou imprimindo dinheiro sem LASTRO.

 

  Imprime cédulas sem o aumento correspondente da produtividade.

  É como a febre.

  Nossa temperatura média é 37 graus, qualquer coisa acima é sinal de alguma irregularidade e quanto mais febre mais grave é a doença ...que podem ser inúmeras.

  Se nossa temperatura baixar de 37 graus também não é bom, podemos ficar com hipotermia.

  Na linguagem econômica seria a deflação que se for prolongada é um mal sinal, mau sintoma.

  Por isso, a função de um Banco Central é ter metas que mantenham a atividade econômica e de consumo nos “37 graus”.

 

 

 


 👨 "Eu sinceramente não sei o que é inflação.

  Se eu tenho um produto que vendia por R $3,00 e quero vender por R $3,30, onde vou arranjar um cliente disposto a pagar 10% mais caro.

  E se eu encontrar o cliente disposto a pagar a inflação, como é que o Ministro da Fazenda vai saber que ele precisa imprimir mais R $0,30 de moeda?

  Supondo que o ele tenha uma bola de cristal chamado IBGE, como esse dinheiro vai chegar na mão do cliente para que a inflação seja realizada?

[Frank Hosaka]

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

  Se apenas você sobe o produto em 30 centavos tem que ter algum motivo (seu produto ou serviço tem algo a mais) ou as pessoas “que pesquisam” irão comprar em outro lugar.

  Se seu produto é pão (só um exemplo).

  Com a alta do Dólar o trigo fica mais caro para todos e todos que produzem pão irão reajustar o preço.

  O consumidor paga o preço ou fica sem pão.

  A inflação do preço do pão é um "sintoma" de que algo não vai bem em sua cadeia produtiva.

  Nesse caso o que não vai bem é que importamos muito trigo e seu preço é em dólar.

 

 

 

 



 

👨 “Vamos supor que o trigo é importado, vamos supor que o dólar subiu, vamos supor que tecnologia é a mesma para fabricar pão em todas as padarias, vamos supor que apenas 10 pessoas consumam o pão, vamos supor que o custo do pão foi para 10%, vamos supor que metade dos clientes vão desistir do pão, então, quanto dinheiro o Ministro da Fazenda tem que imprimir para realizar a inflação e não deixar que o sistema capitalista entre em colapso?”

[Frank Hosaka]

:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

  Pesquise como funcionam as projeções meteorológicas e talvez perceba a complexidade de alguns sistemas.

 

  A princípio a Casa da Moeda não deve produzir dinheiro a não ser para reposição das notas que estão muito desgastadas.

  O Governo fazer empréstimos deve ser evitado ao máximo.

  É sempre interessante que as contas do Estado apresente superávit.

 

  Economistas analisam dezenas de índices.

  Inflação, desemprego, endividamento das famílias, projeção do PIB, situação dos países compradores, preço das Commodities...

  Emitir ou não emitir moeda é uma decisão sempre muito difícil.

  (Para bons administradores, porque para populistas é fácil, fácil.)

 

 

  Claro que isso não é para amadores e nenhuma projeção é 100% confiável devido ao número infinito de variáveis.

 

  A meteorologia projetava que iria chover aqui em Campinas só na segunda-feira, mas desde ontem à noite caiu um bom volume de chuvas, bom acontecimento (estávamos em uma longa estiagem).

 

  Nossos economistas projetavam que perderíamos o grau de investimento em 2016, mas ocorreu antes, mau acontecimento.

 

  Pela complexidade de administrar uma nação os americanos escolhem presidentes e outros políticos com alto grau de ensino, de preferência nas melhores Universidades.

 

  Obama se formou em Harvard.

  George Bush em Yale e Harvard

  Bill Clinton, Universidade de Georgetown e Universidade de Oxford.

  Aqui Lula .... sem comentários.

  Dilma mentiu sobre um doutorado na Unicamp.

 

  Se bem que se formar nas melhores Universidades Brasileiras chega a ser preocupante, a ideologia comunista/socialista impera.

 

  É interessante que o Governante tenha alguma vivência nos países desenvolvidos.

  Ninguém é obrigado a saber dirigir um ônibus... a não ser o motorista.

 

  Mais uma vez destaco a importância do voto facultativo.

 

  Se o cidadão não se interessa por política e economia deve ser livre para não participar.

  Os que se interessam provavelmente escolheriam pessoas mais gabaritadas para os cargos políticos, a qualidade da administração melhoraria bastante.

 

 

 

                    

  Inflação alta é ruim para qualquer nação, seu efeito pior é nas camadas mais pobres porque aumenta a concentração de renda.
  Um exemplo bem tosco:
  Eu ganho 1500, você ganha 3000.
  Para arcar com as despesas mínimas básicas cada um de nós gasta 1500 reais (agua, luz, supermercado, escola, telefonia, moradia).
  Com uma inflação de 10% ao mês (para facilitar os cálculos):
  Tanto para eu quanto para você até o final do mês os 1500 valerão 1350.
  A diferença é que eu obrigatoriamente gastei tudo, a inflação corroeu minha renda em 150 reais.
  Você teve a possibilidade de colocar 1500 reais em alguma aplicação que te protegeu da Inflação e proporcionou até algum ganho com juros.
  
 Sendo nós dois igualmente ajuizados com as finanças, você por ganhar mais já se distanciaria da minha renda naturalmente.
  Estudou mais, deu mais sorte na vida, é mais competente que eu, nasceu em família melhor ... não importa, é normal que quem ganha mais e “tem juízo” acumule mais capital.
  A parte “injusta” é que a inflação te dá uma força a mais.
  Eu ganho 1500 e tenho 150 reais corroídos.
 Você ganha 3000 e tem 150 reais corroídos!!
 E com capacidade de poupar pode conseguir retorno de algum investimento.

Resumo:

 A inflação pode ter uma causa monetária impressão de dinheiro pelo governo, endividamento excessivo.

 Pode ter causas psicológicas, agentes ajustam o preço porque acham que outros também irão ajustar.

  Pode ter uma causa real, desajuste entre a oferta e a demanda por bens e serviços."





  
Um pouco de historia recente...      



                                                

                

  Nenhum presidente reduziu mais a inflação que Fernando Henrique Cardoso.

 

 

  Não ensinam isso em nossas escolas, mas se pesquisar no Google fica fácil.
  Não acreditem em mim, pesquisem!

  "O MAIS AMBICIOSO E DRÁSTICO PLANO ECONÔMICO PARA VENCER A INFLAÇÃO.”
  Foi assim anunciado o famoso plano Collor I, lançado em 1990 pelo presidente Fernando Collor de Mello.
  A medida alterou mais uma vez a moeda (que voltou a ser chamada cruzeiro) e ordenou o confisco dos valores superiores a 50 cruzeiros em cadernetas de poupança e contas correntes de todos os brasileiros por 18 meses.
  O então presidente ainda lançou o Collor II, tão infrutífero quanto o primeiro.
  Após o impeachment de Collor, os índices de inflação beiraram o absurdo.
  EM 1993, JÁ SOB A GESTÃO DE ITAMAR FRANCO, A MARCA CHEGOU A ATINGIR 2.708% AO ANO.
  Em 1994, a estratégia traçada pelo ministro da Fazenda e futuro presidente Fernando Henrique Cardoso desenvolvendo o Plano Real mostrou-se eficaz.”

a) Em 2001 o índice de inflação estava em 7,6.

b) Em 2002 com a grande possibilidade do PT chegar ao poder e dizendo que iria dar calote na dívida o índice subiu para 12,53.

  Depois da carta de Lula dizendo que iria honrar os contratos e trazendo o Capitalista Henrique Meirelles para seu Governo:

  “Henrique de Campos Meirelles é um executivo do setor financeiro brasileiro e internacional, ex-presidente do Banco Central do Brasil. Permaneceu no cargo entre 2003 e 2011”

  c) Em 2003 a inflação recuou para 9,3.

  Como as bases econômicas lançadas por FHC no Plano Real não foram alteradas em sua essência, os resultados continuaram positivos.

  Observem que no pior cenário FHC reduziu a inflação de 2708% para 12%.

  Um feito para poucos, confesso que nem eu acreditava que algum dia o Brasil ficaria livre da correção monetária automática e da hiperinflação.

  Esses são os fatos históricos, julguem vocês mesmos.






  Ferramenta interessante.
  O Dinheiro vai perdendo valor ao longo dos anos; veja como os preços subiram desde o Plano Real, em 1994:



Calculadora de inflação G1


_____________________________

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Aposentados Vagabundos

  O título é forte, mas não se impressionem com ele, é só para chacoalhar as mentes.

  Gostamos de criticar políticos, esquecemos que eles são gente como a gente nem melhores nem piores que a média do comportamento cultural brasileiro.

  O indivíduo crítica o político que abusa dos privilégios, mas será que se comportaria mais eticamente na mesma situação?

  Minha mãe poderia ter estudado mais, mas estudou pouco, apenas concluiu a quarta série.
  Embora de família muito pobre nada a impedia de concluir ao menos o colegial, havia escolas publicas perto de casa.
  Fazer faculdade seria um enorme desafio, mas nos anos que ela viveu sua juventude, concluir o ginásio e ter um pouco de juízo já lhe garantiria bom padrão de vida.
  Apesar de viver sua adolescência em tempos que presava-se mais pela moral e bom costume ... engravidou aos 15 anos.
  Depois com uns 17 anos teve eu.
  Nasceram mais 5 com duas mortes ainda bebês.
  Com tantos filhos e pouco estudo minha mãe conseguia aqueles empregos que exigem menor especialização, basicamente trabalhou como auxiliar de limpeza, auxiliar de cozinha, balconista ...
  No início da década de 80 prestou concurso público, foi contratada como servente escolar, nessa época não se exigia muito, bastava ler e escrever.
  Antigamente tinha "concursos internos", em um desses foi transferida para fazer café na Secretaria da Fazenda do Estado.
  Minha mãe teve sorte.
  Nos anos 80 o serviço público começou a passar por uma valorização jamais vista.
  A Secretária da Fazenda terceirizou o serviço de limpeza, minha mãe foi alçada a serviços administrativos.
  Isso mesmo.
  Um posto que hoje em dia você precisa estudar muito e concorrer com milhares de pessoas, caiu no colo de pessoas com baixíssimo nível de estudo.
  As regalias foram se somando.
  Fora os aumentos do dissídio que começaram a ser generosos ainda tinha aumentos diferenciados a cada 5 anos.
  Podia-se ter 6 faltas abonadas no ano, fora férias, recesso de final de ano e emendar todos os feriados possíveis e imagináveis.(Ponto Facultativo)

  Se minha mãe precisasse sair mais cedo ... tudo bem.
  Alguma colega preenchia o cartão, em outro dia o favor era retribuído.
  Mesmo com essa melhora substancial nas condições de trabalho minha mãe vivia reclamando, nada do que o Estado desse era suficiente.
  No início ela gostava do Franco Montoro, foi nessa fase que saiu da limpeza e foi para o administrativo.
  Mas no final do Governo já o detestava e detestou todos os Governadores que o sucederam.

  Para os servidores um Governador só é bom se dá aumentos substanciais acima da inflação e possibilita cada vez mais mordomias e benefícios.

  Como os servidores se tornaram insaciáveis e tem um limite de quanto se pode cobrar de impostos ... via de regra servidores e governadores na maior parte do tempo seguem em lados opostos, os primeiros exigindo muitos gastos e o Governador propondo corte de gastos.

  Não é que o Governador não queira ceder ao populismo é que realmente não há dinheiro, é vestir um “movimento social” e desvestir outro, é aumentar os salários da Educação e congelar os salários da Segurança.

  Na década de 90 por motivo de saúde minha mãe começou a faltar muito ao serviço, mais do que o habitual.
  Mais tarde descobriu que o coração estava fraco , foi indicado a colocação de marca-passo ... tudo pago pelo dinheiro dos impostos e contribuições do SUS.

  O fato é que de 199X até minha mãe se aposentar em 200X (não lembro as datas ao certo ) ela trabalhava bem pouco, eram atestados médicos longos sempre renovados.
  Minha mãe foi aconselhada a se aposentar por invalidez, mas não aceitava, pois seu salário seria diminuído.
  Ela preferia ganhar sem trabalhar...

  Toda essa introdução foi só vaselina, agora o texto começa de fato.

     

 “A maior ambição do ser humano é querer colher aquilo que não plantou.”

[Adam Smith]

 

 

  Na empresa que estou, inúmeros servidores exercem o direito de ganhar sem trabalhar.
  Eles têm o direito de se aposentar e continuar trabalhando.
  Aposentar eles se aposentam.
  No papel continuam trabalhando.
  Na prática a realidade é bem outra.

  Com a renda da aposentadoria já garantida, tentam garantir o salário da empresa trabalhando o mínimo de dias possível.
  Atestados médicos tornam-se uma constante.
  Vão ao médico reclamando de tonturas ou dores localizadas, os atestados saem fácil.
  Até porque é muito difícil depois dos 60 anos não ter nenhuma complicação como diabetes, hipertensão, sequela de alguma coisa, dores na coluna ou em algum músculo usado por muitos anos.
  O corpo é uma máquina biológica, como toda máquina mais cedo ou mais tarde começa a falhar.
  O problema é detectar por meio de exames até que ponto um desgaste impede a pessoa de trabalhar.
  O médico fica muito dependente do indivíduo dizer o que está sentindo, o indivíduo pode dizer qualquer coisa.

  Na Empresa vejo muita gente pegando atestados prolongados dizendo não conseguir trabalhar, mas passear no Shopping ou fazer viagens turísticas ... a doença não impede.
  Tem gente que diz não suportar mais o computador, mas não sai do Face e do “Zap zap”!
  Doença seletiva hein!?
  Tem doença ainda mais seletiva.
  Ela começa no final de Novembro e vai até depois do Carnaval, o cidadão volta e pega seu mês de férias ...
  Tudo perfeitamente legal.
  Não esqueçamos as tradicionais greves.

  O fato é que muitos funcionários enforcam pelo menos 3 meses de trabalho e recebem como se trabalhassem normalmente.

  Essas pessoas reclamam dos políticos, mas imaginem elas no Congresso Nacional podendo votar mais benefícios para elas mesmas!

  No serviço público licenças psiquiátricas são bem comuns.
  Tem gente que esta registrada no meu setor, mas eu nunca vi ... já estou na empresa há 4 anos.

  A pessoa faz uma ceninha, ganha atestado de estresse.

  Por vezes não dá licença, mas ela é premiada com serviços mais leves, menor responsabilidade sem redução de salário é claro.
  Tem gente que recebe atestado psiquiátrico para não lidar diretamente com o público o supervisor/diretor tem que inventar uma ocupação para pessoa.
  O incrível é que essa pessoa que não pode ter contato direto com o público faz bico no comércio da família, vende Natura, vende Avon.

  Minha mãe tinha licença para não trabalhar, mas em casa vendia bijuterias, cosméticos, roupas.

  Na empresa há casos surreais que só são possíveis no serviço público.
  Dependendo do regime de trabalho do funcionário ao se aposentar ele não precisa devolver o crachá funcional.
  É, ele tem entrada livre enquanto viver, com direito a almoço, janta, transporte gratuito...
  O cara não tem nada para fazer em casa fica passeando pela empresa.
  Uma pessoa nova chega não tem armário, mas o “funcionário” que não trabalha tem.

  Esse texto vai me indispor com muitos conhecidos, não me importo, entenda porquê, veja um exemplo:

  Tem um posto onde é feito o controle de visitas a pacientes internados.
  Para funcionar “satisfatoriamente”, você que paga impostos ser razoavelmente bem atendido, esse setor precisa de 4 pessoas.
  Com tantas licenças médicas, na maior parte do tempo opera com 3 e não raro 2.
  Claro que o atendimento fica comprometido e quem vai trabalhar trabalha muito mais.
  Sábado e Domingo são os dias com mais visitantes, cerca de 800.
  Várias vezes ficou apenas eu e mais um funcionário para atender esse grande fluxo de pessoas.

  Você acha que algum dos “companheiros” de trabalho que ficarem indignados com esse texto se preocupam com meu desgaste?
  Ninguém tá nem aí.
  O cidadão está em casa curtindo a família, nem lembra que eu existo.
  Está no churrasco esquece que existe empresa.
  O importante é que dia 6 o salário estará depositado, 25 tem vale alimentação.
  Dane-se quem trabalhou sobrecarregado ou o usuário do SUS que foi mal atendido por falta de funcionários.







  Deveria ter uma lei no serviço público onde o servidor já aposentado que claramente está sendo um estorvo seria afastado compulsoriamente sem direito a indenizações.

  Se a ausência do trabalho supera 30 dias no ano e não é muito bem justificada o caso deveria ir para analise se compensa manter esse funcionário.
  Se é uma cirurgia de apêndice (só um exemplo) com recuperação plena tudo bem.
  Se o cidadão tem problema crônico de pressão, coluna, tendinite ... doenças “misteriosas” (depressão) que o levam a constantes afastamentos, deveria ser afastado compulsoriamente para o bem do serviço público.

  O servidor que não está aposentado, mas claramente não cumpre com suas funções deveria ser demitido, nesse caso, com direito a indenizações trabalhistas.

 
A estabilidade no Serviço Público nos moldes que esta deveria ser revista urgentemente.

  Hoje em dia temos muitos recursos tecnológicos para provar por A + B que o funcionário é relapso ou ineficiente.

  Sou a favor de reuniões disciplinares com a chefia serem gravadas em áudio e vídeo para se preciso serem apresentadas em juízo.
  Há inúmeros casos do funcionário ser chamado atenção por falhas graves, manda o supervisor a peta que puril ... e não dá nada.

  O supervisor, diretor, Heitor, Governador, Presidente da República não tem “na pratica” poder para demitir/exonerar um funcionário público a não ser em casos extremamente graves ... assassinatos, roubos ... crimes graves muito bem comprovados.
  O caso tem que ser tramitado e julgado até última instância onde seja possível recorrer.

  O sonho dos funcionários aposentados “problemas” que continuam “trabalhando” é serem demitidos.

  Não é para menos, pelas normas atuais caso o Governo os demita ganharão uma gorda indenização, estou falando de 400 mil para os salários mais baixos, para os que ganham mais ... imaginem, o céu é o limite.
  A situação é ótima para eles.
  Já tem a aposentadoria garantida, nos últimos anos trabalham quando querem e como prêmio pela estorvo levam 400 mil!


“Brasil um país de poucos.”

 
Claro que quem banca toda essa festa é você que por N motivos não esta no grupo seleto do funcionalismo publico brasileiro.
  Afinal, com tanta diferenciação, a maioria da população tem que pagar muito imposto, a grana tem que sair de algum lugar.
  Pense nisso quando se posicionar radicalmente contra privatizações ou ser contra reformas significativas no funcionalismo público.


  E a situação do aposentado que realmente tem dificuldades físicas, não consegue mais trabalhar com a frequência esperada?

  Caraca!
  A aposentadoria existe para isso, se não aguenta mais trabalhar, não trabalhe.
  Mal ou bem o cidadão já tem garantido uma renda, os filhos a certa altura da vida já devem estar criados, se o idoso teve juízo pelo menos tem casa para morar e algumas economias.

  A maioria das doenças da velhice são atendidas no SUS, os remédios também são bancados com o dinheiro dos impostos.

  O aposentado que continua no serviço público sem trabalhar dá um prejuízo enorme.
  Tira a vaga de um cidadão saudável que sairia da fila do desemprego e trabalharia com muito mais eficiência.
  Sobrecarrega o funcionário público correto que cumpre com suas funções.
  Dá prejuízo para a Estatal que desembolsa o pagamento integral de um funcionário que não trabalha ou trabalha bem menos dias do que deveria.

  Quando me aposentar pretendo continuar trabalhando, mas sou um funcionário público correto, só continuarei se estiver saudável e não for um estorvo para empresa e companheiros de trabalho.

  Não sou uma exceção à regra quando me comporto corretamente, tem muito trabalhador correto, gente que dá gosto trabalhar ao lado.
  Sou uma exceção à regra no sentido de ser correto e cobrar correção.

  Os trabalhadores corretos que eu conheço fecham os olhos para incorreção de outros.

  Não me incomoda muito o fato de tantos brasileiros de todas as idades quererem ganhar sem trabalhar, é da natureza de muitos humanos, como observou o companheiro Adam Smith.

  Me incomoda que a maioria correta permita que isso aconteça.😟

 ⏩Luta de Classes


Nota: Se você é um funcionário que trabalha corretamente de certo não vai ficar indignado com esse texto, se ficou indignado...






 

 

  29/01/21 – Esse texto foi escrito em 2015.

  Em 2019 teve a reforma da Previdência.

  Fiquei satisfeito por ocorrer algumas mudanças necessárias para o país, mas definitivamente eu devo ter dançado poli dance na cruz...

 

 Se a reforma ocorresse em 2020 eu teria direito a algumas vantagens sem precisar “pagar pedágio”.

  Já perdi aí.

  Paguei pedágio e por um erro de algum funcionário público do INSS não faço ideia de quando vou poder me aposentar.

  Portanto, não perca seu tempo me desejando o mal.

  De certo deve ter coisas mais importantes para fazer do que ficar chutando cachorro morto ...

 

 

 


_____________________________