“Quando temos preguiça de ir a esquina
para comprar pão, quando levamos uma vida sedentária.
Não
ensinamos que nossas pernas são o carro?
Depois
damos bronca nos filhos que vivem somente dentro de casa, diante da TV?!
Quando
não buscamos informações em livros, mas só no Google.
Quando a correria ganha da leitura, do
devocional.
Não
ensinamos que só sabemos pensar através de um computador?
Mas
chamamos a atenção da criançada por não fazer a tarefa de casa, por não ler o
livro indicado pelo professor…”
(Fernanda
Rossi – Psicóloga)
Minhas ponderações:
Lição de casa.
Não gostar de fazer lição de casa não é uma
coisa que começou nos dias de hoje, não sei como podemos atribuir isso a algum
acontecimento da vida
moderna.
É nosso
dever de pais nos preocuparmos com a boa inserção de nossos filhos na sociedade
então é natural que peguemos no pé deles para que estudem, mas já fomos
crianças e sabemos que gostoso mesmo é brincar.
Duvido que uma criança nascida em 1900 não preferisse
brincar que estudar ou trabalhar.
Carros.
No passado quem podia tinha cavalo, carroça,
as crianças cobiçavam os meios de transporte de suas épocas.
O que tinha era bicicleta, andavam de
bicicleta.
Carros eram muito caros, um sonho tão
distante para maioria da população que provavelmente nem pensavam muito nisso.
Quantos de nós pensa muito em ter um jatinho
particular?
É uma coisa tão fora da realidade da maioria
que nem faz parte dos nossos pensamentos no dia a dia.
Google.
Sites de busca são
ferramentas de pesquisa bastante úteis.
Muito mais fácil de serem utilizados que a
Barsa impressa, por exemplo.
Porque eu pesquisava na Barsa tenho que
obrigar minha filha a fazer a mesma coisa, ainda que tenhamos ferramentas
melhores!?
Computador.
Só consigo escrever
tantos textos graças ao Word e ao Google.
Minha memória não é boa, eu lembro de uma sequência
de eventos ou parte de alguma informação, os sites de busca facilitam a
pesquisa.
Sem eles os textos demorariam para serem
publicados.
É como você lembrar o trecho de uma música,
mas não lembrar do nome ou do resto da letra.
A pesquisa preenche as lacunas.
O Word
é maravilhoso meus cumprimentos a Microsoft e seu eficiente Office.
Minha mãe era faxineira, com muito sacrifício
me comprou uma calculadora quando eu era bem criança.
Não sei precisar exatamente quando, mas não
era um produto tão barato quanto é hoje, só sei que até dormi com o aparelho,
apertando as teclas só para ver os números aparecerem, por um tempo fiquei
conferindo no lápis se a resposta da calculadora estava certa... 😏
Minha filha de 8 anos ganhou um notebook só
dela, imaginem a emoção.
A quantidade de recursos é incrível, ela
fica conversando com parentes no Paraná e colegas da escola que também tem
acesso a computadores.
Navega pelo mar de informações que nos traz a
Internet, essa grande maravilha do NOSSO TEMPO.
Minhas filhas terão mais tempo e oportunidades para descobrirem seus talentos, um tempo que eu não tive, pois estava lutando
pela sobrevivência.
Já li muito sobre a história da humanidade, é incrível como a geração dominante sempre prega que a próxima geração está perdida.😏
Na história recente acho que nenhuma geração
foi tão criticada pela anterior quanto quem era jovem nos anos 60 com aquela
frase de “sexo, drogas e rock in roll.”
Quem tinha 20 anos em 60 hoje (2012) é um senhor
respeitável de 72 anos.
O importante é perceber que estamos aqui e
bem, não foi o fim do mundo.
Tivemos
até bons presidentes desses tempos como FHC e Bill Clinton, ou Reagan e a
grande primeira ministra Margaret Thatcher.
Até o muro que separava a Alemanha foi
derrubado por esses “jovens”, por essa “geração perdida”, de 1960.
Sem falar nas maravilhosas canções que essa
geração compôs para nós, muitas inesquecíveis.
Não
concordo com o sermão da Fernanda, muito dramático.
Os pais de hoje são tão bons quantos os de
antes, acredito que no geral são até melhores, hoje em dia reconhecemos de
forma mais abrangente os anseios das crianças.
Não
vejo sentido em encher nossa geração desse sentimento de culpa de que estamos
dando maus exemplos para nossas crianças.
Se a criança não tem algum grave
problema mental ... é um ser pensante também
tem sua parcela de responsabilidade em separar o joio do trigo, em direcionar sua
própria vida.
O que
acontecerá a essa geração?
O mesmo que aconteceu com a minha, estudarão,
trabalharão, viverão amores, terão sucessos e fracassos, alegrias e decepções,
alguns progredirão muito na vida, outros não terão tanta sorte, alguns não
viverão o bastante para envelhecer ... e a vida segue.
Daqui 30 anos o notebook que trouxe tanta
alegria a minha filha será uma peça de museu como é hoje minha antiga
calculadora.
Ela com 38 anos talvez já tenha filhos
que estarão com novos brinquedos ainda mais avançados.
“Espero” que minha filha não fique neurótica
com os brinquedos dos filhos.
Os brinquedos preparam as crianças para os desafios
do seu tempo.
Antigamente os trabalhos eram mais braçais e as brincadeiras eram braçais.
O trabalho está ficando mais mental e as brincadeiras
vão na mesma direção.
Hoje é o
vídeo game, antes era o “aquaplay”.
(Quem se lembra?)
Antes
as crianças sonhavam em ser radialistas, depois artistas de cinema, TV e agora “YouTuber”.
Por esses dias escrevi sobre Jobs, ele não
foi um jovem muito fácil de lidar, foi maconheiro declarado.
Para sua sorte (e nossa) nasceu em um país
livre que impõe seus limites sem cercear a liberdade.
Foi criado no Vale do Silício, teve acesso a
bons “brinquedos”.
Minha aposta é que a maioria
dessa nova geração construirá um mundo melhor e mais eficiente.
Boa sorte a minhas filhas, desejo tudo, mas tudo de
bom mesmo para a PRÓXIMA GERAÇÃO.
Não assumirei culpas que não tenho, eu não...
Quero terminar este texto rendendo homenagem a
um dos maiores Capitalistas (e criança pestinha) de todos os tempos, o companheiro Thomas Edison...
“Em 1853, a família mudou-se para Port Huron.
Na escola, a única da cidadezinha, o rapaz tinha problemas.
Seu professor, o padre Engle, dizia que ele "tem o bicho no corpo, que é um coça-bichinhos estúpido, que não para
de fazer perguntas e que custa a aprender".
Além disso, o garoto recusava-se a fazer as lições.
Vão-se três meses de aulas e Thomas Edison deixa a classe.
Nunca mais voltaria a frequentar uma escola.
A mãe toma a seu cargo a educação do menino e ele, por seu lado, aprende o que
mais lhe interessa.
Acaba
por devorar todos os livros da mãe com temas sobre ciência.
Monta um laboratório de química no sótão e, de vez em quando, faz tremer
a casa.”
Wikipédia
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