“A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras.
Todo o homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar.”
(Einstein)
Quando crianças e
adolescentes, conhecemos tão pouco da vida que é natural não questionarmos
muito o que nossos pais dizem ou o que lemos nos livros disponíveis.
Se você entra no carro e não sabe dirigir é
melhor confiar no motorista, não pedir muitas explicações as quais não tem base
para entender.
É preciso observar bastante, adquirir
conhecimento, até para fazer as perguntas certas, que realmente importam.
Nos meu debates é comum me mandarem "estudar", ler
algum livro.
(Assistir um vídeo, ir à igreja que
frequentam...)
Quando usam um bom argumento e sugerem a leitura
como complemento ... tudo bem.
Mas quando simplesmente pedem para eu buscar
resposta na fonte que elas indicam para depois debater com elas ... nem perco
meu tempo.
Deduzo que o indivíduo leu algo que gostou,
mas não pensou.
Não consegue nem apresentar um bom argumento
baseado no que leu!?
É evidente que ao ler um conto, romance, ficção; ser transportado para o mundo que o autor está propondo é indispensável para nos DISTRAIRMOS, sentirmos a história.
Em se tratando de
livros que pretendem passar uma mensagem, discutir um assunto, analisar
situações é preciso DISTANCIAMENTO CRÍTICO.
O autor é uma pessoa, não um “deus sabedor de
tudo”.
Ele está te passando um conhecimento, uma
ideia/opinião.
É preciso verificar em outras fontes se o
conhecimento procede.
É preciso meditar sobre as propostas dele e
verificar diante de tudo que conhecemos e “vivemos” até que ponto concordamos ou
discordamos.
Senão saímos por aí repetindo feito papagaios
algo que achamos bonito (mas que não funciona na pratica) ou que chegou até nós
por tradição.
Exemplo prático:
Estava em um grupo de pessoas esperando por um
treinamento prestes a começar.
Um colega citando o
livro de autoajuda disse:
“Só valorizamos uma coisa quando lutamos para obtê-la.”
Eu estava quieto no meu canto, mas como ele
sabia que gosto de Filosofia resolveu me cutucar:
Colega: “Não é verdade
William?”
Sei Lá!
Eu gosto
e valorizo as coisas fáceis.
Quem não valoriza o fácil deve se perguntar
porque!?
Você precisa de um carro, ganha em sorteio,
vai ficar triste com isso?
Não irá
valorizar?
Se financiar o veículo em 36 meses, pagar
juros altos, trabalhar bastante para quitar o carnê ... o carro tem valor, se
ganhar do pai ou em sorteio não!?
Um carro no valor de 30 mil, é um carro no
valor de 30 mil.
Se eu paguei do meu bolso ou ganhei não muda
o valor do carro.
Pessoas que
valorizam o difícil, sentem um certo prazer no sofrimento, são masoquistas.
Ou repetem (por tradição ou sem pensar) algo
que em uma atitude “lógica” não deveria ser assim.
Colega: “Ah, mas eu vejo que o que as pessoas ganham
fácil não cuidam com o mesmo zelo.”
Como sugeri, o problema está na atitude da
pessoa, não no valor das coisas.
Imagine que você ache 100 reais ali no corredor.
Deixa de ser 100 reais porque veio fácil?
Se você vai gastar com besteira é por sua
conta, a nota de 100 reais não tem nada a ver com isso 😏.
O treinamento começou e nosso papo foi interrompido.
Para concluir essa meditação...
Não vou ficar aqui determinando o que é mais
certo ou menos certo, mais errado ou menos errado, vou falar do que acho
ESTRANHO.
Se eu me caso é desejável que consiga uma
casa.
Ela pode ser adquirida com financiamento bem
longo, muito trabalho, nessa situação claro que vou valorizar minha casa, meu
lar “conquistado” com tanto esforço.
Acho estranho não valorizar meu lar porque veio fácil, sem luta.
Foi um presente do amor de um pai para sua
filha que espera que eu a faça feliz, resolveu até nos dar uma forcinha.
Não sei como alguém pode ver algum problema
nisso!
Se eu não valorizar um gesto desse, o
problema está em mim.
Se eu analisar racionalmente, entender que
meu sogro tem alguma intenção “negativa” de intervir no relacionamento mais do
que seria aceitável e o presente é um “Cavalo de Tróia” é outra situação.
Aqui estamos
falando do que “vem fácil”, um presente, uma sorte.
Me veio à mente mais um complemento.
Moramos em um país com abundância de água.
Muitas pessoas a desperdiçam, por ser
“fácil” não “valorizam”.
“Abrir a
torneira e ver água potável sair.”
É uma tecnologia humana magnifica, um liquido
de valor incalculável.
Ouro, diamante, prata ... não me causam o
mesmo encantamento.
Não
desperdiço água.
Embora tenha acesso fácil a ela, não tem
liquido que eu valorize mais.
O indivíduo que não valoriza o fácil e
abundante só porque é fácil e abundante ... é ESTRANHO pra mim!