“Só os tolos assumem para si o respeito que é dado ao cargo que ocupam.”
(Esopo)
Escritor da Grécia Antiga.
A ele se atribui a paternidade das fábulas como gênero literário.
Nasceu 620 anos antes de Cristo, faleceu em Delfos – Grécia.
Considero carismáticas, as pessoas que
conseguem “fidelidade”, “idolatria”, sem a princípio oferecer grande coisa em
troca.
Observamos isso já na fase escolar.
Alguns alunos ficam populares, é da
natureza deles, adquirem naturalmente um tipo de "respeito especial".
Porem isso não é grande coisa, é só uma
característica, nada é garantia de sucesso na fase adulta.
Vemos pessoas simpáticas (cheia de amigos) em
todas as classes sociais.
Em linhas gerais é
melhor ter carisma que não ter.
Comparo a beleza, é melhor ser bonito, mas
atrair muitas atenções também pode trazer problemas.
A maioria de nós passa um tanto despercebida,
somos respeitados como formas de vida, nada muito além disso, temos um grupo
limitado de amigos, por vezes só coleguismo.
No decorrer da vida
(com carisma ou sem carisma) alguns conseguem adquirir poder.
O poder atrai
pessoas.
Nesse ponto entramos no pensamento de
Esopo.
O indivíduo alcança um cargo importante ou
vira celebridade, atrai inúmeros contatos, em tempos de Redes Sociais podemos
falar de “seguidores”.
O indivíduo passa a ser PESSOA IMPORTANTE.
Suponhamos que eu alcance o cargo Diretor de
Marketing da ACME S.A
Isso atrai muitas pessoas, irão me adicionar
em seus contatos, irão querer exibir para outros alguma intimidade comigo.
Ter relacionamento com alguém importante pode
abrir as portas para empregos ou realização de negócios.
Ou...
Suponhamos que eu consiga um bom papel na
novela principal da Globo.
(Perdeu muito do glamour de antigamente, mas
ainda é uma situação de muita visibilidade/prestigio)
Familiares, amigos, conhecidos ... irão fazer
questão de contar para todos a proximidade deles comigo.
De uma hora para outra os mais
diferentes convites aconteceriam.
Mulheres se aproximariam nem que fosse só
para tirar selfie com um "ator Global".
Seria tolice
acreditar que eu William estaria atraindo a atenção das pessoas.
Nunca fui popular.
Um número enorme de pessoas me acham
prepotente, arrogante.
Ateus me consideram um religioso ignorante.
Religiosos me consideram um ateu ignorante.
Os mais à esquerda não me suportam.
Os mais à direita não acham que sou tão a
direita quanto deveria ser.
Tenho
consciência da minha situação.
Se eu estivesse em
"situação de importância/visibilidade" saberia desde sempre que a
grande maioria das pessoas seriam atraídas pelo cargo que eu ocupasse.
Assim que eu deixasse de ser Diretor da Acme
ou ator famoso 99% dos contatos evaporariam.
No tempo que comandava pessoas nunca fui tolo
de confundir as coisas, sabia que giravam em torno do cargo, não da minha
pessoa.
Quando acabou o cargo de encarregado (ou
professor de modelo) eu William permaneci praticamente inteiro, claro foram muitos
anos, uma parte de mim ficou nessas atividades, muitas histórias.
Infelizmente muitos
não tem essa percepção.
Há indivíduos que se confundem com o cargo
que ocupam.
Não conseguem sobreviver íntegros depois
dele, a vida praticamente acaba.
Se conseguem chegar a se aposentar ocorre um
mal menor, até porque a maioria desse tipo de pessoa posterga ao máximo a
aposentadoria.
Se seguram no cargo até morrerem ou por total
falta de condições serem afastados dele.
A pior situação é quando são abatidos em
pleno voo.
Por alguma “reengenharia” são demitidos, a
empresa é vendida ou quebra.
As consequências são terríveis, depressão
profunda, entrega a vícios e até suicídio.
Conheça a si mesmo.
Você tem uma vida social aceitável além do seu cargo?
Pessoas atraídas
realmente por sua personalidade, que gostam de estar com você independente de
qualquer interesse?
Medite sobre isso enquanto é tempo,
identifique e cuide bem das pessoas que realmente se importam com você.
A vida consegue ser muito cruel com os tolos.
“A pessoa inteligente resolve problemas, a pessoa sabia os previne.”
(Albert Einstein)