segunda-feira, 26 de março de 2012

Moral da História

  

  Passeando pela Internet li uma daquelas historinhas onde no final colocam lição de moral.
  O link não funciona mais, vou resumir ao mínimo o conto.

  
 Um pai chegando em casa vê uma raposa ao lado do berço do filho.
  Sem pestanejar mata a raposa com um golpe de machado.
  Ao remover o corpo do animal percebe um pedaço de cobra na boca.
  No canto do quarto encontrou o restante do réptil.
  Entendeu que na verdade a raposa tinha salvado o filho.
  No que seu coração se encheu de dor e arrependimento.

  Moral da história:

  Devemos confiar nas pessoas independente da má fama que carregam.


  Os comentários são daquele jeito...
  Parece que o conto aconteceu de fato e com certeza nos transmitiu uma “sabia” mensagem.
  Lamentam a atitude do pai, ficam com dó da raposa, dizem que vão confiar mais nas pessoas.

   Analisando literalmente o conto:

  Não sei de nenhuma raposa com instinto natural para proteger bebês humanos.
  Se fosse o cão da família poderia até ser, já vi casos interessantes mesmo sendo uma rara exceção à regra.
  O que mais acontece é a indiferença do cão ou ele mesmo matar a criança.

  Em uma história mais dentro da probabilidade, a dedução mais plausível é que a raposa foi comer a criança, encontrou a cobra que no momento representava perigo, matou a cobra e depois faria sua refeição.
  O pai apareceu antes, por sorte da família e azar da raposa.

  E se usarmos esse conto como uma parábola para relacionamentos humanos?
  (Geralmente é o que se pretende com esse tipo de “historinha”.)

  Devemos confiar em uma pessoa independente do que falam dela?

  Não tenho como boa essa atitude.
  Se pessoas me dizem que um colega é caloteiro considero a informação importante.
  "Se" eu emprestar dinheiro para o cidadão será pequena quantia, não vou me arriscar.
   Já vi muita gente ter o nome no SERASA porque foi ser legal com amigos e parentes que já se sabia não eram bons pagadores.

  Por favor, busquemos o equilíbrio, evitemos o radicalismo.
  A “fama” que a pessoa carrega (boa ou má) precisa ser levada em conta, mas não deve servir como único parâmetro de como vamos agir ou tratar o indivíduo.


  Para fechar a meditação falemos um pouco da “fama boa”.

  Pra você seu cão é o máximo, está com ele desde de filhote, familiares e vizinhos também gostam dele.
  Chega um estranho, você diz com segurança:

  - “Pode entrar, ele não morde.”

  O cão ataca o estranho e lhe dá uma profunda mordida...

  Trazendo para as relações humanas.

  Nos jornais é bem comum “cidadãos acima de qualquer suspeita” serem presos por crimes.
  Pedofilia, tráfico de drogas, estupradores, ladrões, funcionários públicos corruptos ...
  Por vezes a pessoa é “luz” na maioria das coisas, mas seu lado sombrio quando revelado choca.


Belo animal, porém ao nos aproximarmos, não podemos ignorar que estamos lidando com uma raposa.



 Qual a moral desse texto?

  
 Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade.
  Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”.




  Nos meus texto não tem “lições de moral”.
  A moral é muito subjetiva, varia de acordo com a cultura vigente.

  Mas se quiser “sugestão” posso destacar duas.

1 -  Analise com mais cuidado qualquer “historinha motivacional” que te contarem.

2 – A fama da pessoa é uma informação importante, não o retrato fidedigno de sua personalidade.

 
“Não posso ensinar nada a ninguém, só posso fazê-lo pensar.”
 (Sócrates)


  “Se” a pessoa se dispuser a isso, se não, nem Jesus na causa. 😏





 😒“Devemos confiar nos que falam dela?
        (Comentarista)

  No exemplo do texto (caloteiros) geralmente há evidências, pessoas que emprestaram e não receberam.
  Qualquer “fama” deve ser investigada se há fatos que a corroboram.






                                                                           
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