segunda-feira, 27 de junho de 2016

Encher de Fantasias

   “Por vezes a beleza é um canto de sereia que nos arrasta para a insensatez”
[William Robson]


 
"Meu pai um dia me falou pra que eu nunca mentisse
  Mas ele também se esqueceu de me dizer a verdade
  Da realidade do mundo que eu ia saber
  Dos traumas que a gente só sente depois de crescer

  Minha mulher em certa noite ao ver meu sono estremecido
  Falou que os pesadelos são algum problema adormecido
  Durante o dia a gente tenta com sorrisos disfarçar
  Alguma coisa que na alma conseguimos sufocar

  Meu pai tentou encher de fantasia e enfeitar as coisas que eu via
  Mas aqueles anjos agora já se foram depois que eu cresci
  Da minha infância agora tão distante aqueles anjos no tempo eu perdi
  Meu pai sentia o que eu sinto agora depois que cresci
  Agora eu sei o que meu pai queria me esconder
  Às vezes as mentiras também ajudam a viver

  Talvez um dia pro meu filho eu também tenha que mentir
  Pra enfeitar os caminhos que ele um dia vai seguir
  Meu pai tentou encher de fantasia e enfeitar as coisas que eu via
   Mas aqueles anjos agora já se foram depois que eu cresci."
   Traumas


  "Meu pai tentou me encher de fantasias e enfeitar as coisas que eu via."

  Essa música do Roberto é muito bonita.
  Desde a primeira vez que ouvi entendi completamente sua letra, a "filosofia".

  Um coisa é achar a mensagem bonita outra coisa é concordar com ela.

   É bonito um pai enfeitar a vida do filho com ilusões/fantasias, vemos isso nos filmes, novelas, livros, posts na Internet ... ficamos encantados.

  Por não concordar com essa atitude nunca quis ser e não sou esse tipo de pai.
  "Sem radicalismos" nunca escondi a verdade das minhas filhas.

  Vou tentar dar um exemplo.
  Seu pai morre, você enfeita o acontecimento para seu filho, diz que o avô dele foi para um lugar melhor, que está com anjinhos no céu...
  É uma cena bonita, comovente.
  Nunca disse coisas assim a minhas filhas.
  Nunca passei nenhuma fantasia a elas com relação a morte ou qualquer outra coisa.
  Nunca disse que Papai Noel existia, sempre ficou bem claro que eu e minha esposa comprávamos os brinquedos.
  Nunca amedrontei minhas filhas com o homem do saco que pega crianças.
  Nem com crendices de espelho quebrado ou sapatos virados.

  Crianças naturalmente fantasiam as coisas tem imaginação fértil, não precisam que ampliemos esse processo.
  NÃO, não fui aquele pai chato que cortava a brincadeira das meninas.
  Apenas “se perguntado” preferia falar a verdade.
  Vejam o caso da morte, porque minhas filhas não podem entender o ciclo da vida desde cedo?
  Nascemos, vivemos e morremos.

  Quem decidiu que é melhor enchermos desde cedo nossas crianças com mentiras?

  Sempre fui bem realista com minhas filhas, elas conhecendo a realidade desde cedo ameniza decepções, espero que estejam vacinadas por toda vida.
  Minha esposa voltou a trabalhar após a licença maternidade, minha cunhada cuidou de cada uma das meninas até uns 2 anos de idade.
  Já tinham algum entendimento, falei a elas da importância de ir para escolinha.
  Falava que para nós termos boas coisas em casa papai e mamãe precisavam trabalhar e a parte delas era se comportar direito na escolinha, era o “trabalho” delas.
  Na primeira semana foi aquela choradeira das meninas e da minha esposa, é sempre difícil para uma mãe deixar as crianças na creche.
  Na segunda semana tudo já estava bem ajustado.
  Eu e minha esposa fazíamos nossa parte, as crianças as delas.
  Acordavam no horário e cumpriam seus compromissos.

   Quero aplicar isso ao texto anterior sobre Escola Espontaneísta.

  Defendo que a criança seja exposta a realidade que escola não tem que ser divertida.
  Aprendizagem  é um compromisso sério com o futuro da criança, é uma "verdade" que desde cedo precisa ser introduzida.
  O espontaneísmo prega que o professor deve desenvolver meios para que a criança aprenda por ela mesma.

  É uma teoria bonita (Canto de Sereia), romântica, mas pouco eficiente no ensino fundamental.

  Como é possível tornar a matemática tão agradável a todos de forma que a criança aprenda brincando?
  Sei lá, isso pode até ser feito pelos pais em casa, mas no ensino fundamental a educação não tem como ser tão...artesanal.
  Prefiro a escola tradicional.
  Não vejo decorar tabuada como algo que prejudique a criança.
  Nem todos tem dom para a matemática assim como nem todos tem dom para pintura ou música.
  Acontece que conhecer o básico de matemática é importante mesmo para o pintor e o musico.

  O ensino fundamental deve ser uma base para que a criança tenha condições de optar por coisas que lhe agradem.

  No segundo grau (Básico) ela poderia montar sua grade disciplinar, mas no ensino fundamental tem que ser “linha de montagem”, transmitir conhecimentos básicos sem viés ideológico de nenhum tipo.

Quanto é 9 X 9?

81
Quanto é 5 X 7?
35

  Eu nem penso nesses resultados, eles vem automaticamente em minha mente, consequência de muita repetição.
  Imaginem o tempo economizado.
  Foi divertido fazer lição de casa?
  Não.
  Foi divertido dominar esses cálculos para prova?
  Não.
  Mas eu sempre tive consciência que adquirir conhecimento seria importante para minha vida adulta.

  Não defendo que a escola deva ser um campo de concentração, mas não vejo como pode ser um campo de diversão.

  A escola deve ser o primeiro compromisso sério do indivíduo.
  Brincadeira fica para antes ou depois da aula, devemos conscientizar nossas crianças que estudo é coisa séria.

  Você trabalha porque gosta?
  Pode até ser, mas em geral trabalhamos porque precisamos.
  Pelo menos no ensino fundamental, a base do conhecimento humano, a criança tem que fazer porque precisa.

  O que eu considero básico?
  Ler e escrever bem, isso exige muita repetição.
  Não defendo como importante a “gramática profunda” tão chata e tão exigida por nossos educadores.
  Meu lema é menos gramática e mais interpretação de texto.
  Não sei qual a importância de saber a sílaba tônica ou o adjunto adverbial de lugar, deixemos isso para quem desejar no futuro se desenvolver no estudo do idioma.
  Ler bem/interpretar textos é fundamental para adquirirmos novos conhecimentos.

  Matemática seguiria a mesma linha.
  Dominar "de cor e salteado" as operações básicas, repeti-las a exaustão.
  No ensino fundamental nada daquela álgebra pra lá de complicada.
 
No futuro se o aluno tiver aptidão matemática poderá se aprofundar optando por uma profissão na área de “exatas”.

  Ciências, geografia, história, geometria...
  Enfim, definiríamos um currículo que serviria de base para o indivíduo optar por coisas de seu interesse.

  O espontaneísmo vem da constatação que aprendemos melhor o que aprendemos brincando.
  Acontece que a vida não é brincadeira, logo não dá para todo aprendizado ser prazeroso.
  Não adianta fantasiar que a vida é uma festa, viver não é brincadeira.
  Por cerca de 4 horas defendo que a criança deva ser introduzida nessa parte séria da vida, que ela desenvolva responsabilidade e aprenda a importância de adquirir conhecimento nem que seja o básico
  Sou a favor até de separar meninas e meninos.

  O espontaneísmo pode ter espaço em alguma atividade extra escolar.
  Não sou radicalmente contra o espontaneísmo apenas defendo que a base da escolarização deve ser a linha tradicional.
  Sabiam que no Japão os livros de matemática são os mesmo há mais de 100 anos?

  Enfim, precisamos resgatar a disciplina na sala de aula.
  Chega de colocar em nossas crianças a fantasia que elas podem aprender tudo com prazer, que o professor tenha que preparar uma aula que se adapte a cada indivíduo.
  Sempre passei a minhas filhas que são elas que devem se adaptar ao ambiente escolar.
  É a qualidade de vida futura delas que está em jogo, não a do professor.
  Minhas filhas podem contar com o apoio da família e da escola, mas as principais responsáveis pela vida delas são elas mesmas, essa é a realidade.


  “Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la.”
[Bertolt Brecht]


  Minha ressalva a esse pensamento é que a realidade muitas vezes não pode ser mudada.
  No caso desse texto ... aprender tudo com prazer considero uma utopia (sonho impossível).
  Mesmo que você goste muito de mecânica ou medicina sempre haverá matérias ou situações que você gostaria de pular, mas não pode.

  E também ...


  ANTES DE QUERER MUDAR A REALIDADE SE PERGUNTE SE VAI FICAR MELHOR.

  Na realidade as pessoas que mais querem e constroem uma boa qualidade de vida para os filhos são os pais.
  Você acha bom mudarmos essa realidade e transferir a responsabilidade para o Estado?

  “Decifra-me ou te Devoro!”








  EDUCAÇÃO ou DOUTRINAÇÃO?

  O que pais, alunos e professores de escolas públicas e particulares brasileiras pensam sobre o assunto.

  Segundo pesquisa da CNT/Sensus.

 


Paulo Freire











 A "beleza de um pensamento" por vezes é como aquela fruta feita de plástico.
  Na hora da fome é melhor a fruta real, mesmo que não esteja muito agradável aos olhos.
  A fruta de plástico só enfeita o olhar, não sustenta o corpo.

Repense

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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Jean Piaget

😕“Caminhamos a passos largos para o Comunismo.”
[Comentarista - Junho 2016]



  Não acho eficiente esse exagero das pessoas.
  Embora a maioria dos partidos no Brasil tenham um viés mais a esquerda nossa cultura chegou a um ponto que fica incompatível com o Regime Comunista.
  O mais perto que chegamos foi quando João Goulart assumiu a Presidência.

  Somos "capitalistas" e vamos permanecer capitalistas, acontece que com tantos ideais marxistas/socialista contaminando nossa sociedade praticamos um capitalismo capenga, de má qualidade.

  O Governo militar que sucedeu Goulart foi basicamente de Esquerda com intervenção desmedida do Estado na economia.
  Como se não bastasse o modelo estatizante imposto pelos militares os que tentavam derrubar o militarismo queriam ainda mais Estado!
  Tentaram através da guerrilha nos aproximar da URSS e transformar o Brasil em uma grande Cuba, fracassada essa tentativa se voltaram para nossas crianças.

  Se o método rápido Guevara de implantar o Comunismo pela força não deu certo ainda restava o lento método Gramsci, implantar o Comunismo pela educação/cultura

  Não sei dizer se nosso método de ensino com incentivo socialista é fruto das ideias circulantes na década de 60 ou se foi planejamento de algum grupo.

  O fato é que Jean Piaget e Paulo Freire tornaram-se ícones de nossos pedagogos.
    

  Na educação, enquanto pedagogista, Piaget utiliza sua teoria dos “estágios” para contrapor o ensino tradicional, autoritário, herdado do século XIX. 

  A “Escola Piaget” critica sobretudo o ensino “tradicional” onde o professor dita e o aluno copia e repete. 

  Na medida em que critica essa educação tradicional, Piaget é interpretado por muitos como "espontaneísta".

[Várias fontes]

 

  O que é isso?

  As explanações acadêmicas (embromação) são sempre muito complicadas, vou tentar traduzir.


  Digamos que na escola tradicional o professor ensina o aluno aprende.

  Suponhamos, eu sou professor e sei que a definição de ilha é:
  Uma porção de terra cercada de agua por todos os lados ... menos em cima 😊
  Escrevo na lousa, ou mostro no livro, ou dito para você escrever.
  Eu ensino, você aprende ou ... decora para prova.

  O espontaneísmo é fundamentado na observação que aprendemos melhor o que aprendemos com prazer, brincando.
  Então eu professor não lhe dou mais a resposta pronta, não lhe apresento o consenso do conhecimento humano sobre uma definição de ilha.
  Através de atividades variadas, se possível até visitando uma ilha, você chegará na sua própria definição do que seja ilha.

  Entenda que o método tradicional é rápido, barato e objetivo.
  O espontaneísta é ... complicado, subjetivo.

  Em uma sala com trinta, quarenta crianças pelo método tradicional em poucos minutos você transmite o conhecimento essencial/básico do que a criança deve entender como ilha.
  A maioria não vai se interessar muito mais por esse tema e os que se interessarem podem fazer isso pesquisando em livros/internet.

  Pelo método espontaneísta, como evitamos definir o que é ilha, precisamos incentivar que a criança descubra espontaneamente, aprenda por si mesma, não queremos que ela seja um “robozinho repetindo conceitos”.


  Na “Nova Escola Espontaneísta”:
  O professor NÃO ensina, cria condições para que a criança aprenda por si mesma.

  Sabemos que o prazer é algo muito particular/individual.
  Como descobrir o que dá prazer a cada um dos alunos?
  Fazer uma ilha com massinhas pode ser muito divertido para algumas crianças e um tédio para outras.
  Saber o que é uma ilha não é um conhecimento tão relevante a ponto de exibir vídeos ou promover uma excursão mar a dentro...

  Quero dizer ... o que na escola tradicional você ensina em poucos minutos na “nova escola” pode demorar uma ou duas aulas para que a criança viva a experiência do que seja uma ilha...
  Convenhamos, entender o que é uma ilha é algo tão essencial que vai mudar sua vida!?


            

  IMPORTANTE:

  Se você ler Jean Piaget verá que ele NÃO era tão adepto do espontaneísmo.

  O que “eu” entendi da sua obra é que o ensino poderia ser “um pouco” mais amigável, descontraído.

   Professor é alguém para ser respeitado, não temido.

 

  Porém, em países como o Brasil ... espontaneísmo e Piaget viraram quase sinônimos.

  Isso se refletiu em perda de autoridade do professor em sala de aula.

  Não tem uma padronização do método de ensino.
  Cada aula tem que ser diferente então o professor perde enorme tempo “preparando a aula”.

  O que acontece no Brasil é algo surreal, construímos o pior dos mundos na educação.
  Explico.
  Nos países Comunista/Socialistas vemos a escola tradicional, o professor ensina o aluno aprende.
  (Os Comunista acrescentaram a doutrinação ideológica de adoração ao Estado ou grande líder.)
  Logo, as crianças comunistas tem escolarização eficiente.




  Aqui no Brasil temos a nova escola espontaneísta e acrescentamos a doutrinação marxista, esperamos tudo do Deus Estado.
  Nossa sorte é que não chegamos a ter um “pai da pátria”, mas Lula no segundo mandato chegou bem perto disso.
  O resultado é que temos péssima escolarização , capitalismo capenga e "educação" que os pais delegam para o professor do Estado...

  Hoje em dia alunos invadem escolas, querem falar de homossexualismo, racismo, sexismo, anular gêneros, Universidade gratuita, transporte gratuito, opressão da mídia, imperialismo americano, não a mercantilização, não a globalização...

  Não sei como alguém pode se posicionar de maneira consciente sobre temas complexos se não domina nem conceitos básicos.

  Fala em economia, mas não domina matemática básica.
  Critica a imprensa, mas não consegue interpretar textos.
  Quer falar de sexo, mas não domina conceitos básicos de biologia.
  Quer falar de imperialismo, mas não conhece história...

  É o que repito a exaustão.
  A família deve assumir a responsabilidade pela educação e a escola focar na escolarização.

  Se os pais são "mais a esquerda" e querem influenciar a criança nessa direção, tudo bem.
  O mesmo serve para os "mais a direita".

  Lá pela adolescência o individuo com boa escolarização e exposto democraticamente a diferentes pontos de vistas chegará as suas próprias conclusões.

Continua...





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