No Brasil essa é a única “luta de classes” que eu defendo.
Não para destruir o funcionalismo, mas para iguala-lo aos demais trabalhadores.
"Eu de vez em quando falo que as pessoas achincalham muito a política, mas a posição mais honesta é a do político, sabe por quê?
Por que todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir pra rua encarar o povo e pedir voto.
O concursado não.
Se forma na universidade, faz um concurso e tá com um emprego garantido para o resto da vida".
Lula forçou a barra ao exaltar a "honestidade" dos políticos, mas concordo quando chama atenção para a extrema estabilidade no serviço público.
Revolução é uma mudança radical de “tudo que está aí”.
Evolução é melhorar o que dá para melhorar.
Você que é concursado, jogou pelas regras do jogo, não deve perder seus direitos.
Porem, deveria se juntar ao resto da Sociedade e exigir uma mudança de regras para as novas contratações.
Querem que os privilégios continuem.
Não querem o fim de certas regalias porque tem esperança de consegui-las.
O último que prestei serve de bom exemplo nesse texto.
Nem lembro direito o título.
Cargo administrativo para o INSS.
Não lembro a taxa, vamos chutar baixo, 40 reais.
Foram faturados incríveis 36 Milhões de reais!
Evidente que as despesas para organizar um concurso desse porte devem ser enormes, mas é difícil acreditar que não gerou grande lucro.
1 - Concursos geram bastante dinheiro para Prefeituras, Estados e União.
No Banco do Brasil (e outras estatais) você presta concurso para vagas que nem existem, é o famoso “cadastro de reserva”.
Você paga a taxa, estuda a exaustão, “se” conseguir uma boa colocação fica na “expectativa” que surja uma vaga em até 2 anos.
A estatal não te dá nenhuma garantia que surja alguma vaga, garantido mesmo é que ela ficará com seu dinheiro.
Ela cobrou pela realização do concurso e foi realizado ... perdeu play boy...
2 - Fraudes.
Nem vou considerar nesse texto esquemas internos, um jogo de cartas marcadas para legalizar a contratação de alguém com “amigos importantes.”
Existe quadrilhas especializadas em fraudar concursos seja por meios eletrônicos ou obtenção ilegal de gabaritos.
Pense bem.
Você paga 50 mil, recebe o gabarito.
Decora apenas o que de fato vai cair.
Para um salário de 4500 ... em 1 ano você recupera o “investimento”, nada mal para um emprego com estabilidade e algumas ou muitas regalias.
Por dedução óbvia, quem tem grana para pagar as fraudes mais sofisticadas, de certo não são os pobres igual eu.
3 - Você vai competir sempre com feras.
Tá, a maioria presta concurso meio de bobo alegre.
Se prepara mal e fica à espera de um milagre.
No entanto, tem uns 20 ou 30% que estudam exaustivamente.
Portanto, você que não se reconhece como alguém com ótima capacidade de se dedicar aos estudos, praticamente não tem chance de conseguir um cargo nem mediano no Governo.
Você só serve para dar lucro aos concursos e pagar as regalias de quem passou.
O Brasil gasta mais com funcionalismo do que EUA, Portugal e França.
O Banco Mundial mostra que os gastos do país com servidores (de todas as esferas de governo) alcançaram 13,1% do PIB em 2015 (último dado disponível).
Há dez anos, o número era de 11,6%, o que colocava o Brasil atrás dos europeus.
Outros países desenvolvidos, como Austrália e EUA, gastam consideravelmente menos -a massa salarial equivale a cerca de 9% do PIB.
Mas o gasto superior do Brasil não se deve a um inchaço ou excedente de funcionários a serviço da população; mas sim à remuneração acima da média da população em geral.
Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), reunidos pelo banco, no Brasil 5,6% da população empregada está no setor público.
Nos países da OCDE, entre os quais os mais ricos do mundo, este percentual é de quase 10%.
"Isso indica que o motivo de a massa salarial do setor público brasileiro ser tão alta é o elevado custo dos servidores públicos (altos salários), em vez do excessivo número de servidores", afirma o relatório.
Servidor publico deve ser tratado como qualquer outro trabalhador.
Reuniões "oficiais" com a chefia deveriam ser filmadas, a tecnologia evoluiu muito, é fácil guardar esse tipo de arquivo.
Funcionários “problemas” seriam analisados por uma banca que decidiria através de vídeos e detalhes da repreensão se o funcionário ainda merece estar ligado a empresa.
Se o cidadão não se adaptou bem na Unicamp, não significa que não irá se adaptar na USP ou Correios.
Com salários equivalentes a iniciativa privada e tratamento idem... ser funcionário público não atrairia tanto interesse.
Trabalhar para o Estado ou para uma empresa privada não faria muita diferença o importante seria estar empregado.
“A média salarial de servidores do Poder Judiciário é o dobro da registrada no Legislativo e o triplo da observada no Executivo, quando se consideram as três esferas.”