domingo, 18 de dezembro de 2011

Romantismo





  "Há pessoas que nunca teriam se apaixonado se nunca tivessem ouvido falar no amor."
  (François de La Rochefoucauld)




  Se apaixonar, amar,  é natural em nós, possibilita a formação de casais, família.

  O Romantismo "estragou" a relação homem mulher na mesma medida que estragou tantas outras coisas.

                                               


 “O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que durou por grande parte do século XIX.
 
  Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo, buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.
  Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a forma de movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo.
  Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.
  Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
  Idealização.
  Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas características.
  Dessa forma, a mulher é vista como uma virgem frágil, o índio é visto como herói nacional e a noção de pátria também é idealizada.”
  (Wikipédia)


 

  O individuo ouve tanto falar o quão maravilhoso é estar apaixonado que começa a desejar vivenciar esse sentimento, deseja tanto que acaba por se acreditar apaixonado, isso fica potencializado por um desejo sexual e a pessoa jura que esta "amando".

  É compreensível, se o individuo nunca se apaixonou como pode saber a intensidade desse sentimento?
  Qual a intensidade padrão!?
  Só sei que:

 
Quando desejamos intensamente algo, esse desejo vai "modulando" nossos pensamentos e os pensamentos modulando nossas ações.

  Sabemos de casos que a mulher deseja tanto ficar gravida que o corpo começa a sofrer alterações radicais como se uma gravidez realmente estivesse ocorrendo, imagine como é bem mais simples construir um sentimento no mundo dos pensamentos.

  Outro exemplo bem ilustrativo são bebidas alcoólicas.
  Há uma Cultura mundial que quem bebe se diverte mais; quem não quer se divertir mais?
  Festa é bom e fica ainda melhor se tiver bebidas que te deixem mais "desinibido".
  Isso acaba ocorrendo de fato, mas a questão para essa meditação é:

 
Quantos gostam de fato do "sabor" da bebida alcoólica?

  Eu acho o gosto de qualquer bebida alcoólica horrível.

  Percebi na adolescência que a maioria das pessoas também NÃO gostavam, calma , explico...

  No começo o individuo bebe para se enturmar, fazer parte do "grupo mais animado", o corpo vai se acostumando com o sabor, processos biológicos promovem uma certa dependência da nova situação e passamos a gostar de bebida.

  Note que o que começou como uma "sugestão cultural" passou a ser realidade, agora o individuo gosta da bebida e não consegue se divertir sem ela.
  Entendeu onde quero chegar?

  "Há pessoas que não consumiriam álcool se não tivessem ouvido falar que ficar bêbado é tão bom".

  Os acadêmicos dizem que o Romantismo teve seu apogeu nos séculos 18 e 19.
  Eu discordo.
  Para mim o Romantismo avançou forte por todo século 20.
  O “marxismo/comunismo” é uma das ideologias mais românticas que conheço.
  Calhou de Marx propagar o ateísmo e o ateísmo virou sinônimo de “racionalidade”, o fim do “romantismo”.
  Já vimos que isso não resiste a analise histórica.

  


  Há pessoas que não se diriam deprimidas se não tivessem ouvido falar em depressão.

  Momentos de tristeza são naturais em nós, acreditar que podemos estar sempre alegres e satisfeitos é um dos "romantismos" mais perniciosos da atualidade.

  Na fase que estou eu deveria estar sempre muito de bem com a vida.
  Não sou uma pessoa de sucesso, mas da situação em que nasci e como me encontro não dá para reclamar de nada.
  Se lá pelos meus 11 anos eu fosse de repente alçado a vida que minhas filhas tem me sentiria milionário, no entanto minhas filhas as vezes choram insatisfeitas ou tristes com alguma coisa.
  Há dias que acordo triste, insatisfeito com um monte de coisas ... o que me leva a projetar que mesmo que tivesse o melhor de tudo ainda assim por vezes me encontraria triste e insatisfeito.
  Se não fosse algo em minha vida seria com algum acontecimento no mundo, tentaria colaborar no que fosse possível, mas como ninguém conserta o mundo, meu estoque de tristeza e insatisfação estaria garantido para o resto da vida.

  Se a tristeza é natural, se a insatisfação é natural vamos suporta-las até desenvolver a capacidade natural de lidar com elas.

  Não levarei minhas filhas a algum psicólogo porque espero que elas aprendam a conviver com seu "vazio existencial".
 (Não noto nenhum comportamento fora do esperado em minhas filhas, é evidente que se você percebe que seu filho está muito “desajustado” deve procurar auxílio médico.)

  No entanto o "freudianismo" que tomou conta da nossa cultura sugere que a "felicidade" é natural em nós, quem não é feliz tem algum distúrbio mental.

  Corremos para o médico, ele diz que estamos com depressão, acreditamos que estamos com depressão e assim criamos um exército de drogados, com remédios para dormir, para ficar acordado para nos sentirmos estimulados.
  Em pouco tempo sem os remédios não suportamos a vida porque realmente agora estamos deprimidos.
  E dá-lhe ansiolíticos.

                                               

  Ansiolíticos são drogas, sintéticas ou não, usadas para diminuir a ansiedade e a tensão.
  Afetam áreas do cérebro que controlam a ansiedade e o estado de alerta relaxando os músculos.

 

  Meu problema com os ansiolíticos é que eles inibem a ATITUDE.

  Você precisa "ser direto" com seu chefe, sua esposa, seu amigo folgado,  precisa mostras seus limites a eles, suas insatisfações. 
   Porem os remédios impedem essa atitude, as situações vão sendo empurradas com a barriga e vamos transformando a tristeza em depressão, afinal desejamos tanto essa situação, as pessoas acham tão "chique" serem diagnosticadas como deprimidas.
  Dizem que é estresse emocional pela correria da vida moderna!
  É a pressão!
  Como se a vida de nossos avós fosse um mar de rosas...

  Por favor, não saia por aí "gritando" com os outros.
  Lembre-se que o objetivo é adaptação.
  Na maior parte das vezes o chefe, a esposa, o amigo, não são "intencionalmente vilões", eles também não conseguem estar sempre alegres e bem dispostos.
  Estão tão sujeitos as dificuldades da vida quanto você.

  Sentiu aquela tristeza tente pelo menos ser educado, civilizado, faça o que tem que fazer, evite tomar grandes decisões, entenda que se a tristeza é natural em nós a alegria também é, esperemos um pouco e logo a alegria volta a aparecer.
  Amém?

  CARPE DIEM!


  Você pode ignorar a realidade, mas as consequências reais te alcançam do mesmo jeito.
  Por isso prefiro o realismo.









Dezembro 2023







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