😒"Golias nasceu depois na Índia, e continuou um louco, devido à sua não identificação do seu valor perante as sociedades."
(Nihil)
(Nihil)
A Nihil é budista reencarnacionista, está sugerindo que aquele Golias morto por Davi continuou um tanto louco em outras existências devido ao "bullying" que sofreu quando encarnou em um corpo muito grande, fora do padrão estético.
É uma provocação bem doida 😏, mas vou aceitar.
Não gosto de viajar nessas especulações baseadas em reencarnação e herança genética, elas se adaptam a qualquer teoria por mais fantasiosa que seja.
Sou o que sou hoje.
Logo, qualquer ranço do passado deve estar muito diluído na minha situação atual.
Vamos supor que eu tenha sido mulher na existência passada e apanhava muito do meu marido.
Agora encarnei homem, o que deve acontecer?
a) Tenho que detestar outros homens, por trauma.
b) Vou bater na minha esposa, reproduzindo uma situação que vivi.
c) Tomei consciência do mal que fiz e vou compensar sendo subserviente a qualquer mulher.
Podemos ir especulando inúmeras situações nos mais variados graus e “justificar” cada uma delas de acordo com nosso “agrado”.
Os reencarnacionistas dizem que o que aconteceu no passado afeta em grande parte meu presente.
Nesse plano de pensamento onde estamos aceitando que acontece a reencarnação é admissível que ocorrências em uma existência afete a próxima, mas determinar como um trauma de outra existência irá afetar meu comportamento atual é viajar demais na maionese.
Quero dizer que mesmo o "espírito" de Golias reencarnando em um corpo "normal", ficar revoltado por uma situação passada que ele nem se lembra mais é viajar muito na maionese.
Em verdade vos digo que é uma apropriação de teorias psicoanalíticas.
Ou as teorias psicoanalíticas são uma apropriação de ideias reencarnacionistas?
Explico.
O Hinduísmo é a religião mais antiga, há milhares de anos já falava em reencarnação e seus processos.
A diferença é que para psicologia não existem espíritos, logo, não existe reencarnação.
Mas existe a "primeira infância".
“Primeira infância" é o nome dado aos primeiros anos de vida, em particular, os cinco primeiros, que são marcados por intensos processos de desenvolvimento.
É uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo, pois o cérebro absorve todas as informações, as respostas são rápidas e duradouras.
Estudos demonstram que é durante a primeira infância que o cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios.
Até os 3 anos de idade, as cerca de 100 bilhões de células cerebrais com as quais uma criança nasce desenvolvem 1 quatrilhão de ligações.
O número é o dobro de conexões que um adulto possui.
Aos 4 anos, estima-se que a criança tenha atingido metade do seu potencial intelectual.
Levando-se em conta o aspecto legal, a primeira infância compreende o período que abrange os primeiros 6 anos completos.”
[Wikipédia]
É uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo, pois o cérebro absorve todas as informações, as respostas são rápidas e duradouras.
Estudos demonstram que é durante a primeira infância que o cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios.
Até os 3 anos de idade, as cerca de 100 bilhões de células cerebrais com as quais uma criança nasce desenvolvem 1 quatrilhão de ligações.
O número é o dobro de conexões que um adulto possui.
Aos 4 anos, estima-se que a criança tenha atingido metade do seu potencial intelectual.
Levando-se em conta o aspecto legal, a primeira infância compreende o período que abrange os primeiros 6 anos completos.”
[Wikipédia]
Devido a psicanálise lidar com um espaço de tempo bem menor as correlações de traumas na primeira infância com comportamento na fase adulta são mais observáveis.
Porém continuamos em um campo muito especulativo, pouco preciso.
Eu não lembro bem de coisas que ocorreram até meus seis anos.
Vamos supor que eu vi meu pai bater na minha mãe e isso me traumatizou.
(Não lembro, mas é uma ocorrência bem provável).
Como isso afetou meu comportamento?
Eu nunca tive desejo de violência contra minha esposa.
E se eu tivesse, seria "justificado" pela violência vista na primeira infância!?
Mas não quero flutuar hoje por essa brecha, vamos para algo igualmente interessante.
Psicanalistas também se apropriaram (ou quiseram "justificar" "cientificamente") certos fenômenos apontados por reencarnacionistas como resquícios de existência anterior.
Falam de:
1- “Memória celular é uma hipótese que postula que memórias, hábitos, interesses e gostos podem ser memorizados por outras células do corpo humano para além dos neurônios.”
2 - “A lei da HERANÇA ANCESTRAL de Francis Galton considera a herança na sua totalidade.
Características hereditárias de um indivíduo não vem apenas dos pais, mas também dos ancestrais mais remotos.
Assim, traços de nossos mais remotos ancestrais poderiam ser encontrados em nós e esta herança passada frearia mudanças repentinas.
As exigências darwinianas de um mecanismo para mudanças imperceptíveis e lentas na evolução estariam então satisfeitas.”
(Memória Celular fica para outra meditação, não quero complicar ainda mais esse texto.)
Sei lá, um garoto de 5 anos tocar Mozart e creditarmos isso a uma "Herança Ancestral" é bem complicado.
Vejam esse caso.
Meu sobrinho mais velho é casado e já tem um filho com o nome de um profeta bíblico o qual não sou muito simpático.
A criança é linda.
Quem me ver ao lado da criança não tem como dizer que eu e ela temos algum grau de parentesco.
Até onde conheço de DNA, um teste não seria conclusivo para provar que eu e o filho do meu sobrinho temos alguma ligação familiar.
Não precisa ser PHD em Biologia para entender, basta o raciocínio lógico.
O DNA da minha irmã se misturou com o do meu cunhado gerando meu sobrinho.
Meu sobrinho casou com uma moça com DNA diverso da minha família.
Logo, a criança é a mistura da mistura do DNA de minha irmã, não há traço "conclusivo" do meu DNA na criança.
Muito menos do meu pai que gerou eu e minha irmã, que já somos misturados com o DNA da nossa mãe.
Veja que estamos falando de um curto espaço de tempo.
Eu e minha irmã estamos vivos, não dá nem para dizer que passou uma geração.
Vamos supor que o filho do meu sobrinho goste muito de escrever, dizer que ele me "puxou" é viajar demais na maionese.
Muita gente gosta de escrever.
Dizer que "gostar de escrever" é herança genética ou lembrança de existência passada é especulação sem base científica.
Vamos supor que o filho do meu sobrinho fosse um daqueles geniozinhos com alfabetização precoce e já escrevesse bons romances aos 6 anos.
O mais eficiente é dar aqui e agora oportunidades para que desenvolva seu talento.
Se ele é a reencarnação de alguém ou herdou o talento de um ancestral distante fica uma discussão muito menor.
Observar uma mulher (Masoquista) que não liga de apanhar do marido e dizer que isso é resultado de uma herança genética dos tempos das cavernas... não sei nem o que comentar.
Já li em um livro espirita que uma pessoa negra se sentia inferiorizada devido a lembrança da escravidão em outra existência.
Para isso temos que pressupor que esse espírito sempre encarnou em um corpo de pele escura.
Seria uma nova lei da reencarnação!?
Ou tal qual o Golias do início do texto o "bullying" em uma existência deixa marcas eternas...
O texto está ficando longo e não gosto de textos muito longos, gosto de ser conciso.
Isso é uma herança ancestral, um ranço de existências passadas?
Não lembro de meu pai, mãe, avós ... gostando tanto de ler, escrever, FILOSOFAR.
Sei lá!
Filosofar pode ser uma característica da minha "alma".
Quando fui branco, preto mulher, índio, soldado...essa minha marca, esse meu sinal me acompanhou.
Dizer que gosto de filosofar com textos concisos por herança genética de um tataravô é um tanto complicado.
Meu DNA já está tão misturado que meu gosto por Filosofia pode até ter surgido ao acaso.
Enfim, tenho conhecimento dessas teorias de Existências Passadas e Herança Ancestral moldando comportamentos.
Mas prefiro agir na realidade que eu posso efetivamente atuar.
Se alguém roubar que seja preso, se realiza um ato heroico que seja homenageado.
O que ocorreu na primeira infância ou vidas passadas não tem nenhum peso no que vou decidir HOJE.
Não ignoro especulações, mas prefiro decidir baseado em FATOS.
Decifra-me ou te devoro!
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