sábado, 28 de julho de 2012

Virando Bicho

  

  "A sabedoria serve de freio à juventude, de consolo aos velhos, de riqueza aos pobres e de ornamento aos ricos."
   (Diógenes – Nasceu cerca de 400 anos antes de Jesus Cristo)



  Como surgem os mendigos?

  Há gosto para tudo, inclusive para viver nas ruas.
  Vi uma matéria na TV Record onde pessoas que não tinham necessidade de ser andarilhas, eram.
  Um caso clássico de mendicância por opção é:

  Diógenes de Sinope foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates.
  Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto.”

    



  Houve duas fases da minha vida que pensei demais em suicídio, 14 e 18 anos
  Sou bem capaz de entender uma pessoa que desiste de tudo.
  Se matar não é fácil, nosso instinto de sobrevivência é muito forte.
  Observo que muitos sem força para viver e sem coragem de se matar vão vivendo como zumbis, um dia após o outro vivendo do que aparece.
  Para alguns ocorre a mendicância, outros viram viciados em algum entorpecente [legal ou ilegal], as duas situações podem ocorrer juntas.

  Tem pessoas que desabam diante de um grande amor perdido, a morte de ente querido, desapontamento profissional, doença, queda brusca do padrão de vida, diante de algum vicio incontrolável.

  Cada mente tem sua força (ou fraqueza), isso é muito individual difícil de quantificar, eu desabei diante de muita dificuldade.
  Vou falar de um dia que me veio à mente agora.
  Trabalhava na metalúrgica, meu primeiro emprego registrado.
  Na empresa tinha aqueles aquecedores de marmita em “Banho Maria.”
  Recipiente como uma grande bandeja com resistência elétrica e água, a resistência aquece a água, a água a marmita.
  Os colegas de trabalho fizeram algumas piadas com o fato da minha marmita estar boiando na água.
  Não era para menos, ali só havia 2 ou 3 colheres de arroz e um pouco de chuchu.
  Meu vizinho tinha um pé de chuchu na cerca que dividia o quintal, o chuchu nasceu do lado “favorável” da cerca.
  Chuchu pega fácil, nós também tínhamos, mas os nossos já havíamos comido todos.
  Nesse dia, depois do “almoço”, enquanto não chegava a hora da volta ao trabalho fiquei deitado na calçada sem nenhuma vontade de levantar, me sentia literalmente um lixo.
   Sei lá!
   Eu poderia ficar vagando pela rua vivendo do que me dessem e se não me dessem nada... eu morreria e daí!?
  Não, não foi o “bullying” dos colegas que me deprimiu.
  É uma situação muito difícil quando você luta com todas as suas forças, trabalha duro, e mesmo assim lhe falta o que comer.😥
   Ali deitado naquela calçada eu meditava sobre a vida e me perguntava “para quê viver”?

    Viver é complicado, há mentes por demais problemáticas que desabam diante de qualquer situação.

  Li que o filho do ator John Travolta aparentemente se matou com excesso de drogas.
  Pensem bem, diante do que essa mente desabou!?
  Perder o gosto pela vida não é coisa de pobre, não quero que essa meditação se resuma a uma questão financeira.
  Alguém que está lendo este texto pode estar muito deprimido apesar de não encontrar graves problemas em sua vida.
  O fato de ter uma vida razoavelmente boa e mesmo assim estar sem prazer em viver pode o encher de culpa o tornando mais deprimido ainda.
  Não se condene tanto, viver é complicado mesmo, você não está sozinho em suas angustias.

  Por mais que nós enquanto sociedade melhoremos não dará para “salvar todos” da depressão, de se sentir um lixo.

  O “inferno” é antes de tudo uma construção mental.
  Raul Seixas (outro bom exemplo) não tinha motivo para a “autodestruição".


   "Eu devia estar feliz pelo Senhor, ter me concedido o Domingo, pra ir com a família, no Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos...,
   Ah! Mas que sujeito chato sou eu, que não acha nada engraçado, macaco, praia, carro, Jornal, tobogã
  Eu acho tudo isso um saco..."
   (Raul Seixas)

  No entanto esse texto é para os "deprimidos pela situação".
  Quando os problemas são reais, urgentes, não são só “construções mentais”.

  Aqueles que estão se sentindo um lixo devido uma série de problemas em que eles foram jogados, não foi algo que por suas ações ou disposição mental construíram.
  Falo de crianças que nascem em situações difíceis, trabalhadores em sub empregos onde por mais que se esforcem não conseguem uma condição aceitável de vida.
  Falo de amor, sexo, religião, dinheiro...coisas que fazem tão parte da vida de todos nós e por não sabermos lidar com elas, nos enchemos de culpa, nos sentimos um lixo diante de tantos dogmas, tantas contradições.

  Não tenho fórmulas magicas, não tenho muito para falar, esse texto antes de tudo tem que ser SENTIDO.

  Sei o que é se sentir um lixo, péssima situação mental para estar, tão ruim que até "ilusões doutrinarias ou ideológicas" são preferíveis.

  O inferno é antes de tudo uma construção mental e o que você constrói em sua mente eu não tenho como ter acesso, esse é um autoconhecimento, uma viagem que só você pode fazer.

  Aqui no Blog tento decifrar enigmas do inferno que nos é imposto pelos outros, pelos “conceitos vigentes”, aquele inferno que apesar de termos nascido com uma boa mente ela é deteriorada pelo ambiente.

  Situações que nos tornam um ser deprimido e deprimente, um mendigo que não quer ser mais nada, nem mente, nem gente, apenas lixo, apenas bicho...



Nota: “Nesse texto” entendam inferno como uma agonia extrema física e/ou mental em nosso mundo mesmo, sem nenhuma conotação “espiritual”.





 
  Acredito que tenho despertado mais interesse das pessoas por Filosofia.
  (Pelo menos os xingamentos reduziram em 50% 😏)

  Agora com a Internet, o interesse por Filosofia pode levar a humanidade a um salto de qualidade sem precedentes.
  Os atuais confrontos são naturais, muita gente estava “adormecida”.

  Infelizmente o “Marxismo” e “Psicologismo” dominaram os últimos 100 anos.

  Eram ideias interessantes, mereciam ser testadas e foram.

  É HORA DA FILOSOFIA RESSURGIR COM FORÇA.
 
  Para quem não gosta de textos (a minha especialidade) encontrei esse site muito bom.
  Já vi uns dez vídeos e aprovei todos.
  Tem a isenção “possível”.

  Esse é do companheiro Diógenes.
  O que me ocupou semanas (prazerosas) de leitura bem resumido em poucos minutos.












.


8 comentários:

William Robson disse...

“Não preciso da boa e excelente aprovação de ninguém para aquilo que eu faço,” [Daniel]
-~-~-~-~-~-~-~~-~-~-~~-~~-~-~~-~-~-~~--
Quem disse que eu aprovo seu ato de queimar coisas!?

Você de livre e espontânea vontade postou uma narração sujeita a comentários eu apenas comentei...

Esta semana um colega que se diz muito religioso me contou de uma discussão familiar, a solução para ele é desmontar e jogar no lixo um guarda roupa novo!!!!
Tanta gente ficaria alegre com um guarda roupa novo, mas ele prefere jogar no lixo... é lamentavel...

Daniel disse...

Não sou o seu colega. E de verdade, tenho um jeito diferenciado de ser e de agir. Quando eu disse que eu não preciso da boa aprovação é porque eu não pensava que voce fosse querer me apoiar, mas dai denigrir-me por eu ser o mais insensato e insensível do mundo já é outra história.
Não preciso seguir uma rotina de exercícios e uma de meditação para ficar bom física e mentalmente, porque logicamente eu não me deixo estar sujeito a coisas inconstantes que prejudicam nossa integridade física. Não fumo, não bebo, nem sou mente fraca, e falar besteira só no ouvido de mulher safada. Eu nao falo besteira, porque isto me prejudicaria, e para isto que eu disse agora: voce deve interpretar como o conto da verdade, que quando voce mente voce nao tem firmeza e é instável, e isto prejudica a qualquer um. Ninguém se firma na mentira. Falo a verdade porque dela eu me fortaleço.


Mas voce e muitos humanistas parecem querer minha atenção para o que vão dizer do que é certo a se fazer numa situação. Caso eu aja diferente, isso será tratado como intolerável, e para voce eu serei a escória da sociedade. Interessante.
Eu ajo livremente justamente para também não precisar contar com o aval de ninguém.
A boa lógica é aquela que se tem sozinho.

tripitaka 523,de bom dia ao sr.! disse...

Não esqueço mais do "Inventor de Mundos".
Hoje à noite,ou amanhã cedo,ele será linkado no "Onírica".

Minha sorte de agora, é essa.
A de "inventar "mundos extra" e "mundos aqui mesmo".
Desejo crescer em minha "síndrome da teofania",pois estou precisando.
É necessário ter um,ou alguns ideais,que nos motivem.
Senão,qualquer patuscada que ocorre,pode mesmo nos derrubar no chão.

Sei o que é "desabar por dentro" e mesmo assim,manter a aparência de "forte".
(quantas vezes vivi isso...)
Então,por mais que eu deseje,não vou conseguir ter uma amizade muito próxima com o Teacher.
Ele é a antítese do ânimo do qual carecemos.
Ateus podem ser ateus,mas precisam pelo menos,ter alguma confiança no intangível.
Pois a vida é intangível.
Apenas as funções do organismo são visíveis,mas a história que move os circuitos todos,não é concreta.

Outros céticos e "atoas" que encontramos,são bem mais...digamos...positivos.

Não se assuste, mas ando tentando roubar o fogo de Prometeu.
O conjunto existente de dificuldades nos constrange,mas também nos envergonha quando "todo mundo acha tais problemas tão normais..."
...e eu me vejo como uma formiga gritando.

Em fases difíceis, ficamos sensíveis também ao que ocorre aldeia afora.
Nessas circunstâncias,quando vemos uns absurdos "pela cidade",reclamamos,e nos espantamos com a indiferença popular.
Concluímos que estamos mesmo no país merecido.

Preciso retomar a complacência.
Ela não é a solução,mas confere a calma para pensar.
Para pensar,nas soluções.

Um dia,terei algum tipo de poder.
Mesmo sabendo que "o preconceito contra os mais simples" vigente em nossa terra,separa bons e ruins,ricos e pobres.
No fim das contas,cada um de nós,está sozinho,em suas encrencas.

A conexão 3G,não funciona bem.
Vamos falar ao telefone,ninguém escuta.
Vamos andar nas ruas,não conseguimos.
Vamos no médico,o médico faltou.
Esperamos o ônibus,ele não passa.
A tela do Banco,avisa que "depois de três tentativas,o cartão será bloqueado".
O meu,foi bloqueado,depois de "duas tentativas".

(mas minha vingança "sará maligrina".
As operadoras de internet estão interditadas,os médicos estão chipados, desbloquear um cartão de banco,é fácil,etc.)

Sei que dirão que nada disso significa muito.
Eu não gosto de falar na vergonha que às vezes,estarmos vivos,parece ser.
Então,se reclamo,me mantenho na margem do caso,não consigo ir muito além.

É o meio social,que discrimina todo e qualquer número humano,que nos induz a essa vergonha,que umas vezes,é insuperável.
Aí,o jeito,é começarmos a nos "vestir de glórias".
Contudo, ainda não aprendi a almejar a felicidade para "depois da vida".
Meu plano é "alcançar o nirvana aqui mesmo" e depois,perpetuá-lo em outras paragens.

Seu texto ecoou "meu estado de alma atual".
Não tenho palavras para expressar o que senti,e por ora,não consigo imaginar versos.
(a inspiração "está dando um tempo").

Desejo um ótimo dia ao sr.e aos leitores.
Estou muito feliz com o blog!

Agora,poderei limpar alguns links do Favoritos,que davam acesso a textos daqui,quando eu queria fazer consultas.
Vai ficar tudo reunido num local mais fácil.

Até breve.
Um abração em todos,e em nosso amigo Diógenes-
antibuda preferido meu, personagem que gosto de esculhambar e pichar,mas que teve suas razões para se sentir como se sentiu.
Não podemos jamais criticar aos outros.
Ou corremos o risco de passar pelo que eles passam(ou passaram) para entendermos o que de fato lhes ocorreu.

°°°°°°°°°°°

William Robson disse...

“Caso eu aja diferente, isso será tratado como intolerável,”
-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~~~-~~-~-----
Eu não faço e não farei igual, não disse que não tolero.
O presente foi dado a você e faça com ele o que quiser, inclusive queimar.
Lamentar é diferente de não ser tolerante.

Daniel disse...

Eu já devo ter passado um momento assim, mas já não me lembro.

Acho que quando estamos nos "construímos" facilmente nos deixamos ser afligidos por um montão de coisas, e a realidade de qualquer um parece ser mais saboreável que a nossa.
Mas todo o mal está no que nos contamina de verdade, e para isso a bíblia traz uma importante lição, ela diz que o que sai da boca do homem é o que o contamina. E se falamos asneiras é porque nelas acreditamos, e aquilo se fortifica dentro de qualquer mente e coração fraco se tornando um peso. E a pessoa já contaminada pelo seu mal não tem palavras de animo para ninguém, nem para elas mesmas.

Mas há também algo .. a bíblia nos orienta que devemos meditar somente : ..Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

Filipenses 4:8-9

E pede ..
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.

Filipenses 4:6-7

Pede para que não estejamos inquietos.

Eu jamais gostei de chuchu, e nem de nenhum tipo de verdura.

Daniel disse...

construindo..

pobre tripitaka 523, disse...

Editei quatro vezes,e o texto,mesmo assim,ficou ruim.

Perdi uma chance.
Não há como reescrever.
Acho que realmente,não ando podendo falar em certos temas,atualmente.
Mesmo que a crônica tivesse ficado aceitável,teria ficado "fraca".

Até depois a vcs.(ou quem sabe,até amanhã)

tripitaka 524 disse...

Farei um segunda réplica melhor ao texto do sr.William.

Ontem,no ônibus para Guarulhos,eu vi uma moça cega,e ouvi sua história.
Ela conversava com o cobrador.

A família internou-a num colégio para deficientes físicos,na infância,mas ela foi a única que dali saiu,para trabalhar fora.
Mal chegada à maioridade,já andava pela cidade inteira.
Levou uma vida normal,teve seus casos amorosos,casou,e se tornou a mãe do filho de um sr.divorciado.
Atualmente,devido às suas ocupações de dona de casa,seu único trabalho fora,é vender material escolar nas conduções.

Foi uma lição para mim,e para os que ouviram.
O destino pode ter suas vicissitudes,pode ser cruel e indecente conosco,mas possuímos "força vital" e podemos usá-la,na construção da nossa biografia.

Isso é ensinável às crianças.
Eu vejo na sua autodescrição dos catorze anos de idade,um menino desamparado por boas prosas,e que por isso,demorou a encontrar "amparo em si mesmo".
Também,quando encontrou, encontrou um mármore dentro de si,hem...(hehe!...)

O sr.é generoso,por dividir sua experiência com os que precisam.
E com os que carecem de bons exemplos.

Por ora,só posso achar isso bonito.
Uma boa noite,então.

(acho que esse texto de agora,fez mais sentido do que o primeiro do que o primeiro que escrevi)
Algum dia,contarei minhas superações também.