segunda-feira, 23 de julho de 2012

Filosofia Inútil

  
 “É verdade que não podemos encontrar a pedra filosofal, mas é bom que ela seja procurada; procurando-a, descobrem-se muitos bons segredos que se não procuravam.”
  [Bernard Fontenelle 1657 a 1757]


  'Pedra filosofal é um objeto ou substância lendária com poderes incríveis, capaz de transformar qualquer metal em ouro.
  Um dos objetivos da alquimia era a criação da pedra filosofal.
  A pedra filosofal e os seus poderes estão relacionados com a transmutação e a vontade de criar que existe dentro de cada ser humano."
 [Significados]

  A maioria não gosta de gosta de Filosofia porque dizem que são textões que não chegam a “conclusão definitiva” sobre nada.

  Para tornar a meditação mais atrativa tento não escrever textos muito longos.
  Se o assunto é complexo (ou muito provocativo) divido em sequências.
  No entanto, se a pessoa gosta mesmo é de mensagens curtas tipo Twitter ou WhatsApp ... qualquer coisa acima de dois parágrafos é textão, aí fica difícil, não tenho a “pedra filosofal” contra a preguiça de ler.

  Porque em geral filosofar não nos traz respostas definitivas?

  É o que repito a exaustão, A VIDA NÃO É EXATA!

  Peguemos qualquer assunto sexo, amor, violência, economia, educação... por mais que filosofemos sempre há mais coisas para ponderar e as opiniões são as mais diversas.

  Confesso que não entendo porque as pessoas esperam respostas definitivas da Filosofia se nem a ciência e a religião apresentam satisfatoriamente esse tipo reposta.
  Me responda cientificamente o que é o amor?
  Me responda religiosamente o que é o amor?

  Sempre fica uma ou várias pontas soltas.
  Então devemos parar de pensar no amor?

  Um cobertor mesmo com pontas soltas é capaz de nos aquecer, nos proteger do frio.
  Dependendo do clima este cobertor esfarrapado pode ser a diferença entre a vida e a morte; uma noite fria suportável ou muito sofrimento, pergunte a qualquer sem teto.
  Vamos a um exemplo conceitual para não ficarmos pensando, pensando sem concluir nada.

  O amor acontece várias vezes na vida da pessoa.

  É, estou afirmando.
  Como deduzimos isso?

  Observando namoros que acabam, casamentos que acabam, as pessoas continuam a viver e se apaixonam novamente.
  Se você tem uma certa idade deve se lembrar daquele grande amor da quinta série que parecia insubstituível até que apareceu outro no colegial.

  Vários fatores interferem no número de amor que teremos, se fossemos meditar sobre todos ficaria um enorme/interminável textão.

  Para não pensar sobre tudo ... pensamos em alguma coisa, selecionamos um “plano de pensamento”.

  Porque na adolescência fugimos de algum compromisso sério mesmo quando alguém se torna um “vicio” em nossa vida?

  O amor nos leva a uma relação fechada e estável, quando somos jovens gostamos/precisamos da experimentação.
  Como ter certeza que estamos com a pessoa “certa” se nunca estivemos com outra pessoa?
  Raras vezes o “primeiro amor” resiste a tanta tentação.

  Mesmo depois de adultos, quando já tivemos algumas parceiras, certas definições são impossíveis.
  Quem é a pessoa certa?
  Aquela que nos faz resistir a novas experimentações?

 “Os casamentos no Brasil duram, em média, 15 anos.
  Em média, os homens têm 42 anos quando se divorciam.
  As mulheres têm, em média, 39 anos quando encerram um casamento.”

  Se considerarmos que entre os que superam esses dados estatísticos em algum momento há uma “experimentação” extra conjugal o conceito de “pessoa certa” fica restrito a uma porcentagem mínima difícil de ser localizada se pesquisarmos a fundo a vida de qualquer casal.

  Em nome de um bem maior que é a família muitos calculam o “custo/benefício” e preferem encerrar as “experimentações”, até porque fica fácil perceber que a “alma gêmea”, a “pessoa certa”, o “amor verdadeiro” ...são sonhos de perfeição que não resistem a realidade.

  Filosoficamente percebemos fácil que não juntaremos todas as pontas desse pensamento, não chegaremos a uma resposta definitiva, mas algo fascinante acontece nesse processo de meditação.
  Como em uma equação de segundo grau reduzimos todas as incertezas a duas possibilidades e diante delas decidimos como agir.

   


1 - Podemos concluir que o fim de um amor não é o fim do mundo, se esperarmos um pouco e nos mantivermos abertos outro amor surgirá.

  Esse cobertor esfarrapado, essa resposta parcial, pode nos proteger do frio pensamento que não podemos viver sem alguém e que nunca mais voltaremos a sorrir depois que um amor se for.
  Essa descoberta que a Filosofia nos trouxe faz toda a diferença quando estivermos com o coração partido querendo desistir de tudo, querendo matar ou morrer.

2 – Podemos perceber que estamos em uma relação boa e que buscar uma relação ótima é só ilusão.

  Corações não precisam ser partidos, sua relação com uma pessoa não tem como ser perfeita porque relações perfeitas não existem.
  Os sonhadores vivem varias e “ótimas” paixões.
  Acontece que o ótimo, a felicidade acontecem em breves momentos, não são feitos para durar.
  Os realistas vivem bons casamentos duradouros.

   


  O que é certo?
  O que é errado?
  Se você busca a Pedra Filosofal, a solução definitiva para todos os seus problemas... a Filosofia tem pouco a lhe oferecer é melhor procurar uma religião e viver de ilusão, inventar uma realidade.
  Um Filosofo tem que pensar grande, buscar desvendar os enigmas do Céu e da Terra, mas se faltar sensibilidade para observar as pequenas soluções [deduções] que ficam pelo caminho tudo não passará de um meditar, meditar sem melhorar em nada sua vida.

    Se a Filosofia não serve para melhorar sua vida e das pessoas a sua volta... não serve para NADA!

  “Não posso ensinar nada a ninguém, só posso fazê-lo pensar.”
  [Sócrates]

  A filosofia útil nos faz identificar as pontas soltas e uni-las da maneira mais eficiente possível, sem a ilusão de encontrar uma solução ou resposta definitiva para tudo.



 “A Filosofia é a que nos distingue dos selvagens e bárbaros; as nações são tanto mais civilizadas e cultas quanto melhor filosofam seus homens.”
   [René Descartes]












-




 .

8 comentários:

emaranhado 20,de bom dia! disse...

Por acaso,o sr.conseguiu ler ao último replicante?
(vou passar a ter um mini-dicionário de inglês aqui na mesa ao lado.)

William Robson disse...

“Por acaso,o sr.conseguiu ler ao último replicante?”
-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~-~~-~-~-~-~-~~-~-~-~~-----
Não sei se são os mesmos, mas o primeiro esta aflito com a situação da Síria e o segundo gosta deste Blog e me pede dicas de como montar um Blog.
Ou pelo menos foi isto que eu interpretei.
A dificuldade é que uma expressão em um país pode não ser facilmente entendida em outro.
Se eu escrevo: A Síria é a “bola da vez”.
“Bola da vez” pode soar sem sentido para um povo que não conhece esta expressão.
Os tempos verbais também alteram muito o sentido de uma oração.

Eu também terei que melhorar meu Inglês...

Encrenca 972 disse...

Os "quase primeiros amores" que vivemos,são sonhos.
Um ou outro poderia se concretizar na idade adulta.
Seria então uma relação do tipo "amizade",e pautada por um respeito mútuo antigo.(problema,é que nos mudamos muito de endereço,na infância)

O amor da adolescência,é mais mágico,e costuma ser marcante,pois é a eleição de uma personalidade que consideramos ideal como exemplo,e como companhia.
Mesmo que aconteçam outros namoros,os parceiros(as) costumam se parecer todos com o primeiro(ou com a primeira).
Felizmente,em grande parte dos casos -esse "imago" costuma ser um elemento(ou uma "elementa") razoável.

Se essa paixão- que ainda é um sonho- embora não percebamos,não se realiza, amadureceremos de qualquer jeito(pois o tempo passa).
Nossas "relações de édipo" mudam de novo.
O novo "protótipo amoroso" tem um pouco do "verdadeiro primeiro príncipe ou princesa",mas é um tipo mais real,e que nos desperta especialmente, a porção passional(ou sexual) adormecida em nós.
Claro que já conhecíamos os "caminhos eróticos da conduta",mas nesse caso,eles passam a ser quase um "modo de viver".
E nesse novo "amor modelo",existem também,as afinidades eletivas.

Talvez esse ainda não será o "príncipe de uma vez por todas", se apesar de adultos,não temos uma visão muito real de quem somos.

Enfim,existem os amores "puxados para a amizade" que podem ser os que acontecem entre os que se conheceram na infância.
O casamento mais comum,é com pessoas que encontramos entre os catorze e os vinte e seis anos.
Esses parceiros(as) tendem a ser idealizados a vida toda,mesmo depois do divórcio.

Na fase "madura" -os amores então iniciados,tem uma conotação cinestésica.
Ou eu penso que esse seria o natural.
Talvez,em grande parte dos casos,eles não vão em frente.
Muitos que casam "tarde" ainda continuam se unindo a elementos que os teriam fascinado na adolescência.
Seus amores continuam sendo "príncipes e princesas".
A diferença,é que existe mais realismo sobre o que se pode esperar dos "criscoroados".

Paixões mais "sensuais" exigem um desembaraço maior,e uma maior paciência com a diferença.
Não são soluções para todos,pois os que permaneceram "infantis",depois de adultos,caso viverem casos assim,e os perderem,irão cair em depressão,ou irão cometer desatinos.

Existem as "almas gêmeas".
Não devem ser procuradas.
(falei no tema,num texto inicial para o blog)
Se bem que quando as encontramos em quaisquer situações em que já temos compromissos amorosos,não corremos perigo de desmanchar nossos namoros ou casamentos,se estamos apaixonados por nossos parceiros(as).

O contato entre "almas gêmeas" é bonito,e existe uma solidariedade entre essas pessoas,que as impede de dar prejuízo uma para a outra.
Se ambas percebem que a sintonia entre elas,pode trazer o ruim para suas vidas,a separação é imediata- e consentida.
Ou seja,esses amigos adiam o colóquio.

Essa foi a minha dissertação.

Outros(e outras) poderiam escrever que o verdadeiro amor acontece uma vez só,e que é só de um tipo.
Os místicos contariam que "vale a pena" abrir mão de todos os amores possíveis,para procurar a "alma-gêmea".
Os sonhadores recomendam a tentativa de realização em paixões eminentemente sensuais.
Tem os que acham que "amor não existe,o que existe,é uma troca de interesses,e de energias".
O menino e a menina coram,quando falam em seus melhores amigos e amigas,e não sabem se "é ou vai ser,o amor".
Os que não esperam nada,pensam que Deus e que as emoções os abandonaram.

O sr.Hosaka,deseja a Princesa,mas deu certo mesmo,foi com a Marcela.

O sr.Joaquim Fontes pensa na Safo,mas não sabe que a Safo se transformou em Nihil.
(hehehe!)

Etc,etc.

segue

972,parte 2 disse...

Passione,amores mil.

E a filosofia tenta medir a realidade,a irrealidade,a carne,e o espírito,a fome,a dor,o medo,o tangível,o intangível.

°
°
°
Vc deve estar se perguntando o que me aconteceu...(o que deu na Nihil...)

Ora,não importa...(hehehehe...!)
Digamos que ando saindo demais,e que eu vi alguém "que fez brilhar a alegria em seus olhos..."

Encrenca 974 disse...

Que saudade de uma poesia que escrevi(não sei em que caderno está) em que descrevi o encontro de dois namorados numa noite de lua cheia, que se descobriam vampiros...

...foi um "romance mico" que não sei se deixou saudade nos dois,mas deixou saudade em quem imaginou.

"Eu fiquei interessada em você
demos as mãos
saímos a caminhar
em plena noite de luar
começamos a nos beijar

eu chorei,como chorei
se decepção fôsse fatal
eu havia morrido
vi seus dentes começarem a crescer
quando recuperei meus sentidos
eu já era vampiro..."

Os monstros também amam.
(kkkk...!)
Que o digam Shrek e Fiona.

Desejo um dia de sorrisos a todos.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Daniel disse...

O amor. Ele realmente existe para quem quer acreditar na inexorável existência dele. E não está errado a pessoa acreditar e decidir viver por amor. E se assim for, é até melhor para a pessoa que vive não acreditando que seja o centro do universo e que pode fazer alguma coisa boa para mais alguém além dela mesma. Quem vive do amor não vive de ilusão, porque suas decisões enquanto a isso cobram dela um peso real e as consequências logo vem.

Melhor realidade é daquele que vive amando.

William Robson disse...

“Quem vive do amor não vive de ilusão,”... [Daniel]
$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$
Sentir amor não é ilusão, mas acreditar que não conseguiremos viver sem uma determinada pessoa é.
Os crimes passionais acontecem por causa desta ilusão que alguém é propriedade nossa e se não for nossa são será de ninguém.

Daniel disse...

Então a religião deve ter muito que ver com isso, pois que ensina que no casamento deveremos ser um, ou um propriedade do outro.


As pessoas dão os nomes que quiserem para seus crimes. Mas nenhuma escapa ao crivo de serem muitíssimo idiotas, e reclamam do fardo de haverem nascido um dia.