quarta-feira, 13 de junho de 2012

Acordo Social


  “O melhor é sair da vida como de uma festa, nem sedento nem bêbado."
  [Aristóteles]

  Devemos buscar maior poder sobre nós mesmos, mas que tipo de poder podemos exercer sobre os outros?

  Existe um controle social e um individual eles tem uma área de interseção, óbvio que são conceitualmente diferentes.
  Exemplo:
  Para o trânsito funcionar aceitamos coletivamente respeitar a legislação.
  Eu individualmente sou controlado pelo semáforo?
  De certa forma sim, eu aceitei esse “acordo social” ou pelo menos sou consciente sobre ter que acatar essa decisão da maioria.

  Respeitando a REGULAMENTAÇÃO de trânsito posso ir com meu carro para onde quiser, escolho a cor, carrego minhas coisas, decido para quem dar carona...
  Ser proibido de dar carona a uma pessoa sai fora do acordo social.
  Aqui em SP propuseram lei proibindo passageiro na garupa da moto, ainda bem que não passou.

  Logo, para a Sociedade funcionar eficientemente todos nós nos submetemos ao controle que surge do ACORDO SOCIAL, fora dele temos o direito de ter poder sobre nós mesmos.

  O que colocar ou não sob o controle coletivo é o grande embate de todas as sociedades, assim nasceram as Constituições.

  Até que ponto o Estado pode controlar/regulamentar nossas ações enquanto indivíduos?

  Há muitos temas recorrentes para desenvolvermos essa meditação, como essa sequência de textos é sobre drogas e seus efeitos continuemos nesse plano de pensamento.

  Você não bebe e não quer que ninguém beba por considerar a bebida um grande mal da nossa sociedade.
  Para proibir a produção e consumo de bebidas é preciso lei, um acordo social onde a maioria aprove essa medida.
  Enquanto você não consegue apoio popular e parlamentar suficiente, tem direito a liberdade de expressão para convencer outras pessoas a defenderem sua causa.
  Resumindo:

  Temos o dever de respeitar a lei vigente e o direito de através do convencimento tentar mudar.
 
  É o que faço em relação as drogas.
  Já fui xingado e “possivelmente denunciado” por fazer apologia a drogas.
  (Face e Google bloqueiam conteúdo sem grandes explicações)
 
   A produção e comércio de drogas são proibidos, esse é o acordo social vigente, tenho que acatar.
  No entanto é meu direito tentar mudar o acordo social vigente assim como outros tem o direito de tentar mantê-lo, esse embate sobre a regulamentação das drogas é bem contemporâneo.

  Sou maior de idade, não quero ser tratado como criança.
  Eu deveria ter o direito de consumir cocaína de boa qualidade caso tivesse vontade.
  (Não consumiria mesmo que pudesse, é só um exemplo)
  Atualmente não me apresentam resultados conclusivos de que ela faça mal se tiver boa qualidade e for usada com comedimento, o mesmo acontece com a maconha e outras drogas atualmente ilícitas.

  O crack é uma mistura química perigosa, estou convencido de seu efeito maléfico concordo com sua proibição.

  Até agora não me apresentaram provas conclusivas que o Ecstasy ou o LSD provoquem um grande mal quando de boa qualidade.

  Nosso problema é mais de qualidade do produto que o produto em si.
  Quer uma prova?
  Futuros médicos, engenheiros, advogados, administradores...consomem drogas em festas Raves e nem por isso são impedidos de concluir a faculdade ou exercerem suas profissões. 

  
Rave do Marcelo Rossi 😆


  Tudo pode matar, uma inocente ida a praia pode resultar em latrocínio, afogamento, acidente de automóvel.
  Estou dizendo que o acordo social de proibir o consumo de drogas é um acordo que tem que ser revisto, debatido.
  Não estamos conseguindo evitar o consumo e ele continua sem nenhuma REGULAMENTAÇÃO, gastamos um dinheiro incalculável no combate e o consumo só faz aumentar.
  Vejo pessoas dando como exemplo a diminuição do número de fumantes depois de uma legislação mais rigorosa.
  Eu vejo como um exemplo a meu favor, o fumar não é proibido é REGULAMENTADO será que é tão difícil entender esse conceito?
  Dentro das regras existe um comércio e indústria do tabaco, o produtor de fumo não é um marginal, o comerciante não é um marginal e nem quem fuma é um marginal.
 
  A imagem de alguém transtornado pelo uso de drogas realmente choca.
  Mas não podemos nivelar a humanidade tão por baixo.
  Regulamentar não é liberar geral sem nenhum controle, muito pelo contrário.
  “Pregam” que com a regulamentação das drogas todos ficaremos viciados.
  Isso é estranho porque hoje em dia quem se interessa em usar droga não tem dificuldade para conseguir.
  Só não usa porque não quer, sabe dos riscos e possíveis consequências.
  Eu e a maioria que não usa drogas iríamos começar porquê!?

  Para nos convencer da necessidade de manter essa guerra generalizada contra drogas nos mostram locais degradados como a cracolândia e historias terríveis de famílias com viciados.

  De maneira nenhuma devemos ignorar as tragédias, mas quem já frequentou (mesmo que por uma fase) as baladas sabe de pessoas que consomem drogas por diversão e seguem suas vidas normalmente.
  
  Naquela festa rave que você foi muitos consumiram droga, mas poucos tiveram a “vida destruída”.
  A maioria de nós sabe que excessos em 99% das vezes são prejudiciais, então evitamos.

  Para terminar.
  Podemos ver situações trágicas em qualquer ideologia, doutrina, movimento.
  Não consigo pensar em nenhuma situação humana onde tragédias não ocorram mesmo nas ações mais bem intencionadas.

  Acabei de ler uma notícia, serve como ilustração.

  "Os estupros vinham ocorrendo há muito tempo, porque ele tinha contato direto com as crianças.
   O pastor evangélico da igreja Assembleia de Deus Geraldo Pereira Nunes, de 69 anos, que foi preso na segunda-feira (23), em Manaus, no Amazonas, teria abusado sexualmente de pelo menos sete crianças em Curitiba, segundo a polícia. De acordo com as investigações, o acusado se valia de sua condição de pastor para ganhar a confiança das vítimas e usava, ainda, doces e dinheiro para atraí-las."

  A Assembleia de Deus é uma das maiores organizações religiosas do Brasil, podemos selecionar pessoas fracassadas que a frequentam ou frequentaram e pintar um quadro dantesco.
  Podemos evidenciar os casos de crimes cometidos por alguns de seus participantes ignorando a maioria honesta e trabalhadora que frequenta os cultos.
 
  Devemos declarar guerra a pastores evangélicos baseados no comportamento desse cidadão?
  E o caso de padre pedófilos!?

  Espero que você que passeia por esse Blog “pense fora da caixa”, comece a ter uma visão “holística” das coisas, pare de linearmente demonizar ou santificar produtos, ideologias, instituições ... tenha mais BOM SENSO!
  Tenha maior poder sobre si mesmo e muita reflexão sobre nossos acordos sociais.

  “As leis foram feitas para os homens e não os homens para lei.”
[John Locke]

   Essa frase é tão boa, pensei que fosse bíblica, mas não é.
  John Locke é um pensador do Liberalismo/Iluminismo...não estou surpreso.


                                         
  A religião é o ópio (droga) do povo?

  Se muitos precisam da Religião para se comportarem corretamente ou “suportarem” a vida, então não é bom que acabemos com as religiões.

"Prefiro pessoas viciadas em Jesus que em drogas."
[William Robson]

Repense:




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4 comentários:

  1. Olá,de novo.

    O pacto social prevê que não podemos cometer crimes.
    O uso de tóxicos,deixa as pessoas propensas a praticá-los.
    Eles podem ocorrer,mesmo quando se está na direção de um automóvel- ou quando se presta um mau serviço a um cliente.

    A regulamentação do comércio de tóxicos,aumentaria a demanda,entre os alcoólicos,e poria muitas instituições em "estado de emergência",o que eu vejo cada vez mais,mesmo sem a "regulamentação".
    O direito de se consumir tais produtos,é uma ficção,mas usarei um "parâmetro" que aprendi há pouco tempo,lendo alguns "liberais".(liberais,no sentido de partidários do liberalismo democrático.)

    Não existe o direito de eu me drogar,e prejudicar meus familiares,meus contatos profissionais(caso eu tiver uma profissão importante),e mesmo,aos passantes de uma rua,ou os companheiros de outros locais sociais.
    Todavia,em "tese" a regulamentação poderia existir para organizar o consumo.
    Para haver uma fiscalização mais eficaz de combate e controle ao vício.

    Todavia,mesmo isso,não seria possível.
    A polícia não dá conta das histórias comuns da cidade,e os políticos que elegemos,andaram retirando as verbas financeiras destinadas à segurança.
    Os hospitais não tem o básico para atendimento,umas vezes.
    Se numa emergência, ligo para um pronto socorro,aos sábados,o telefone não atende,porque há uma explosiva taxa de acidentes em fins de semana.
    (ninguém sabe como se movimentar-ou como se comportar,fora do ambiente de serviço)

    Então,adicionemos a esse panorama,o problema crescente causado pelos adictos.
    E a influência deles em todos os nichos da nossa insegurança do dia a dia.

    Teorizarei mais uma idéia.(para mostrar que não sou "tão ruim")
    O consumo de uma droga,pelo menos,sempre deverá ser permitido,pois não se sabe que "forças do inconsciente grupal" poderiam vir à tona,provocando tragédias comunitárias,se as pessoas não tivessem algum meio de estravazar as tensões.
    Mas,não pode haver mais do que uma droga em evidência.
    A legalização de uma cocaína por ex,teria que suprimir o álcool,e assim por diante.
    Todavia,isso não vai acontecer.

    E enquanto isso,eu,aqui,pobrinha,vivo constrangida pelos menores erros que cometo.

    A vida para os "não sortudos",às vezes,é sui-gêneris.
    Nem enxergar direito,muitas vezes,enxergamos.
    E tádos de nós se erramos num exame.
    Já era,a aprovação no vestibular,no concurso público,em seja o que for.

    Decidi que vou jogar fora dois dos meus modens.(quando os comprei,não tinha experiência com isso...)
    Não servem nem para o fogo.
    No próximo domingo,reclamarei na TIM,dos problemas de conexão.

    Minhas opiniões,razoavelmente fundamentadas,estão bem expressas em meus últimos artigos.(tentarei não retornar a esse tema)

    Desejo um bom dia,de lucidez e sobriedade,a todos nós.

    °°°°°°°°°°°°°

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  2. Sr.William,eu não acredito que o Oráculo de Delfos,um dia,não recomeçará a ser usado para finalidades religiosas.
    Quer apostar?
    Não poderemos cobrar a aposta um do outro mais,depois,pois talvez isso ocorrerá daqui a uns séculos.
    ~-~-~-~~-~-~-~~-~-~~-~-~-~~-~-~-~~-~-~-~-~~-~-~---
    Sei lá! Foi uma forma primitiva de contato, teve seu tempo e lugar assim como o telégrafo.

    O que me provocou no seu comentário foi que você joga tudo para um futuro muito distante, 100, 200 anos... não entendo porque!
    Você se vê tanto na Safo Metilene que seu “tempo” é medido pelo dos antigos.
    Veja um exemplo rápido que eu já comentei:
    A pílula anticoncepcional foi desenvolvida na década de 60, na década de 80 já estava presente na maioria dos países mudando nosso modo de vida.
    A humanidade esta em uma fase de convergência tecnológica e de comunicação que acelera os acontecimentos de uma forma que os antigos nem conseguiriam imaginar.
    Confesso para você que em 1990 nem em sonho eu imaginava escrever um texto aqui no Brasil que fosse acessado na Europa e Estados Unidos.
    A Filosofia Complexa que debatemos aqui chega a lugares próximos e distantes no Brasil em tempo real.
    Nós também navegando pela Internet, flutuamos por um mar de informações.
    Neste momento não tenho duvidas que estão sendo realizadas inúmeras experiências com as mais diversificadas coisas, nos mais diferentes países.
    O que eu posso dizer para terminar a noite?
    Você é Nihil, vive em 2012, este é o seu tempo, a velocidade aqui é outra bem diferente dos gregos antigos.

    Boa noite a todos!

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  3. Dei "boa noite" numa mensagem que escrevi,para replicar de forma propriamente dita,o texto em destaque,de ontem,e postei ali,o I Ching virtual.(o sr.vai gostar)

    Lembrei do que eu desejei escrever no Turbilhão 994,registrado naquele espaço,e que me sumiu da memória,hoje de manhã.
    Estava sonolenta,naquela hora.

    Eu ia dizer que se os usuários de drogas ruins,passassem a respeitar as proibições do consumo,eles integrariam o imenso mercado de consumidores de antidepressivos.
    Nesse ponto,então,começo até a ficar a favor dessas tranqueiras lícitas,as quais impedem,muitas vezes,uma vida produtiva para os pacientes.

    Mas,supondo que os grandes cosumidores de tóxicos,não sabem lidar com o mundo real,e que se ressentem de encarar os fatos da rotina- então facilmente,seriam diagnosticados como depressivos.
    Acho que seria preferível isso acontecer.

    Pois que confiança vou ter num profissional liberal que vivia se drogando,quando estudava...
    ...mirem só em para "quens" costumamos entregar parte da nossa responsabilidade.(fiu...)
    Eu nem ficaria contra quem "saiu do ar",uma vez ou outra,para amortizar uma tristeza séria.
    Imagino que os alunos de Medicina ficam chocados com as primeiras tragédias que vêem,quando começam a estagiar nos hospitais.
    Mas,fazer disso,um hábito,é demais prá cabeça.

    Outrossim,festas raves podem existir,mas sem a presença de menores...

    Nossa prosa desses dias foi bonita de se ver,mas a realidade prática,de acordo com o ponto de vista do sr.,é que o plantio e consumo das "flores alternativas",deve ser liberado atualmente,pois "não há problema nisso".

    E minha opinião prática,é que isso "não pode".
    Tais fármacos causam dependência, deixam as pessoas sujeitas a erros,e deixam os fracos de caráter,sujeitos a praticar crimes.

    Uns oitenta por cento da população,constitui-se de pessoas problemáticas,uns vinte por cento,de gente maluca,percebamos ou não,e uns quatro por cento,de sociopatas,ou de elementos com inclinações à sociopatia.

    "Entonces", se adiantar- que os tóxicos sejam primeiro,faxinados,para depois,um ou dois deles(não mais do que um ou dois) ser liberados.
    Assim mesmo, serão para sempre,principalmente,mais um problema de saúde pública,do que um caso de busca do autoconhecimento.

    ======= The end =======

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  4. carpideira 501,de tréplica à réplica14 de junho de 2012 às 00:18

    Sim,sou Nihil,e nunca fui tão "Nihil" quanto agora.

    Conhecer minhas "páginas antigas de diário" está me livrando da influência pesada delas sobre minha pessoa.
    Por algum motivo que ignoro,esse ranço mais ou menos perfumado, esteve sobre mim,por décadas.

    Agora até já começo a pensar ostensivamente,em meios de turbinar minha vida financeira,algo que nunca fiz antes.
    Estou pela primeira vez,vivendo com "os pés no chão".
    (nunca soube onde estive,por todos esses anos,até conseguir cair das nuvens velhas...)

    Quando especulei no retorno do Oráculo de Delfos,eu pensei em seu retorno,para finalidades exclusivamente religiosas.
    Quando "Vênus voltar à cena do mundo",talvez,eu "estarei viajando pelo espaço sideral"...pois sou fascinada pelo Cosmos(assim como Safo foi).

    Costumo projetar certos acontecimentos para tempos "futuros" pois no momento presente,seriam prejudiciais.
    Mas,em 1.991,tive a certeza de que na meia idade,iria trocar meus diários em cadernos espirais,com capas de windsurf,pelas páginas da internet,já devidamente tropicalizadas.

    Muitas descobertas e experiências tem sido mesmo feitas "por aí".
    Elas precisam ser aplicadas à vida,de uma forma imediata,pois a necessidade é urgente,mas receio que muitas, por um tempo,ficarão arquivadas,por falta de recursos,ou por falta de boa vontade política.
    E a política dos países costuma ser um importante obstáculo à popularização das técnicas,e por que não dizer...
    ...aos modos de vida melhores.

    Hodiernamente,sou Nihil,mas Nihil é a soma de "todo mundo" que integra minha essência.
    Eu me sinto confortável sob a influência da moça metilena,enquanto vou me libertando dos excessos dela(da influência).
    A referida jovem é "muito puritana",'tro dia sonhei com a mesma,tentava lhe falar no sonho,mas ela me virava o rosto,dizendo que "eu havia traído sua confiança"...vê se pode...
    acho que ela não gostou de ter sua vida "devassada" numa autopsicanálise comum de um desdobramento futuro dela...
    (haha!)

    A citada muito colaborou para a minha espiritualização,tanto naquele tempo,como agora.
    Enfim,devo "muito a mim própria através dos meus personagens dessa e de outras paragens".

    Sr.William...

    ...

    eu gostaria que meus últimos textos houvessem parecido agradáveis.
    Eu os filtrei muito.
    Mas,não podia deixar de me expressar.
    Nem sempre é possível sermos neutros.
    O sr.não gosta nem um pouco de elementos que fingem concordar quando isso lhes é inconveniente.

    Fazia tempo que eu não falava tanto.
    Minhas réplicas dos últimos meses,tem sido ligeiras e superficiais.
    Então,o sr.praticamente,teve "a amiga" de volta,nesses dias.

    Outrossim, somos afins,compatíveis,falamos "o mesmo idioma" e vamos "ter a vida pela frente" para concordarmos em outros temas.
    Só a um "brother espiritual" eu chamaria de "sr.Vizinho".
    Não estive contra o sr.
    Eu principalmente,debati um assunto.
    Fiz isso com tranquilidade,e até editando bastante as crônicas,mas no final,estava um pouco tensa e..."culpada".

    Todavia,nossa prosa,expressou ótimas "opiniões diferentes" sobre um tema importante.
    Os que tem dúvidas sobre ele,e que nos acompanham,irão consultar a esses textos todos.

    Prestamos um serviço de utilidade pública.
    Espero que o sr.encare tudo,dessa forma.
    (por favor,não fique contra mim,para mim,o sr.continua o mesmo sr.William,nada diferente de quem sempre foi.)

    Uma boa noite também.
    Se eu escrever mais(agora ou de madrugada),o sr.verá depois.

    (abração,ou se preferir,uma tapona no ombro...hehe!...)

    °°°°°°°°°°

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