“Conheça a verdade e ela
te fode#á.”
“Na luta para ir ao segundo turno, Haddad
intensificou há duas semanas as críticas à principal proposta de Russomanno: a
tarifa de ônibus proporcional ao trajeto percorrido pelo usuário.
Segundo o petista, os moradores da periferia,
mais pobres, serão prejudicados porque terão que pagar mais.”
[Unisinos]
[Unisinos]
Não acho que o
Haddad e o PT mentiram no sentido de não acreditarem no que disseram e o grave
problema está exatamente aí.
“As convicções são inimigas
mais perigosas da verdade do que as mentiras.”
(Friedrich
Nietzsche)
Já mostrei para
vocês que no Capitalismo algo que deve ser combatido é a ☛ “distorção de preço”.
Quanto maior a
distorção mais difícil é chegarmos a um preço justo.
O Capitalismo é
algo tão natural quanto o fogo, pode aquecer seu alimento ou incendiar sua
casa, tudo depende do seu conhecimento sobre o fogo e o respeito as
características dele.
Esse caso que vou
destacar é exemplar
Russomanno perde por estar cheio de razão!
Conheça a verdade
e ela te fode#á.
(Conhecer a verdade
já me ferrou bastante.)
“Haddad foi quem mais se
beneficiou com a queda de Russomanno no extremo sul, outra região em que o
então líder das pesquisas em setembro despencou.
O PT também focou as periferias ao atacar a
proposta de Russomanno de adotar um sistema de cobrança proporcional no
transporte público.
Distribuiu panfletos afirmando que a medida
custaria o emprego dos que moram mais longe do centro.”
[Folha]
[Folha]
Não sei se temos
tecnologia para isso, mas o ideal para os ônibus é que fossemos cobrados por
quilometro rodado assim como acontece com os táxis.
Se não temos tecnologia para cobrar pela
precisão do quilometro deveríamos ao menos por em pratica a cobrança por trecho
como sugeriu Russomano.
As consequências
de distorcer os preços são muito piores que respeitar as características do
Capitalismo do preço justo.
Se para chegar ao
trabalho eu ando 10 quilômetros de ônibus, porque devo pagar o mesmo de quem
vai andar 20!?
Todos devem pagar
o mesmo preço pelo mesmo produto ou serviço, mas se estou pagando o mesmo preço
e andando menos ... há uma distorção
Daria para
escrever um livro sobre isso, vou tentar resumir, não é uma tarefa fácil.
Eu moro bem perto
do centro de Campinas, uns 4 quilômetros.
Vamos supor que o
custo do quilometro rodado de ônibus seja de 20 centavos, o “preço justo” (já incluído o lucro
da concessionária)
Para me deslocar
até o centro eu pagaria 80 centavos.
Alguém que more
há 20 quilômetros do centro pagaria 4 reais.
Este seria o
preço sem distorção.
A primeira distorção surge das isenções e
passagens de preço reduzido.
(Vale transporte, estudante, idoso, passe desemprego...)
Para fazer frente
a essas isenções suponhamos que o custo do quilometro rodado aumente em 10
centavos, agora o quilometro rodado passa a ser 30 centavos.
Como há muitas
pessoas que não pagam, o “complemento” da passagem sai do meu bolso, para ir
até o centro eu passo a pagar 4 quilômetros x 30 centavos = R$1,20
Para o colega que
mora há 20 quilômetros o valor passaria a ser R$6,00
Acontece que em
nome de uma “justiça social” não queremos cobrar 6 reais de quem mora longe do
centro então quem mora perto tem que complementar o “custo” do sistema.
Para todos
pagarem a mesma tarifa temos que tirar a média:
(1,2 + 6)/2 = 3,6
Ou seja em um
sistema sem distorção de preço eu pagaria 80 centavos, mas com todas as
distorções eu pago incríveis R$3,60!!!
Observamos que há
distorções por todos os lados, nem todo idoso é um miserável precisando de
desconto, basta olhar a sua volta, tem idoso que até socorre o filho
financeiramente por ter um rendimento muito maior.
A mesma coisa
acontece com os jovens, nem todas as famílias estão tão pobres que não possam
arcar com o transporte dos filhos “caso” eles estudem longe de casa, sem contar
que sem distorções a tarifa seria bem mais barata.
Nós fazemos o bem sem olhar a quem e acabamos
ajudando quem NÃO ESTA NECESSITADO.
Eu, por exemplo,
sou punido por morar perto do centro, essa é minha falha como cidadão!?
Há 20 Km do
centro de Campinas a miséria NÃO impera, acreditem em mim.
Tem famílias com
renda maior que a minha e casas bem maiores, não existe essa realidade de quem
mora perto do centro é rico e quem mora na periferia é pobre.
Até porque rico
NÃO ANDA DE ÔNIBUS.
A Cidade foi
crescendo, muitas pessoas que moram no São Bernardo ou Parque Industrial (bairros próximos do
centro) as casas são herança de família, passaram de pais para filhos (esse é o caso da
minha mãe), ou então o cidadão trabalhou e poupou muito para comprar um
imóvel perto do centro. (Esse é meu caso).
Quero dizer que
toda esta distorção estabelece padrões fora da realidade observável.
Idosos, jovens e
moradores da periferia não são sempre carentes.
Adultos não são
mais bem de vida quanto mais perto moram do centro da cidade.
O que Haddad e
pessoas como ele defendem é o que chamo de Teoria
do Freio Puxado.
Seria melhor usar
o freio de mão só quando houvesse necessidade, mas eles por um pensamento torto
acham que o carro anda melhor com o freio de mão puxado e haja motor para carregar
esse contrapeso.
No próximo texto
vamos analisar as consequências dessa opção e fazer justiça a Celso
Russomanno...
E a extrema pobreza?
Quem por algum
motivo não tem condições de pagar o “preço justo” por um produto ou serviço de
extrema necessidade para ela então deverá procurar um órgão de assistência social
para medidas de auxilio uma Rede de Proteção.
Por exemplo: eu
não estou conseguindo sustentar minhas filhas, estou em uma situação de
pobreza, não consigo trabalho ou não ganho o suficiente.
“Eu” procuro um
órgão governamental de assistência e VERIFICADA a situação, por 6 meses ou um
ano eu receberei “salário família” até que minha situação melhore.
Se a situação
persistir [sempre com verificação do órgão de assistência] o auxilio
continua.
Ou seja EU teria
que provocar a assistência, assim como acontece com a justiça.
Se um indivíduo
me agride eu tenho que mover um processo contra ele, sem isso o Juiz não irá
sair da casa dele para tomar minhas dores.
A justiça tem que
ser provocada, a assistência também tem que ser provocada e comprovada sua
necessidade.
Uma passagem de
ônibus não pode ser reduzida pela metade pelo simples fato de uma pessoa ser
estudante.
Uma pessoa não
pode ser isenta de pagar ônibus pelo simples fato de ter mais de 60 anos.
Essas situações
por si só não comprovam necessidade.
😒 “Quem tem renda não anda de transporte público.”
(Comentarista)
Conheço mulheres que não dirigem porque nunca se interessaram por isso.
Tem homens que por problema na visão não conseguem renovar a habilitação.
Se o cidadão tem uma aposentadoria de 3 mil reais, não vejo motivo para isenção no ônibus.
Se ele trabalha tem vale transporte.
Se não trabalha em geral não utiliza frequentemente esse transporte.
Não se esqueça que nossa população está envelhecendo, o peso no lombo dos mais jovens, com tantas isenções, vai ser cada vez maior.
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