“Banalizamos tanto a vida
que ela não tem mais valor.
No último velório que
compareci quase afastaram o defunto para assistir ao futebol!”
(Xênia)
(Xênia)
Entendo o que
Xênia quer dizer, mas se é “pecado” o extremo de preferir o jogo de futebol
também acho “pecado” o extremo no caso da novela pantanal.
(Na crônica que não está mais disponível, ela
elogia um velório na novela Pantanal naqueles padrões antigos de corpo velado em
casa e luto a perder de vista)
A Xênia é
daquelas pensadoras que não perde a oportunidade de dizer que vivemos a pior
fase da história da humanidade:
“-Olha que monstros nos tornamos! Oh!”
Podemos olhar
essa questão do “velório descontraído” por outro ângulo.
É possível que estejamos
mais “espiritualizados” e naturalmente um corpo sem vida não é mais idolatrado.
O que deveríamos
fazer?
Para respeitar o
corpo acabar com a captação de órgãos por exemplo?
No caso dos “não
espiritualizados” [Ateus] prestar reverencias a um cadáver fica ainda mais estranho.
Nem toda morte nos choca.
No caso de pessoa
muito idosa ou com uma doença incurável a morte é algo que está sempre à
espreita, é algo que deveria ser esperado por pessoas minimamente racionais.
A morte que nos choca, causa
mais comoção, é aquele fora da previsibilidade.
Minha esposa
quase morreu há alguns anos, realmente tivemos que nos preparar para a
possibilidade da morte dela, uma morte tristíssima porque é uma pessoa jovem,
mãe de crianças pequenas.
Foi uma trombose
um tanto estranha na perna, não deu para identificar “culpa” de ninguém, a morte faz parte da
vida e devemos estar preparados o melhor possível para ela.
Tudo fica muito
diferente quando a pessoa é assassinada, por exemplo.
Ao invés de
ficarmos todos nos achando monstros por aceitar melhor a morte, deveríamos ser
mais rigorosos com penas para os verdadeiros monstros que tiram a vida das
pessoas.
Reduzir a impunidade faria mais pela
vida que palavras vazias ou velórios nababescos.
Vamos meditar mais sobre velório e
morte.
Quando eu era
criança repeti várias vezes uma experiência que me intrigava muito.
Tudo começou
quando um dia de manhã notei uma caneca na varanda com água e muitas formigas
mortas boiando, aparentemente elas haviam morrido afogadas.
Joguei a água com
formigas mortas em um cimentado e lavei a caneca.
Depois de um
tempo quando fui varrer a varanda notei que muitas formigas estavam voltando a
vida!
Descobri que
inúmeros insetos são capazes dessa façanha.
Em uma situação
de extremo perigo e impotência os insetos entram em estado cataléptico, se passar o
perigo e o corpo continuar integro eles voltam a vida.
Este poder
poderia ser um recurso apenas de seres pequenos, mas também ursos são capazes
de hibernar
por meses, um sono profundo bem semelhante a morte.
Na maioria de nós
humanos quando a “energia vital” se vai não tem mais jeito o corpo se decompõe
rapidamente.
No entanto, casos
de catalepsia em humanos não são tão raros quanto pensamos, por conta disso no
passado muita gente foi enterrada vida e horrivelmente acordaram dentro de um
caixão, imaginem o sofrimento.
Li uma matéria ainda
na adolescência que me chocou bastante.
Peritos em
exumação de corpos ficaram impressionados com a quantidade de caixões que
tinham marcas de unhas na parte interna do tampo e pela posição contorcida dos cadáveres.
Tudo levava a
deduzir que as pessoas acordavam dentro do caixão, tentavam desesperadamente
sair e obviamente não conseguiam.
Antigamente se as
pessoas paravam de respirar e o coração parava de bater já eram dadas como
mortas, demorou até a medicina descobrir que morrer de fato é bem mais
complicado.
Mas hoje em dia
são feitos vários testes para saber se você realmente esta morto.
No acontecimento
da caneca cerca de metade das formigas realmente estavam mortas, não havia mais
nada a fazer.
Se você tem
certeza que seu ente querido está realmente morto ... não há mais nada a fazer,
ali na sua frente está apenas carne em decomposição.
Se você não tem
certeza, desconfia da medicina moderna ... não perca seu tempo orando, seja pragmático,
coloque um celular no bolso do suposto defunto e se ele acordar dentro do
caixão ele te liga.
Se o celular
permanecer desligado a bateria dura bastante, coloque crédito e use a operadora
Vivo ...😏
Alguns
povos como os egípcios chegaram ao ponto de mumificar corpos para serem usados
quando seu proprietário voltasse.
Mas pensem bem,
por melhor que seja o trabalho de mumificação, com o passar do tempo os corpos
ficam muito deformados, quem gostaria de voltar no corpo de uma múmia?
Outras religiões
dizem que nossos corpos serão reconstituídos.
Mas como serão
reconstituídos, com a idade de 10, 20, 30 anos?
Serão reconstituídos na idade que escolhermos
ou com a idade que morrermos?
De qualquer forma
não idolatro cadáveres, depois da morte deveriam ser rapidamente
descartados.
Eu quero doar
todos meus órgãos e ser cremado, tudo o mais rápido possível.
Não vejo
“respeito” em ficar fechado em um caixão e ser devorado por larvas. Isso é só
uma tradição.
“A tradição é a personalidade dos imbecis.”
(Albert Einstein)
Geralmente quanto
estamos perto da morte nosso corpo está muito debilitado e dentro do caixão a
aparência não fica melhor... uma triste imagem para ser guardada.
Nossa morte, nossa passagem, deveria ser um
momento para ser esquecido, só quero lembrar do que foi bom... sorrisos e
momentos de alegria quando havia VIDA!
Terapia da Lógica adverte:
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