“A dança é uma expressão
perpendicular de um desejo horizontal.”
(Bernard
Shaw)
Dançar com várias pessoas em uma festa
culturalmente não tem nada de mais, transar com várias ... é outro tipo de
festa não tão bem aceita culturalmente.
A
palavra chave dessa meditação é CULTURA.
(Naquele
sentido de tradição)
Uma
das coisas que mais nos dá prazer, eleva nossa autoestima, é sermos desejado
pelo sexo oposto.
Freud dizia que a mulher tem inveja do pênis
do homem, eu não concordo.
A mulher (no geral) gosta de ser mulher, não
tem inveja do homem, ela tem inveja de uma mulher mais gostosa que ela, que é
mais assediada pelo sexo oposto.
Nós homens também (no geral) somos assim.
Quem se sente confortável quando chega um “bonitão”
no pedaço?
A mulherada fica em êxtase e nós como se fossemos
invisíveis.
Nessa situação, tanto para homens quanto para
mulheres é “deselegante” demonstrar inveja.
Não é culturalmente bem aceito, então
disfarçamos das mais variadas formas.
Procuramos defeitos morais ou físicos para desprestigiar
aquele “centro das atenções”.
Todo esse processo nem sempre é “consciente”.
Aqui vou destacar dois pontos os quais
acredito que todos concordamos.
1 –
Gostamos de ser desejados/admirados/ ser o centro das atenções.
2 –
Nos policiamos para agir de maneira culturalmente aceitável.
Desse ponto de partida podemos filosofar
sobre os mais inúmeros temas, mas o foco aqui é:
Mulheres que se apaixonam
por homens agressivos.
Culturalmente há grande diferença entre uma
mulher ser assediada e um homem ser assediado.
(Por favor, nessa
meditação esqueça “feminismo e machismo”.)
Se uma moça interessante chega em um homem “desimpedido”
ele é quase obrigado a dizer sim.
Se um homem interessante chega em uma moça
“desimpedida” ela é quase obrigada a dizer não.
(As coisas estão
mudando, mas ainda tradicionalmente é assim.)
A iniciativa é do homem, a mulher não deve
dizer sim de pronto, no máximo um talvez.
Vamos a uma ilustração mental ... para
homens.
Uma das bonitonas da empresa não dá bola pra
você e claro que você fica na sua, só admirando a paisagem.
E se ela começa a te assediar?
Vamos inverter o padrão cultural.
Nós homens temos que nos fazer de difíceis, não
dizer sim a primeira investida.
A bonitona tenta uma vez, você diz não, ela
nunca mais toca no assunto.
Dá uma certa decepção.
A bonitona não te desejava tanto a ponto de insistir mais um
pouco.
E se a bonitona for mais “agressiva, determinada”?
Ela não desisti, está muito a fim de você a
ponto de fazer quase qualquer coisa para te possuir.
As pessoas a sua volta até pedem para você
dar uma chance a ela.
Percebe?
Você queria dizer sim já na primeira
investida, mas esperou até ser culturalmente aceito.
Percebi que na mente humana tudo tem um ponto
de partida biológico-genético e/ou cultural-social.
Acredito que se meditarmos bastante sobre
tudo que ocorre podemos ter relações mais “maduras”.
Se a moça sente atração por alguém que a
convida pra sair ... porque não dizer sim já de cara!?
Porque mantermos essa tradição da iniciativa
ter que ser do homem?
Mas a parte mais difícil é esse prazer
intenso que tantos sentem em ser desejados loucamente.
Conheci vários homens que reclamam da mulher
ser ciumenta, mas é justamente isso que os prende a elas.
Ela o arranhou todo, rasgou sua roupa, deu
uns tapas nele ... tudo por ciúmes.
A mulher o deseja loucamente e isso coloca
sua autoestima lá em cima, se vier a público fica melhor.
Como ele sofre nas mãos daquela mulher que o
sufoca ... ô dó.
O homem que bate na mulher, geralmente a
desculpa é ciúmes.
Ela é só dele e de mais ninguém.
Entendam que no começo a moça está
apaixonada, toda aquela possessividade é tudo de bom.
"Ele me quer mais que tudo ... que lindo."
E assim a vida vai caminhando.
O ponto de partida pode ser “romântico”, mas
o caminho seguido pode levar para obsessão, possessividade.
O que é “lindo” hoje pode caminhar
rapidamente para “monstruosidade”.
Na vida, quando se trata de comportamentos,
não tem respostas fáceis.
Observe para onde seu relacionamento está
caminhando e decida se vale a pena continuar nesse caminho ou precisa de uma
reavaliação da rota.
“Uma vez descoberto, o ciúme passa a ser considerado por aquele que é objeto dele como uma desconfiança que autoriza a enganar”.
(Proust)
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