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“Ele teve um desequilíbrio.
Reconheceu que estava nervoso naquele momento – disse o coronel, que conversou com o sargento pelo telefone após tomar conhecimento do caso.”
(O Globo)
Ainda bem que afinou
na hora, senão era outro que iria deslizar pelo chão com um soco de brinde...
(O Globo)
Não é propriamente sobre esse acontecimento
que irei falar, apenas usarei como gancho.
Para trazer algum dinheiro para casa já
trabalhei em muitas coisas.
Aproveitando minha altura e um bom físico
devido a musculação já fiz bicos como segurança.
Por vezes já tive que respirar muito fundo e
contar até 10 para não cometer um desatino.
Tem
aquele cara fraquinho que você pode derrubar com apenas um golpe e ele fica ali
torrando a paciência.
Sem ter noção do perigo fica colocando o dedo
na sua cara confiante que não será agredido.
Tem aquela moça escandalosa que fica gritando,
falando desaforos, com a certeza que não será agredida só por ser mulher.
Outra situação é daquele cara “importante”
que quer te tratar como lixo.
Por sermos pobres ele imagina que devemos
beijar o chão que ele pisa.
Diz coisas do tipo:
😠“O que você ganha em um mês eu ganho por
dia.”
Se o
cidadão não ganha tão bem, mas tem algum “titulo” (médico, advogado, delegado
...), por ele ser “importante” acredita que você em hipótese alguma irá
agredi-lo.
Na minha contagem até 10, ficava meditando o
quanto aquela pessoa na minha frente não tinha noção do perigo que estava
correndo, um idiota abusando da sorte.
Um segurança por mais treinamento que tenha
não é um androide alienígena, ele é humano, você pode estar o provocando em um
péssimo dia, um momento que ele já esta com os nervos a flor da pele.
Nos trabalhos como segurança ainda não tive
como colega de trabalho “monges budistas”.
E mesmo monges são humanos sujeitos a
explosões.
Discutir
grosseiramente com um sujeito muito mais forte ou principalmente que esteja armado é um grande
risco.
Nessa meditação gostaria que ao menos você
ficasse ciente disso.
Certa vez faltavam
umas 2 horas para terminar meu turno de 12.
(Final de turno e dias quentes são situações críticas,
cansaço e desconforto.)
Tive problemas com uma pedinte na rodoviária de
Campinas que começou a caçoar de mim.
Pedi várias vezes que ela deixasse o local.
Ela me olhou com desprezo e seguiu pedindo.
A pedinte disse para um passante algo mais ou
menos assim:
😁“Agora tenho
até guarda costas.”
Em uma fração de segundos a peguei pelo braço
e a lancei uns 3 metros longe, só quando a vi deslizando por uma rampa é que me
dei conta do que havia feito.
Ali na rodoviária havia uma “máfia de mendigos”, um colega
homem dela ameaçou vir pra cima, mas quando viu minha expressão de ódio
resolveu recuar.
Ainda bem, não dei um soco na pedinte
porque era mulher, um homem não teria a mesma sorte.
Outra vez (na mesma rodoviária) um cidadão “importante”
veio pôr o dedo no meu rosto.
Tipo, “você
sabe com que está falando?”.
Dei um tapa na mão dele, falei alto como um demônio
dos filmes.
NÃO ME INTERESSA QUEM VOCÊ É!
Lembrei agora de um vídeo em que o cara para
em um posto de gasolina, a frentista vai lá dando uma de super mulher por
algum desentendimento, o cara deu-lhe um soco direto que ela desmaiou na hora.
Em dois casos
recentes clientes foram tirar satisfação com seguranças de banco, foram
baleados, nos dois casos os clientes morreram por conta de um desentendimento
na porta giratória.
Mesmo que se sinta injustiçado, sugiro que
tente manter a calma diante de pessoas armadas, mais fortes ou que estejam em
maior número que você.
Pegar
touro a unha pode ser um bonito ato de coragem, mas antes da ação tem que vir
questionamentos.
Porque vou pegar o touro a unha?
Estou 100% certo?
Vale mesmo a pena?
Eu “consigo” pegar o touro a unha?
O fio condutor
dessa meditação é a IMPREVISIBILIDADE DA REAÇÃO HUMANA.
Qualquer um de
nós pode estar em um mau dia (irritado) e fazer algo que se arrependa depois.
Quando a pessoa
é forte ou está armada, o lado que está em desvantagem tem mais motivos para
ser ponderado.
Em resumo é
isso.
E quando você é a pessoa mais forte?
(Como é meu caso
na maioria das vezes, pelo menos fisicamente.)
Evidente que também deve buscar ponderação.
Vejam o caso do vigilante que matou o cliente
do Banco.
O empresário levou a pior, morreu, mas a vida
do vigilante também virou de cabeça para baixo.
A justiça aqui é lenta, mas dificilmente vai
escapar de uma condenação, o que se discute é apenas o tamanho da pena.
Se ele resistisse ás injurias (segundo ele)
do empresário sua vida provavelmente estaria muito mais tranquila.
Em caso de ofensa racista poderia até tirar
algum dinheiro do empresário o processando.
O vigilante em um momento de desvario atirou
no empresário ... e os dois foram para o “abismo”.
Para fechar essa meditação tenho duas
situações para “analise filosófica”.
1 - Certa vez durante debate/discussão, um
cidadão deu um chute em Sócrates.
Sócrates estava em boa forma física, lembremos
que ele foi soldado, lutou em guerras.
Poderia revidar, estava com amigos e
aparentemente era o lado mais forte.
O filosofo preferiu sair dali em silêncio.
Sócrates era muito hábil com as palavras, o conteúdo
do seu debate com o agressor não ficou registrado, mas de certo foi dito algo
que abalou emocionalmente o cidadão profundamente.
(Eu mesmo vivo muito isso, escrevo alguma coisa que questiona profundamente a crença/convicção da pessoa, ela não tem argumentos para se defender e parte para agressão verbal que se pudesse seria física.)
Os amigos questionaram porque Sócrates não
devolveu o chute com ainda mais intensidade?
O que ele disse me marcou profundamente:
“Se um burro lhe desse um coice, faria
algum sentido você dar um coice no burro?
Você não estaria sendo mais burro que o próprio burro?”
(Sócrates)
Sócrates era fantástico, havia demolido as
crenças daquele homem, ele entendia que diante daquela dor mental o chute que havia recebido era desprezível.
Revidar o chute só levaria os dois para o
abismo.
2 - “Eu, porém, vos
digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita,
oferece-lhe também a outra.”
(Jesus
- Mateus 5:39)
Confesso que o
exemplo deixado por Jesus não me agrada.
Ceder tão passivamente diante do
mal!
Não importa a motivação da agressão, simplesmente
aceitar e se oferecer em mais sacrifício!?
Jesus com “seus poderes” era mais forte.
Se esse pensamento fosse para uma situação
especifica como foi a de Sócrates ... tudo bem.
Mas do jeito que está escrito sugere que essa
deve ser a atitude habitual.
Imagine você mulher, seu namorado te dá um
tapa, você oferece a outra face, o mais provável é que ele continue te batendo
sempre que quiser.
As pessoas violentas/más não tem o mesmo
padrão de comportamento das pessoas mais “pacificas”.
Remorso e arrependimento nelas (quando acontecem)
não tem a mesma intensidade.
Sócrates (naquela
situação) eu entendo completamente, embora me seja difícil manter tanta
serenidade.
Jesus eu não entendo, considero muita
ingenuidade diante do mal.
De qualquer forma, seja você Cristão ou
simpatizante de Filosofia.
Seja forte ou fraco.
Esteja com a razão ou haja dúvidas quanto a
isso.
Reflita
bem antes de agir com violência.
Reflita antes de retribuir um ato de agressão
física ou verbal.
Cuidado com o
abismo!
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