“Consolamo-nos muitas vezes das nossas infelicidades pelo prazer que nos dá exibi-las.”
(François de La Rochefoucauld)
(François de La Rochefoucauld)
Há indivíduos que parecem ficar consolados de suas dores se outros sentem dó deles.
Lembrei agora da minha colega "Edna".
Já
conheci pessoas que parecem personagens de desenho animado, era o caso dela.
Gostava de ouvir suas histórias, eram reais,
sérias, mas pareciam conto de ficção.
Uma delas acho que já contei aqui (tenho que
revirar os arquivos) sobre um “fantasma, espirito” que por um tempo ficou a perseguindo.
Hoje no entanto lembrei de certa vez que
estávamos em um grupo conversando sobre a infância, essa colega disse que
quando criança adorava ficar doente e ir para o hospital, ficar internada!
😲
Todos riram e ficaram boquiabertos, eu
ansioso perguntei:
O que você tanto gostava no hospital?
Edna: "Quando eu adoecia todos
eram tão atenciosos comigo, minha família, as enfermeiras, eu era o centro das
atenções."
Acreditam que ela sinceramente gostava da
comida do hospital, seu prato preferido era arroz com carne moída ... que figura!
Nunca encontrei outra pessoa tão fácil de
questionar, entrevistar quanto ela.
Eu perguntava, ela respondia naturalmente,
mesmo diante de assuntos que para a maioria é constrangedor.
Não, nunca tivemos absolutamente nenhuma
intimidade.
Ela tinha namorado, eu já namorava minha
esposa, as duas eram grandes amigas.
Era “espontânea” com todos a sua volta.
A Edna aceitava o sofrimento porque ele fazia
com que as pessoas tivessem pena dela e por conta disso a tratavam melhor.
O namorado era um tanto violento, para dar um
tapa no rosto dela não pensava muito.
Certa vez ela levou uns tapas na porta da
empresa, os seguranças tiveram que intervir.
Todos ficaram revoltados com a situação, mas
ao conversar preocupado com ela sobre o assunto...uma daquelas bombas mentais
explodiu em minha mente.
Percebi
que a Edna gostou de apanhar (ou pelo menos do que veio depois), aquela
atenção que todos estávamos dando a ela era tudo de bom.
Em um momento raro de “não espontaneidade”
ela se mostrou injuriada com a atitude do namorado, mas sei lá, vi nos olhos
dela uma ... satisfação.
Houve um tempo que eu me interessava muito em
conversar com as pessoas, entender outras mentes.
Depois de um nível satisfatório de
entendimento, perdeu o encanto.
Faz tempo que converso pouco mais que o
essencial.
A Edna era um livro aberto, contava detalhes
da sua vida mesmo sem ninguém perguntar.
Foi um “mundo” interessante de conhecer.
Na mente da Edna encontrei uma mulher que gostava
de apanhar e se sentia bem sendo submissa...
vasta experiência com os pedestres.
Eles não conversam comigo e eu não converso com eles.
Frank Hosaka
Eles não conversam comigo e eu não converso com eles.
Frank Hosaka
“Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa dos projetos do futuro
É DURO TANTO TER QUE CAMINHAR
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado eh
Povo feliz
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado eh
Povo feliz” (Frank Sofrido 😏)
Que passa dos projetos do futuro
É DURO TANTO TER QUE CAMINHAR
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado eh
Povo feliz
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado eh
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