“A discussão, da forma como habitualmente é gerida, é o pior desporto da conversa, tal como nos livros é geralmente o pior tipo de leitura.”
(Jonathan Swift)
Tem coisas que faço por prazer, outras por necessidade e outras porque apresentam bons resultados.
No passado ia a casa da minha mãe, lá
encontrava alguém da família e nos estendíamos em longos debates.
Com colegas
de escola, trabalho ou igreja era a mesma coisa, a filosofia entrava na
conversa e o tempo ficava curto.
Gostava de debater/dialogar, até o dia que
comecei a perceber que o resultado era nenhum.
Depois de minutos ou horas de conversa nada
ficava na mente das pessoas.
Na hora seguinte à conversação ou no máximo
no dia seguinte, mesmo a pessoa aceitando o que eu havia dito não mudava uma
virgula dos seus procedimentos, suas ações.
Em geral o individuo mantinha a mesma
opinião sem se importar com os argumentos apresentados.
Necessidade de
passar a tarde conversando eu não tenho, nem sou uma pessoa que gosta de falar
muito, prefiro o silêncio.
Sem resultado nenhum ... não tenho prazer
em debater.
Entre ficar 3 horas jogando conversa fora e dormir, ler ou assistir um filme, prefiro as
outras opções.
Muitos colegas e membros da família querem minha
presença física, querem expor suas ideias “olhando olhos nos olhos”, acham que
eu fujo desse tipo de enfrentamento.
Já ouvi várias vezes que “me escondo atrás do avatar Spock.”
Há quem duvide que seja eu que escreva os textos.
As pessoas vem presencialmente falar de política, religião, comportamento,
noticias ... não dou atenção além do que manda a boa educação.
Em verdade voz digo
que sou bom no debate presencial, quem já debateu comigo presencialmente sabe
disso.
(Demoro uns 10 minutos para esquentar, tempo médio
para traçar um perfil da outra pessoa.)
O que me desanima é a falta de resultado.
No Blog posso me
comunicar ao mesmo tempo com muitas pessoas, fica mais eficiente.
Falando com muito mais pessoas sempre há a
possibilidade que alguém absorva alguma coisa.
Qual resultado eu tenho?
(Alguém deve estar perguntando)
Ficam os textos.
O que saberíamos de grandes personagens do
passado se não fossem os textos?
Sócrates e Jesus por exemplo nunca escreveram
nada.
Se outros não escrevessem sobre eles nem conheceríamos
suas passagens por esse planeta.
(Evidente que não estou me
comparando, apenas são ótimos exemplos)
As palavras ditas o tempo leva, as palavras escritas ficam
registradas.
(William Robson)
Quantas vezes em uma conversa você ouve o indivíduo
falar alguma coisa, mas depois ele nega que disse?
Fica aquela dúvida.
O indivíduo está deliberadamente mentindo,
foi um ato falho, nós não ouvimos direito ou entendemos errado...
Já o que está escrito ... está escrito.
Podemos voltar, analisar, “copiar e colar” no caso da Internet.
Enfim.
Senhoras e senhores, não fujo do debate
presencial, eu fujo da falta de resultados, prefiro o debate escrito ou é melhor
ir dormir.
Já pensaram se eu tivesse que ter essa
conversa com as inúmeras pessoas que já passaram pela minha vida?
Se a tecnologia me permite o grande conforto
do e-mail, do blog e me oferece a possibilidade de melhores resultados, qual lógica haveria em continuar meus procedimentos do passado!?
Eu ficaria como as outras pessoas que sentem
prazer em jogar conversa fora.
Nada contra, só que esse é um prazer delas
não meu.
Tenho
a necessidade de algum resultado.
A Filosofia para mim só faz sentido se puder
acrescentar algum conhecimento, permitir uma troca de experiências, trazer algo
que torne minha vida mais eficiente, que torne a vida do outro mais eficiente.
A mudança não tem “obrigação” de acontecer,
mas ela tem que ao menos ser “possível”.
Se o indivíduo não está tem nem aí para
argumentos, quer só expor (ou impor) sua opinião ... alguma coisa sempre se
aproveita, mas em geral é tão pouco que “para mim” não vale o tempo perdido.
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