“Percebi que quando trocamos de religião acontece temporariamente a piora da nossa qualidade de vida.”
(Orquídea)
Então quem se mantem na mesma religião a tendência
é sempre prosperar?
Pelo menos na minha vida não percebi isso.
Nasci em família católica, a infância e adolescência
foram osso.
Não credito as dificuldades a opção religiosa
dos meus pais e sim ao comportamento deles.
Me mantive católico
até os 17 anos (mais ou menos).
Achava os protestantes muito estranhos,
andando de terno no calor do verão, quase sempre com a Bíblia debaixo do braço.
Meu colega Valmir
me convidou para um retiro espiritual da Igreja Presbiteriana, fui conhecer, mudei
de religião.
Quem sabe minha vida melhorava.
Nunca fui capaz de andar de terno, sinto
muito calor, ainda bem que na Presbiteriana isso não era exigência, mas a
Bíblia me acompanhava por toda parte.
Fiquei cerca de 3
anos na Presbiteriana, minha vida não melhorou absolutamente nada.
O fato relevante é que passei a conhecer
muito melhor a Bíblia do que quando era católico.
Se minha vida estivesse boa como católico minha
aposta é que não teria mudado de religião.
Poderia ir ao
retiro por curiosidade (talvez nem isso), mas seguiria católico.
Lembro que o fator decisivo para eu ir ao tal
retiro foi minha demissão da metalúrgica.
Com “Fé em Deus” e seguindo a orientação do
sindicato não assinei o papel para mudança de horário.
Minha situação que era ruim empregado só
tendia a piorar como desempregado.
Vi como “sinal” que deveria tentar uma outra
religião, buscar mais “proteção espiritual”.
Se a Orquídea saiu de uma religião porque as
coisas não estavam bem, não via bons RESULTADOS, como pode culpar a mudança de
religião por problemas que já existiam?
Minha vida como católico era insatisfatória,
quando protestante ... piorou.
Naquele momento evidente que não pensava
assim.
Frequentava os cultos com muita fé, muita motivação,
dando glória a Deus por tudo.
Depois do serviço militar, quando comecei a
me afastar da igreja é que fiz as comparações.
Quando “crente evangélico” minha vida piorou
por motivos prosaicos.
Na católica eu ia a missa uma vez por semana.
Na Presbiteriana eram 3 vezes.
Me tomava muito mais tempo, exigia muito mais
minha participação, logo, o desgaste era maior não por questões espirituais,
mas por motivos práticos.
Até a distância contava.
A Igreja Católica Bom Pastor fica no Bairro
São Bernardo onde eu morava, algumas quadras.
Tinha também a Imaculada Conceição não muito
longe.
A Presbiteriana “que eu me enturmei” fica no
Jardim Nova Europa, uma longa caminhada.
Nunca fui de ônibus, não tinha dinheiro pra
isso.
A proximidade do alistamento militar me
impedia de arranjar emprego “registrado”.
Um dos meus maiores pedidos a Deus era
justamente ser dispensado do serviço militar e conseguir um emprego “normal”.
Não fui atendido.
Quando não havia mais esperança, a convocação
estava confirmada, lembro de passar um momento dificílimo no ônibus Jardim
Chapadão.
Me deu uma crise de choro incontrolável, foi difícil
disfarçar, coloquei a mão no rosto, fingi que estava dormindo.
Tanta oração, tanta fé ...
Mas Deus estava no comando, tudo iria dar
certo ... pensava isso, mas o sentimento de enorme tristeza não diminuía.
Enfim.
A Presbiteriana me tomava muito tempo e como
o resultado “nessa vida” era nenhum fui desanimando de ir.
Mesmo quando parei de ir, me considerava evangélico,
em casa lia a Bíblia, orava muito.
A fase militar passou, depois de alguns meses
consegui trabalho em uma fábrica de óculos.
Fiz um curso de Modelo e Manequim pelo SENAC
e vivi por um tempo nesse universo.
Fábrica de dia, aulas a noite (cheguei a dar
aulas de manequim) e preparação para desfiles com os alunos.
Minha mãe queria ir a um Centro Espirita na
Vila Nova, pediu para eu acompanha-la, fui mais para fazer companhia, sempre
tive um certo receio com a Umbanda.
Porem era um Centro “Kardecista”, eu só
conhecia de nome.
Fui convidado a fazer um tratamento
espiritual de 8 sessões.
Pensei.
Minha mãe vai fazer, vou ter que acompanha-la
essas 8 vezes.
Minha vida continua essa de muita luta, muito
sacrifício, mas nenhum resultado pra comemorar.
Vou fazer essas 8 sessões, vamos ver o que
acontece.
Não lembro muito bem, isso foi em Junho de
algum ano.
O tratamento foi até Agosto.
Antes do ano acabar coisas interessantes
aconteceram.
A academia que
eu dava aulas e desfilava fechou, a princípio
parecia ruim, mas desfilar era mais divertido que rendia alguma coisa, muito
trabalho, muita correria e pouco retorno financeiro.
Nesse mundo de desfiles quando você passa dos
23 anos sem nenhum grande resultado, já é fim de carreira, tipo jogador de
futebol.
Recebi uma promoção para chefia na fábrica
de óculos, era uma promessa do meu patrão
de longa data, que nunca se cumpria.
Meu
salário dobrou, aí sim minha vida começou a melhorar um pouco.
Sem a academia de manequim para dividir meu
tempo comecei a me preparar para fazer faculdade, a vida seguiu com muita luta, porem mais "próspera".
Sou pragmático.
Sou pragmático.
Se você frequenta uma religião, está se sentindo bem, está
observando resultados, continue nela.
(Não confundir com “imaginar” bons
resultados.)
Parei de frequentar
o Kardecismo porque os resultados bons deixaram de acontecer.
(Participei por cerca de 10 anos.)
O que mais uma vez coloca em xeque a teoria da Orquídea.
Depois de anos na mesma religião, participando
direitinho, não havia razão para a proteção desaparecer.
A Orquídea tem as experiências dela, eu
tenho as minhas, você leitor tem as suas.
A vida não é exata, utilize sua mente para
analisar a situação.
Orar assim ou
assado para as coisas darem certo?
Ficar nessa ou naquela religião?
Virar ateu?
Fique atento aos RESULTADOS.
Se sentir que está só perdendo tempo mude de
dieta, mude de situação, mude de religião, fique sem religião...
Não tenho como te dizer exatamente o que
fazer, você terá que conhecer a si mesmo, diferenciar realidade de ilusão.
Depois do Kardecismo e algumas rápidas
tentativas desesperadas, desde 2007 não sigo nenhuma religião.
Me declaro Livre Pensador, é
o que vem dando certo.
O
retorno continua pouco, mas o investimento é baixo, basicamente é ficar meditando
e escrevendo. 😏
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