terça-feira, 1 de maio de 2012

Verbas Públicas para Artistas



 


 “Autor de três livros, o rapper Gabriel, o Pensador é centro de uma polêmica entre a comunidade literária do Rio Grande do Sul.

  A discussão gira em torno do cachê de R$ 169.430,00 que o músico receberia para ser o patrono da Feira do Livro de Bento Gonçalves, na serra gaúcha.

  O valor revoltou alguns escritores e palestrantes do evento.”

  Globo – Abril 2012 - Link

 


  “A secretaria de educação já tinha acertado, por meio de um edital, a compra de 2 mil livros meus, que seriam distribuídos nas escolas,”

  (Gabriel o Pensador)


 

 

  Não sei o que leva o Governo (No caso a Prefeitura) distribuir 2 mil livros do Gabriel Pensador nas escolas.
  
  Lembro dele ter ganho o Prêmio Jabuti pelo melhor livro infantil de 2006, sem dúvida é uma boa referência, mas suficiente para gastar dinheiro dos impostos nisso?

  Toda escola deveria ter uma biblioteca, se fosse comprado para essa biblioteca uns 2 exemplares do livro até seria compreensível.
  Embora “eu” seja contra.
  Explico:
  Livros foram por séculos a melhor fonte de entretenimento e informação, mas agora dividem espaço com a poderosa Internet.
  Entre ter uma sala de livros e uma sala de computadores, para atual geração, as maquinas são mais interessantes.
  Suponhamos que tenha verba para as duas coisas, biblioteca e “informática”.
  Livros físicos ocupam muito espaço.
  A biblioteca da escola precisa focar em livros didáticos e autores mais relevantes para história do Brasil e do Mundo.

  “Um Garoto Chamado Rorbeto”, nome do livro do Gabriel, ainda não tem essa relevância.

  Essa notícia me chamou a atenção, porque me fez pensar em algo bem maior.

  Muitos artistas brasileiros  não perdem a oportunidade de dar uma “mamadinha no dinheiro dos impostos.”

  Uma das coisas que me incomodam no meio artístico é que quando ficam milionários o dinheiro é só deles, quando a arte não dá muito dinheiro toda sociedade tem OBRIGAÇÃO de bancar.

Confira a lista dos cantores mais ricos:
(Ano 2010)


01- Xuxa – Patrimônio: R$ 1 bilhão
02- Roberto Carlos – Patrimônio: R$ 500 milhões
03- Zezé Di Camargo & Luciano – Patrimônio: R$ 200 milhões
04- Ivete Sangalo – Patrimônio: R$ 180 milhões
05- Chitãozinho e Xororó – Patrimônio: R$ 120 milhões
06- Leonardo – Patrimônio: R$ 100 milhões
07- Daniel – Patrimônio: R$ 60 milhões
08- Banda Calypso – Patrimônio: R$ 50 milhões
09- Claudia Leitte – Patrimônio: R$ 30 milhões
10- Luan Santana – Patrimônio: R$ 30 milhões

 “Atores como Tarcísio Meira, Gloria Menezes, Antônio Fagundes, Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Tony Ramos, ganham cerca de 100 mil por mês quando estão atuando em alguma série ou novela.”
(Fonte Notube – Link Indisponível)


  Artistas adoram falar mal de políticos, mas tal qual eles são loucos por privilégios.

  Quando Gilberto Gil assumiu o Ministério da Cultura todos esperavam grandes feitos.
  Quem lembra de algo relevante?

  Ministro Gil fala sobre o Programa Mais Cultura, da Agenda Social do Governo Federal.
  A ação, que será desenvolvida nos próximos três anos, beneficiará a área cultural do país com investimentos de R$ 4,7 bilhões.


  Fazer discurso bonito é fácil, difícil é conferir se esses recursos foram realmente disponibilizados e como foram utilizados.
  O que Gil fez na pratica foi ampliar o entendimento do que é arte e aumentar o ralo Lei Rouanet por onde sai dinheiro a fundo perdido.

  Gil diz que arte gera emprego e renda.
  A que consegue se sustentar sim, a que precisa ser sustentada pelo governo apenas desvia recursos da educação, segurança e saúde.

   Essa lógica entra em sua mente?



  

 Nota: Artistas em geral veem a vida de uma forma “artística, romântica”.

  Diretores, atores, roteiristas são artistas, o produto deles é a emoção.

  Vejo artistas considerando o teatro uma coisa essencial na sociedade e por isso merecedores de todos os incentivos fiscais possíveis e imagináveis.

  Convenhamos, o teatro é um entretenimento.

  É importante para o ator que tem seu ganha pão nele, mas para a maioria de nós é só uma opção de lazer a mais.

  Não lembro a última vez que fui ao teatro e NÃO ME FAZ FALTA.


  Lembremos que possivelmente a "encenação" de alguma ocorrência acontecia até entre os humanos das cavernas.

  O "teatro" é uma das nossas formas mais antigas de lazer e de transmitir experiências, conhecimento.

  O que é o circo senão um teatro mais informal?


  Porem, com a maquina de prensa veio a popularização de livros e revistas.

  Com os automóveis mais facilidade de viagens, para lazer ou aprendizado.

  A eletricidade nos trouxe radio, cinema, TV, games ... Internet.

  O teatro divide espaço com tudo isso, seu reinado soberano já vai longe ...


  Não invento a realidade, apenas observo.


 

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