quinta-feira, 17 de maio de 2012

Passado


 “No sopé do Himalaia, o Himalaia é só o sopé do Himalaia.  
  É na distância ou na memória ou na imaginação que o Himalaia é da sua altura, ou talvez um pouco mais alto.”
[Fernando Pessoa]

  A vida é uma “montanha” tão grandiosa que fica difícil ter a visão do todo.
  Enxergamos só a situação que estamos vivendo.
  Isso é normal.
  Ao atravessar uma rua movimentada tem que prestar atenção no trecho que você está, uma coisa de cada vez.

  No entanto se quer chegar a algum lugar tem que ter na mente um “mapa”, um reconhecimento mais amplo.
  Saber tanto quanto possível de onde veio e pra onde deseja ir.

  Atravessar a rua é só uma ilustração para facilitar o entendimento.
  Vamos ao que interessa, um exemplo mais “filosófico”.

  Escuto pessoas falando horrores da vida moderna.
  A impressão que temos é que tudo piorou muito em todos os sentidos.
  Me parece que focam nos problemas do dia a dia e nem percebem o quanto progredimos.
  Minha pergunta é:

  O que tinha de tão bom no passado?

  Evidente que com a grandiosidade do passado uma coisa ou outra era melhor, mas no geral se comparado com hoje era … desagradável, ineficiente, muito sofrimento.

  Quer falar de doenças?

  "Acometida por um inchaço doloroso no peito, a rainha persa Atossa, mulher de Dario 1, ordenou a um escravo grego que lhe arrancasse o seio.
  Não se conhecem detalhes sobre a recuperação de Atossa, nem sobre possíveis recidivas do tumor.
   Em 500 a.C., a doença ainda não era identificada como "câncer".
   Do grego karkinos, "caranguejo", o termo só seria utilizado um século mais tarde, quando Hipócrates, o pai da medicina, achou semelhanças entre um tumor com vasos sanguíneos dilatados ao seu redor e um crustáceo com as pernas espalhadas na areia."
[Revista Veja]

  Se compararmos nossa vida atual, com a que acontecia no passado, vivemos em uma época maravilhosa.
  Pense bem, ter extirpado um seio, na faca, sem anestesia!!!!
  Para uma mulher se submeter a isso imaginem como a dor que ela sentia era dilacerante.
                                          
  Você acha que trabalha demais?

  Sabia que na roça as pessoas trabalhavam de sol a sol, dá em média 12 horas por dia, todos os dias, sem férias ou descanso semanal remunerado.
  Pegue uma enxada e vai capinar o quintal da sua casa, depois pense em capinar quilômetros de plantação de café, veja se dá para sentir saudades do passado.

  Você acha o serviço doméstico exaustivo?

  Há meros 100 anos, eletrodomésticos eram raríssimos, eletricidade em casa também.
  Tudo era feito na força física.
  Hoje em dia se quer comer uma macarronada é rapidinho, o macarrão já vem no saquinho, em 10 minutos está cozido, o fogão é a gás, acendimento automático, o molho vem pronto.
  No passado fazer macarronada durava um dia inteiro de trabalho.

  Senhoras e senhores, vivemos uma época muito boa, com facilidades inimagináveis há 100 anos, coisas como Internet e celular há 50 anos era coisa de filme de ficção.

  Tudo pode melhorar e vai melhorar.

  Felizmente enquanto muitas pessoas inventam um passado maravilhoso que nunca existiu ou ficam anunciando o final dos tempos ... outras pessoas olham para frente e buscam um futuro ainda melhor.

  Vem comigo, faça parte desse time, vamos construir um mundo  melhor!

  Para isso, por vezes é preciso distanciamento, reservar alguns minutos do dia a meditação, para decidir qual a melhor direção...

“No dia a dia da Vida, a Vida é só o dia a dia.
  É no distanciamento ou na memória ou na imaginação que a Vida é da sua dimensão, ou talvez maior.”







                                                              
 UM CISCO NO OLHO

 Todos os dias, ou quase todos; é claro!
  Eu acordo às cinco horas da manhã, um costume antigo, trazido da infância; de quando se era preciso madrugar para ir buscar águas! Ir buscar águas em açudes distantes, tornam-se traumas permanentes de muitas infâncias. Hoje eu moro na cidade, mas, “aquela” vida do interior onde as dificuldades eram em abundâncias; as que são referentes as águas, “a falta d’água”!
  Às vezes fico a imaginar se, interior “não como o do nordeste” do Brasil; não devem ter a menor graça! Interior que não falta água, não falta comidas e não faltam dificuldades; devem ser um tédio, e além de tudo um desrespeito com o povo nordestino!
_Hoje aqui nesta cidade, onde tudo nos parecem ao alcance das mãos, de nossas mãos; não temos a menor noção do que se passa por estes interiores afora! …Enquanto tomo meu copo de café solúvel, observo estas pessoas que passam; “alheios” para seus trabalhos, suas vidas quê, não são suas águas! Mas, mesmo assim só faz-me relembrar aquelas dificuldades constantes, que na época me causava tanto sofrimento, tanto penar, tanta resignação!
  A então sorte Severina, vem-me agora com este sentimento confuso, dúbio; que deveria ser de alívio, parecer alívio, mas, parece-me saudade, também de saudade! Enquanto que na época, eu só pensava em fugir “daquela” vida; vem-me agora este parecer de que havia e eu perdi algo de lúdico, de bonito, de agradável! Causando-me “este” sentimento saudosista, melancólico! …
  Isso, eu nunca vou saber descrever, estes dois estados de nossos sentimentos; onde quando estamos sempre procurando “aquela” utópica felicidade, tamanho família!   Mas, ao mesmo tempo estamos sempre nos enchendo os olhos d’água; por pequenas alegrias que tivemos em momentos que na época nos pareciam tão difíceis! Quando é que vamos “aprender”, compreender quê pequenas alegrias, também são sim; felicidades?! Não! Normalmente a ignoramos, até que um dia; até “isso” nos alegraria tanto se, se tivéssemos de volta!

"Este texto é de um trabalho, referente ao canal da transposição!"

Onde faço durante a maior parte, referência da vida dura de antes, e da vida facilitada de agora; mas, que de fato; sempre de vez em quando, lá estamos nós, buscando "este " algo saudosista!

Estamos sempre buscando em nós mesmo; aquele herói conquistador de nossos sonhos! ... que no fundo, está no futuro, ou já ficou no passado!
E onde também, descrevo, que agora, onde não devia sentir; mas sinto, saudade daquela época; e descubro em mim mesmo, que só eu era capaz de suportar o que suportei, só eu era o herói e vencedor, da tamanha conquista!
Eu adoro este trabalho! ... cada vez que releio, entra um Cisco no meu olho!
[J. Cleiton – Mewe]
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  Já escrevi sobre isso.
  Difícil é localizar o texto 😊

  Em resumo:
  UMA COISA É O PASSADO OUTRA COISA É A “JUVENTUDE”.
  Quando somos crianças tudo é novidade, ir até a pracinha com nossa mãe é uma grande aventura.
  Evidente que conforme vamos vivendo as novidades vão diminuindo.
  Depois de ir muitas vezes a pracinha, uma hora enjoa, queremos outros lugares.

  Lembro com saudades da infância quando minha mãe fritou um ovo inteiro só pra mim.
  Mas saudades da minha mãe, da minha infância, não daquele passado de dificuldades.

  Minhas filhas tem excelentes momentos com minha esposa que vão ficar para sempre na memória afetiva delas.
  Não acredito que seriam lembranças mais bonitas se vivêssemos em situação de muita pobreza...





       
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