“Uma das mais importantes passagens da bíblia, em I
João 5: 7-8 - popularmente conhecida como Johannine Comma - também é
considerada pelos estudiosos uma inserção posterior."
(Blog Razão X Fé)
Tem pensador que se prende muito a origem da
palavra, isso fundamenta sua argumentação.
Evidente que para interpretar bem um texto é
preciso saber o que está escrito, entender em que contexto as palavras foram
usadas.
Nesse sentido até a pontuação é de suma
importância.
Eu, paralelamente ao que está
escrito, busco a “matemática das coisas”.
Fatos concretos, estatísticas.
Não me deixo seduzir pela arte da retórica.
Retórica é uma palavra que
significa a arte de falar bem, de se
comunicar de forma clara e conseguir transmitir ideias com convicção.
A retórica é uma área relacionada com a oratória e dialética, e remete
para um grupo de normas que fazem com que um orador comunique com eloquência.
Tem como objetivo expressar ideias de forma mais eficaz e bonita, sendo também responsável pelo aumento da
capacidade de persuasão.
A retórica não é um mal em si.
Reduzido ao mínimo podemos dizer que retórica
é um discurso bonito, escrito ou falado.
O ideal é que uma exposição seja bonita e bem
embasada.
O problema é que tem gente que se especializa
em falar “coisas bonitas”, a plateia se encanta e nem percebe que tem mais
“emoção” que razão.
Se procurarmos um "argumento sólido", não encontramos.
Vamos a um exemplo:
O átomo é composto de prótons, nêutrons e
elétrons.
A eletricidade é basicamente criar uma
diferença de potencial fazendo o elétron correr por um meio condutor.
Forçamos esse movimento e ele pode ser
transformado em energia cinética, térmica ou luminosa.
Isso é física, passível de medição e fórmulas
matemáticas.
Daí um orador vem falar da raiz da palavra
elétron, cujo termo original era elektron, que é como os gregos chamavam aquela
resina fóssil vegetal que chamamos de âmbar.
Um filosofo grego, Tales de Mileto, descobriu
que esfregando uma pedra de âmbar no pelo de carneiro acontecia um fenômeno
interessante de atrair partículas, uma força que ele não conseguiu
identificar qual era.
Tales
viveu por volta de 600 anos antes do nascimento de Cristo, mas esta força
magica que chamamos de eletricidade e campo magnético só foi ser melhor
estudada depois da idade média.
Isso mesmo, mais de 1000 anos se passaram!
Daí vem um pensador defendendo que devemos
mudar o nome da eletricidade para ambartricidade ou elektroncidade porque houve
uma tradução errada do grego há mil anos atrás.
Todos os estudos que se seguiram devem ser
ignorados porque ignoramos um dado "fundamental", a origem da palavra!!
Caraca!
Se vou fazer uma instalação elétrica em
minha casa uso conhecimentos, ferramentas e produtos atuais, não me importa
muito como Benjamim Franklin fazia.
Minhas teorias e opiniões são montadas a
partir do que observo na atualidade, o que os antigos pensavam há 2000 anos
atrás é uma curiosidade não um código sagrado que deve guiar minha vida hoje
como se a "verdadeira verdade" estivesse em algum lugar do passado.
Saber que Platão acreditava em almas gêmeas é
uma curiosidade, pode até existir algo parecido, mas na atualidade eu observo
que isso é só um "romantismo", não é a mais pura verdade só
porque foi escrito em grego antigo por um grego antigo.
Acredito que há pessoas com "personalidades compatíveis", mas não acredito em uma alma que foi dividida em duas por um imortal
e que uma de nossas missões aqui na Terra seja encontrar nossa alma gêmea.
Se minha alma gêmea nasceu no Japão fica “matematicamente”
muito difícil encontra-la, deve ter mulher compatível comigo aqui no Brasil,
bem mais fácil de encontrar.
Para não me alongar e ligando o texto ao que
foi debatido no Blog Razão X Fé.
(Quando fiz o rascunho desse texto tinha o link para o Blog, quando fui
publicar não encontrei mais, foi deletado ou o serviço descontinuado pelo site,
mas não quis desperdiçar meu texto/tempo)
Já debati com muita gente que supervaloriza o
antigo.
Quanto mais velho é um escrito, mais “verdadeiro”.
O escrito grego antigo é o certo e tudo que
veio a seguir é uma inserção posterior.
Segundo a explanação no Blog Razão x Fé, as inserções
ocorrem para uma elite dominar um povo oprimido.
Concordo que manipular a “informação” é tão
antigo quanto a humanidade.
Mas nada garante que o escrito original também
não tinha essa intenção.
Por vezes uma
inserção pode ser uma correção em uma
história que fazia pouco sentido, como no caso de Deus parar o Sol.
Com o
conhecimento daquela época o escritor acreditava que para alongar o dia Deus
teria que parar o Sol, mas na idade média já percebemos que ele teria que parar
a Terra, logo esta inserção seria mais coerente que um escrito hebraico ou grego,
a inserção seria mais "verdadeira".
Eu sinceramente não entendo porque o que João
pensava sobre a vinda de Cristo (ou sua missão) é tão superior ao que eu ou
qualquer outra pessoa estudiosa da Bíblia pense!
Não entendo esta fixação das pessoas em
idolatrar os conhecimentos do primeiro século, como se os apóstolos fossem as
mentes mais brilhantes que já passaram por este planeta.
"Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o
Espírito Santo; e estes três são um.
E três
são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três
concordam num."
(1 João
5:7-8)
O Razão X Fé é um Blog ateu e considera essa
passagem de João uma inserção posterior para uma elite "provar" que
existe o Espirito Santo.
Segundo o texto no Blog, na Bíblia
"original" não tem referências a uma trindade.
O Espirito Santo é uma grosseira falsificação
da Igreja Católica para enganar os tolos religiosos...
É, pode ser isso, mas também tem outra
possibilidade.
Assim como observamos aplicações
interessantes para a eletricidade muito depois de Tales de Mileto, a Igreja
Católica deduziu que havia uma força paralela a atuação de Jesus e Deus
principalmente analisando o ocorrido em pentecostes.
Nesse caso a inserção foi uma correção.
Para você que é religioso, quando o pastor ou
o padre ficar expondo o pensamento de Pedro ou Paulo confronte com os seus
próprios pensamentos, suas próprias observações.
Pedro apesar de tudo negou Jesus 3 vezes,
Paulo entre outras coisas tinha a mulher como um ser inferior, se você não
concorda com eles nestas passagens porque não colocar em dúvida tudo mais?
Não, não que eles estejam sempre errados, o
problema é acreditar que eles estavam sempre certos e guiar sua vida hoje por opiniões
emitidas há mais de 1500 anos.
As melhores respostas dificilmente serão
encontradas no passado, em escrituras antigas.
O pensamento dos antigos nos servem como
ponto de partida, não uma linha de chegada.
Na ciência de séculos atrás acreditava-se que
o átomo era indivisível.
Descobrimos que não é e colocamos essa “inserção”
nos livros mais “modernos”.