Comissão britânica recomenda descriminalização do suicídio
assistido.
Atualmente, um
médico que ajude o paciente a morrer pode pegar pena de até 14 anos.
“Segundo o relatório, os doentes com expectativa de menos
de um ano de vida deveriam ter a opção de pedir a seu médico uma dose de alguma
substancia que lhes ajude a morrer, sem que isso represente um delito para o
médico.
O doente, no
entanto, deveria estar em condições de administrar sozinho a medicação, como
sinal que se trata de uma decisão voluntaria.
A comissão
especifica que deve haver medidas protetivas para pessoas que não tenham
capacidade mental de tomar decisões.”
"Estas
recomendações são rechaçadas pelos grupos contrários ao suicídio assistido,
pois consideram que muitas pessoas vulneráveis podem ver-se pressionadas a se
matar."
Link - Estadão –Janeiro 2012
O argumento de quem é contrário ao suicídio
assistido me provocou bastante.
Em resumo:
Devemos proibir o suicídio assistido porque "algumas" pessoas se sentiriam pressionadas a se matar.
Não sei porque a família não pode
"pressionar" (influenciar) para que um de seus membros se mate em caso de doença
incurável!?
Desde cedo a família fez pressão para eu andar,
falar, usar o peniquinho, ir à escola, trabalhar, casar ... ter filhos.
De repente a pressão familiar tão aceitável
em vários momentos passa a ser inaceitável em um momento crítico como o final
da vida?!
Vamos supor que eu esteja muito debilitado em
um leito de hospital, minhas irmãs pedem que eu não desista, pois enquanto há
vida há esperança.
Elas estão fazendo uma pressão para que eu
suporte a dor e resista até o último suspiro, me agarrar a vida e a
materialidade com todas minhas forças.
A próxima visita é meu irmão que chora ao me
ver definhando na cama, ele sabe que minha esposa e filha também estão sofrendo
muito com os gastos financeiros e com todo cuidado que elas tem que dedicar a
minha pessoa.
Meu irmão sugere que talvez seja hora de eu
parar de sofrer e involuntariamente provocar sofrimento em minha família,
talvez seja a hora de eu partir.
Pelas minhas características seguiria a
sugestão de meu irmão.
Considero super natural que minha família
opine nesse momento tão difícil de minha vida, como sempre a decisão final
será minha.
Se eu estiver deprimido é um
motivo ainda maior para desistir dos tratamentos paliativos.
Deduzimos que já estou doente do corpo e da “alma”.
Estou mais debilitado do que aparento estar,
a vida se tornou um fardo muito pesado para suportar.
É importante que entendam que NÃO sou contra
quem por crença, ideologia ou vontade quer ser mantido “vivo” até o limite.
Quer ficar sendo espetado por agulhas dia e
noite?
Depender de alguém para te lavar e trocar as flaudas?
Fazer familiares deixarem seus afazeres para
ficar “te acompanhando”?
Quer ficar dependendo de uma máquina, viver a base
de fortes analgésicos?
Tudo bem!
Não estou lutando para tirar direito de
ninguém.
Só quero ter MEU direito de morrer, com auxílio médico, quando achar que a vida já não vale mais a pena.
Não faz sentido eu ficar desperdiçando
dinheiro do Estado ou de minha família para em troca permanecer em uma vida
patética sem nenhum prazer, só dor ... física e mental.
Não é racional eu ficar ocupando um leito que
pode ser utilizado por um indivíduo que tem reais chances de melhora e poderá
retornar para sua vida normal.
Vou além:
Se estou manifestando publicamente meu desejo
de ser "desligado" caso fique muito debilitado deveria ser OBRIGAÇÃO
do hospital e de minha família respeitar minha vontade, minha liberdade de
escolha.
Mesmo que eu não tenha condições físicas de
levar a cabo meu desejo os médicos deveriam me ajudar, deveria existir uma lei
nesse sentido.
O familiar responsável decidiria.
A medicina atual pode me proporcionar uma
morte serena, muito tranquila.
A grande maioria de nós não quer morrer, mas
já que a morte é inevitável a grande maioria gostaria de morrer dormindo.
Senhoras e senhores, estamos no FUTURO, sim,
morrer dormindo é possível.
Ficar sendo um peso para sua família e toda
sociedade não é inteligente, não é civilizado.
Se não quer pensar nos outros pense em si mesmo.
A maioria de nós já teve uma pessoa querida em estado terminal.
O corpo vai definhando ou deformando de uma forma que lembra filmes de terror.
Dores fortes passam a ser constantes, é isso ou internações frequentes, intubações se for parar na UTI ...
Aquilo que acontece com outros doentes mais cedo o mais tarde vai ocorrer com você.
Mortes "fulminantes" são raras.
Nessa vida cheia de problemas, chega uma hora que precisamos optar pela ➥solução final.
Essa lógica entra em sua mente?
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