domingo, 29 de janeiro de 2012

PAItrocinio do Estado

 

  

     

     Senado reconhece música gospel como manifestação cultural.

 

   Projeto aprovado pela Casa dá acesso a cantores do gênero à Lei Rouanet.


 

  “Tem verba federal para cultura afro, para a música sertaneja e até para o Funk.

   Por que não para a música gospel?”

   (Marco Feliciano)

 

Globo 28/12/2011

 

 

 

 

   Os prazeres são muitos, por consequência os gostos variados.

  Há pessoas que curtem colecionar miniaturas, outras que gostam de escalar grandes montanhas.

  Desde que o prazer do indivíduo não seja crime e pague por ele ... eu aceito.

  Se alguém por livre espontânea vontade aceita bancar o prazer ou atividade de outro, também aceito.

  Não entendo ser obrigado a pagar pelo prazer de outra pessoa.

  É o que acontece com a Lei Rouanet.

     

     “Governo abre mão de parte dos impostos (que recebe de pessoas físicas ou jurídicas), para que esses valores sejam investidos em projetos culturais que ajudam a mudar e até transformar o cenário da comunidade.”

 

  

  Sério que a música gospel, funk, sertaneja, bossa nova ... fazem isso!?
  Um filme ou peça de teatro ajudam a mudar o cenário da comunidade!?
  (Observem que malandramente colocam a palavra “ajudam”, algo subjetivo, difícil de quantificar)

  Pensei que fosse escola, segurança, saúde, infraestrutura.
 
  Sou contra a Lei Rouanet.
  Difícil é explicar porque ... vou tentar.

  “Eu” considero a arte antes de tudo um prazer.
   Prazer de quem produz e prazer de quem consome.
   Então, reforçando:

  Não entendo eu ser obrigado a pagar pelo prazer de outra pessoa.

  Quem de livre e espontânea vontade pinta quadros é porque tem prazer nessa atividade.
  Quem de livre e espontânea vontade compra quadros é porque aprecia pintura.

   Alguém que gosta muito de pintura quer levar essa arte para crianças no morro.
 (Só um exemplo para ilustrar)
  Pode fazer isso com recursos próprios, se não tem ... paciência.
  Obrigar toda sociedade bancar o projeto ... eu não apoio

  E a criança do morro?

   Defendo que o dinheiro dos impostos deve ser gasto basicamente com saúde, "escolarização, segurança e regulamentações.
  Coisas como alimentação, moradia, lazer, “educação” ... devem ficar prioritariamente a cargo da família.

   Logo.

   Se a criança demonstra algum gosto por pintura, os pais dentro de suas possibilidades devem verificar o que é possível fazer, se não tem condições para nada ... paciência.

   Minha filha queria muito estudar na Inglaterra ou Canada, eu não tenho condições para isso , ela não foi.

  O casal ter filhos é um direito, querer que a sociedade realize todos os sonhos da criança é insano.

 Tenho certeza que muitos talentos são desperdiçados por falta de oportunidade, mas precisamos entender que:

  Os principais responsáveis por gerar oportunidades são os pais e o próprio indivíduo.

  Nasci numa família desestruturada, aula de educação artística era um terror.
  Meus pais não tinham dinheiro sobrando nem para comprar uma folha de cartolina.
  O governo (com dinheiro dos impostos) montou escola perto de casa, pagou professores, elaborou currículo escolar ... será que tem que disponibilizar absolutamente todo material escolar?
  Da borracha até material para o projeto de ciência!?

  Fiz o que meus pais não fizeram.
  Antes de ter filhos desenvolvi condições para que isso acontecesse.
  Material escolar nunca faltou para minhas filhas.

  Se uma delas se interessasse por pintura, não dá para colocar em uma escola de elite, mas dá para fazer alguma coisa.
  Se realmente tiver talento (ou sorte) vai se destacar senão vai pintar por prazer ... paciência.

   E aqui chegamos em um ponto importante.

   Quem sente prazer em pintar quadros e consegue ganhar dinheiro com isso ... ótimo.
   Vincent van Gogh não conseguiu.


      

  “Van Gogh não obteve sucesso durante sua vida, sendo considerado um louco e um fracassado.

   Ele ficou famoso depois de seu suicídio, existindo na imaginação pública como a quintessência do gênio incompreendido, o artista "onde discursos sobre loucura e criatividade convergem"

(Wikipédia)

 

  

  Um dos meus prazeres é escrever, seria legal fazer parte de uma editora, ter leitores dispostos a pagar por meus livros.
  Isso não acontece.
  Você considera justo por meio de alguma brecha (influência) o Governo bancar minha obra?

  Evidente que considero “minha arte” importante, interessante.

  As pessoas que produzem música gospel, samba, hip hop ... teatro, cinema ... acreditam que estão fazendo algo importante, seja pela mensagem na música (peça, filme) ou para o lazer da "sociedade".

  Convenhamos que não é nada essencial a ponto de desviarmos dinheiro dos impostos.
  Principalmente em um país com déficit fiscal monumental e outras urgências.

  Enfim.

  Se você gosta de alguma coisa e ela não é vendável faça por prazer ou deixe de fazer.   
  Desviar dinheiro público para satisfazer prazeres pessoais é insensatez coletiva.

  Dá até saudades daqueles artistas “românticos” que não queriam “sujar” sua arte com dinheiro.
  Quem gostasse dava um “agrado”.
  Hoje querem “paitrocinio do Estado”.







  Provocação final:

  Gastamos muito dinheiro com orquestras sinfônicas.
  Não podemos dizer que música clássica faz parte da nossa “cultura”.
  Porque ninguém questiona os gastos com orquestras (até querem que aumente), mas questionam gastos com músicas “regionais” !?

  Tirando os gastos com Museus, que para mim seriam uma espécie de “arquivo nacional”, e naturalmente há exposição de artes ... todas as outras artes devem se sustentar ou existirem pelo puro prazer.
  Se ninguém quer pagar e nem tem mais prazer em fazer ... deixe a tal arte morrer.
  Que fique gravada em vídeo no museu, quem sabe alguém a ressuscite ... por prazer, não para reivindicar dinheiro dos impostos.


     

  😒“Porque William Shakespeare falou que nossa Filosofia é vã?”
           (Comentarista)

 
  William Shakespeare viveu por volta de 1600.
  Filosofia era sinônimo de racionalidade, lógica, pensamentos bem estruturados.
 
  A palavra “Ciência” não tinha o status que tem hoje.
 
  Filosofo era um intelectual que especulava sobre fatos concretos.
  Se Shakespeare vivesse hoje diria:
 
   “Existe mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa ciência.”
 
  E o “vã”?
  Vã quer dizer inútil, insignificante.
  Foi uma palavra colocada com apelo emocional/teatral.
 
  Apelo emocional fica interessante em frases.
 
 “Só sei que nada sei”.
 “Penso logo existo”.
 “Quem espera sempre alcança”.

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