“A Alemanha aboliu completamente as mensalidades das universidades.
Agora qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade, pode estudar lá sem pagar nada.”
Exame - Outubro/2014
"Complexo de vira-lata" é uma expressão criada por Nelson Rodrigues. Se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã.
O Brasil só teria se recuperado do choque (ao menos no campo futebolístico) em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez.
Para Nelson Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico.
“Por "complexo de vira-lata" entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo.
O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem.
Eis a verdade:
"Não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima.”
(Nelson Rodrigues)
A ideia de que o povo brasileiro é inferior a outros ou "degenerado" não é nova e data pelo menos do século XIX, quando o conde francês Arthur de Gobineau desembarcou em 1845 no Rio de Janeiro e chamou os cariocas de "verdadeiros macacos".
Wikipédia
Complexo de vira-lata é uma coisa que eu não tenho então vou criticar a Alemanha, principalmente Ângela Merkel.
Admiro culturas mais civilizadas que a nossa (como a alemã), mas sem idolatria, não idolatro nada nem ninguém.
Sou contra Universidade Estadual gratuita para quem pode pagar a não ser que o dinheiro esteja sobrando nos cofres públicos.
Em algumas nações ricas em Petróleo entrava tanto dinheiro que o povo tinha acesso a coisas incríveis, não sou contra, ser rico é glorioso.
Se o dinheiro estiver sobrando e o Estado/Sociedade quiser dar transporte gratuito (subsidiado), Internet, moradia ... sem problemas.
A pergunta que devemos fazer é óbvia.
O dinheiro está sobrando?
Em um debate foi sugerido que eu deveria mudar minha opinião sobre ricos pagarem faculdade porque a Alemanha estava universalizando o estudo superior gratuito.
Devo mudar minha opinião sobre a necessidade de pagamento da universidade só porque a Alemanha decidiu por isso!?
Devo aceitar essa decisão sem contestar pelo simples fato de gostar do povo alemão?
Não sou capaz disso...
O dinheiro na Alemanha está sobrando?
A Alemanha tem um endividamento de 71% do PIB.
(A título de comparação o Brasil está endividado em 66% do PIB, Agosto de 2016.)
Com uma carga tributária de 34% um endividamento de até 40% do PIB seria aceitável.
Fica claro que não tem dinheiro sobrando na Alemanha, os gastos estão acima da arrecadação.
Porém, se a sociedade alemã optou por priorizar o ensino superior gratuito para todos ... é um direito deles enquanto povo.
Aqui no Brasil nós também optamos por isso, mas não inteiramente.
Lembrem-se que as vagas disponíveis nas universidades federais não atende a todos que querem fazer faculdade por isso temos vestibulares tão concorridos.
Limitando vagas o Estado Brasileiro limita quanto quer gastar oferecendo universidade gratuita que obviamente não é para todos.
As famílias mais abastadas conseguem proporcionar um ensino básico melhor para os filhos que por consequência conseguem ficar mais competitivos para conquistar as vagas.
Se não tem vaga para todos e quem fica com as vagas gratuitas são os alunos que teriam condição de pagar criamos uma distorção social inacreditável.
Os mais pobres não fazem faculdade ou pagam para fazer.
Os mais abastados ficam com melhores empregos porque fazem conceituadas universidades estaduais gratuitas.
Como combater essa distorção?
A primeira coisa é aumentar a qualidade do ensino fundamental e básico de modo que o aluno da escola pública tenha igualdade de condições para competir no vestibular.
Se a universidade estadual é tão boa quanto a universidade privada porque isso é impossível quando falamos de ensino fundamental e segundo grau?
Isso não foi sempre assim, deixe de lado seu complexo de vira-lata.
Nossa escola pública era muito boa.
Pesquisando eu descobri uma expressão que hoje em dia nem faz mais sentido, mas demonstra a qualidade do nosso ensino público.
“Papai Pagou Passou.”
A sigla PPP era conferida a escolas particulares onde o filho de famílias mais endinheiradas sempre passava de ano porque o pai pagava.
Não era como na escola pública que se você não estudasse muito era reprovado.
A Unicamp é uma Universidade Publica conceituada, seu diploma tem um peso maior que a maioria das universidades privadas.
Acredite, nas décadas de 50 e 60 o primário, ginasial e colegial eram como se fossem a USP ou UNICAMP.
Mas não vamos nos aprofundar nisso porque é algo muito complexo, bem menos pessoas frequentavam escolas.
A partir de 70 universalizamos o ensino e isso foi excelente, pena que não conseguimos manter a qualidade.
Voltando para hoje...
Se não dispomos de grana para dar vaga a todos nas Universidades Públicas eu acho justo o MÉRITO.
Ainda mais hoje em dia que o aluno não depende só dá escola para adquirir conhecimento.
Independente de situação financeira, que conquiste a vaga quem se esforçar mais nos estudos.
Assim como não quero ver uma pessoa pobre não poder cursar a Unicamp por não ter tido um bom ensino médio também não quero ver alguém ser excluído da concorrência pela vaga só porque nasceu em uma família mais abastada.
Defendo que todos ricos, pobres, medianos, possam prestar o vestibular na UNICAMP.
Que passem os melhores alunos.
Mas e depois de entrar?
Quem pode pagar ➽que pague.
Quem precisar de algum subsídio daremos a ele.
Quem não tiver a mínima condição damos bolsa integral.
Reforçando:
Sou a favor da faculdade gratuita para quem NÃO pode pagar.
Esses benefícios sociais “indevidos” (no caso dos mais ricos) acabam aumentando o endividamento do Estado.
A Alemanha segue a passos largos o caminho do POPULISMO, depois vão falar que o caos econômico é fruto do capitalismo.
Cursos como administração e direito são mais “falação”, não acredito que tenham um custo muito alto.
Outros cursos como medicina, engenharia, química ... tem custos altos porque implica no uso de materiais.
Um curso de odontologia ou mecatrônica terá um subsídio astronômico do Governo/Sociedade.
Fatalmente todos pagarão mais impostos, até quem não fizer faculdade.
Mas cada caso é um caso, alemães estão completamente errados nessa questão?
Claro que não, entenda porquê.
Vamos audaciosamente onde nenhuma mente jamais esteve...😉
Alemanha se torna o país com a taxa de natalidade mais baixa do mundo.
“A menor taxa de natalidade do mundo pode ter impacto negativo na Alemanha, principalmente no que diz respeito à atração e eficiência econômica do país no cenário global.
A ONU estima que a população com idade para trabalho, que vai de 20 a 65 anos, deve cair de 61% a 54% no país.
(DW-Notícias)
Faz tempo que os Governos optaram por uma pirâmide financeira para sustentar as aposentadorias.
Não há incentivo para o cidadão individualmente se preocupar em acumular recursos para velhice.
O cidadão pode viver como bem entender, “viver o hoje”, e quando ele estiver idoso o Estado/Sociedade cuida dele.
Mas não pode ser um cuidar de qualquer jeito e nem ser muito idoso.
Aqui no Brasil você se aposenta em média com 53 anos (2016) e pela vontade da maioria todos receberiam salários integrais além de terem gratuidade em impostos e serviços públicos.
Isso só não acontece porque realmente não tem dinheiro.
E não tem dinheiro porque o número de idosos aumenta a cada dia, o número de jovens está diminuindo.
Com o idoso ficando cada dia mais caro é evidente que essa pirâmide financeira não tem como se sustentar.
Uma “solução” é estimular casais a terem mais filhos, “produzir mais jovens”.
Acontece que essa solução acaba com nossos recursos naturais.
A Terra já tem 7 bilhões de humanos, viramos um verdadeiro câncer para esse planeta devido a nossa enorme quantidade e exigência de qualidade de vida cada vez melhor.
Outra “solução” é estimular a imigração, é isso que a Alemanha está fazendo.
A Alemanha parece que está sendo boazinha em dar universidade gratuita para estrangeiros, mas a verdade é que está sendo esperta.
Ela atrai jovens universitários que acabam ficando por lá aumentando a população local.
O individuo que vai atrás de uma vaga em Universidade é um jovem diferenciado.
A Alemanha atrai uma imigração de qualidade.
O que me preocupa é a política da Ângela Merkel de tentar também aumentar a população através de “refugiados” islâmicos.
Não acho uma boa “islamizar” a Alemanha. Imigrantes brasileiros, bolivianos, venezuelanos, haitianos, argentinos ... são cristãos, tem uma cultura mais compatível com a Europa.
Não estou dizendo para fecharem as portas para os muçulmanos, mas a escolha teria que ser mais rigorosa.
Essa política de portas abertas da Ângela Merkel tem tudo para ser catastrófica.
A França praticou politica semelhante no passado não muito distante e agora colhe os frutos nefastos.
Qual seria a solução de fato para as aposentadorias?
Espero que os povos acabem com essa pirâmide financeira dos jovens sustentarem os idosos.
NÃO, não estou propondo uma mudança radical, não gosto de revoluções prefiro evoluções.
Apenas temos que traçar esse objetivo e ir caminhando para ele o mais rápido possível.
Cada indivíduo tem que se sentir mais responsável pelo próprio futuro.
Eu e minha esposa não criamos nossas filhas para nos garantir alguma renda na velhice.
Pelo contrário, nós é que nos preocupamos em deixar-lhes alguma herança.
Viver é difícil, quase nada sai como a gente planeja, mesmo assim é preciso planejar, dar uma direção factível a vida.
Não entendo uma pessoa coerente, de bom senso, planejar deliberadamente ser um estorvo, um peso para os mais jovens ...
Nem a geração atual deixar uma bomba fiscal armada para detonar nos seus filhos e netos...