segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sobre Meditação

  "Em vez de relaxar, meditação pode provocar crises mentais."
[BBC]

  Afirmam que meditação é eficaz no tratamento de doenças mentais, mas também pode beneficiar a qualquer pessoa, inclusive aquelas que estão bem.
  Afinal, sentar-se em silêncio e respirar não pode fazer mal.
   Será?
  Foi o que Suzanne (nome fictício), uma francesa de 20 anos, pensou.
  Há pouco mais de um ano, ela decidiu ir a um retiro de meditação em silêncio em Manchester, Reino Unido.
  O plano de meditação era bastante intenso: dez dias seguidos; estava proibido falar ou fazer contato visual com outras pessoas, inclusive quando terminavam as sessões diárias.
  Tudo estava bem até o sétimo dia, quando Suzanne teve um ataque de pânico.
   
"Senti como se meu cérebro tivesse explodido", disse.
   "Senti como se estivesse completamente separada do meu próprio corpo."
  Foi buscar a ajuda de seus professores, que a aconselharam a continuar meditando.
  Ao fim do curso, voltou, com dificuldade, a França, onde, na casa de sua mãe, piorou.
 
"Tentei seguir adiante com a minha vida, mas foi impossível. 
  Não podia sair da cama, não conseguia comer.
  Estava tendo sintomas de terror e pânico.
  Tinha muito medo e tive 'despersonalização
'
- isso é, basicamente, quando você se olha no espelho e é incapaz de reconhecer-se- e 'desrealização', que é quando o mundo parece irreal."
  Suzanne deu entrada em um hospital psiquiátrico, onde deram a ela medicação antipsicótica.
  Um ano depois, ainda a toma.
  Disse que se sente muito melhor, mas
"ainda tem um longo caminho a seguir".
  "Nem boa nem má".

  O caso de Suzanne é extremo, mas não tão incomum como se poderia pensar.
  A BBC conversou com várias pessoas que aparentemente estavam em bom estado de saúde mental antes de provar a meditação, e que tiveram graves crises durante e depois de praticá-la.
[Matéria Completa na BBC]






 
  Essa reportagem demonstra mais uma vez o que escrevo a exaustão: 

  A vida não é exata.

   O que é muito bom para uns não é necessariamente bom para outros.
  A meditação mais profunda exige um tipo de entrega que destrói certas "ilusões", nem todos suportam bem a realidade da nossa (digamos) "fragilidade".


"Tentei seguir adiante com a minha vida, mas foi impossível.
  Não podia sair da cama, não conseguia comer.
  Estava tendo sintomas de terror e pânico.
  Tinha muito medo e tive 'despersonalização' - isso é, basicamente, quando você se olha no espelho e é incapaz de reconhecer-se- e 'desrealização', que é quando o mundo parece irreal."
 [Suzane]


    Essa matéria me chamou atenção porque o relato da mulher coincide com alguns "sintomas" em mim.  
  Hoje esta mais sob controle, mas já tive que lutar contra o pânico de sair de casa.
  Um tipo de "medo", no meu caso era falta de força para enfrentar situações caóticas.
  As duas fases mais criticas foram quando estava sendo "fritado" em uma empresa que absorveu a que eu trabalhava, depois um desanimo total com um restaurante que me dava muito trabalho e prejuízo.
  Eu que já não gosto de sair de casa tive esse sentimento potencializado, virou pânico, não gosto nem de lembrar...
 
 Não reconheço minha voz, sempre que ouço uma gravação me espanto, eu falo assim!?

  Se estou em frente o espelho sei que pela lógica sou eu, mas é tão estranho... se eu visse algum clone meu na rua não me identificaria.

  O mundo parece tão surreal ... muitas vezes por alguns segundos faço testes para saber se estou acordado.
  Diante de tanto conhecimento acumulado e facilmente disponível não entendo como tantos povos insistem no que sabem que não dá certo.

  Essas sensações são intensificadas dependendo da meditação.
  Nunca sei bem para onde vai um texto e muitas vezes o resultado final é uma depressão que pode durar 3, 4 dias.
  Se posso ficar em casa, gosto de ficar na cama, no escuro, mas isso é raro... sou pobre.
  Tenho que trabalhar então coloco minha máscara de “super homem” mesmo me sentindo um garoto de 5 anos que se perdeu da mãe. 
  Vou me arrastando porque sei que vai passar.
  Igual àquela gripe que nos derruba por alguns dias, mas a saúde sempre voltou.

  Se a meditação pode ser tão “dramática” porque  faço?
  Não sei, só sei que é assim.

  Claro que tem o outro lado, por vezes o resultado final de um texto me faz rir por 3, 4 dias, gostaria que o resultado sempre fosse esse.
  Não vou colocar link para nenhum dos textos que me provocaram depressão, evito lê-los.
  Mas posso dar exemplo de dois que me fizeram rir bastante 😊:

  
  Quem bebe muito sabe que no outro dia pode ter uma enxaqueca terrível.
  Então porque bebe?
  Sei lá, o prazer de beber vale o risco de uma possível enxaqueca.

  Quem joga sabe que pode perder muito dinheiro.
  Porque joga?
  O prazer do jogo compensa a possível perda de dinheiro.
 
  Quem fuma sabe que aumenta bastante as chances de ter câncer de pulmão na velhice.
  Mas quando se é jovem a velhice parece algo tão distante o cigarro proporciona tanto prazer. 
 (Para quem gosta é evidente.)

  Quem ama sabe que pode ter grande depressão ao não ser correspondido.
  Porque ama?
  Evitar o amor não é algo que esteja sob total controle.

  Tenho muito prazer na meditação, vem meio que no automático, não tenho controle.
  Como no caso da bebida, do jogo, do cigarro, do amor ... quando a dor está sendo maior que o prazer é hora de buscar ajuda, desistir.

  A "Filosofia" não está destruindo minha vida, tenho muito mais prazer que dor.
  "Parece" até que deixei de ser aberração.
  Os xingamentos não são mais constantes, já não me acham tão louco.

  
Porem, no caso da mulher da reportagem, o procedimento radical abriu um portal "complicado".
  Meu "palpite" é que aflorou alguma "mediunidade" e tratar isso com psicotrópicos ... boa sorte pra ela.

  Drogas e/ou meditação profunda podem fazer o "invisível" aparecer.
  Eu que por vezes fui sugado para esse tipo de ocorrência fico me perguntando.

  "Outra vida" é ilusão ou esse homem no espelho é parte de uma realidade maior? 

  O limbo entre as dimensões é um lugar perigoso sem bom guia ou mentalização.

  ➽Só sei que nada sei.



  A meditação deveria sempre me levar para serenidade, mas a vida não é exata, a insegurança, o desconhecido, a fragilidade ... por vezes me levam ao PÂNICO.

  Essa meditação me deixou um pouco depressivo ... eu já sabia dos riscos... não vou ficar com "vitimismo".


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