Frank Hosaka: “Acredito que o chanceler Kurt von Schleicher e o presidente Paul von Hindenburg não estavam conseguindo pagar o salário dos deputados, e assim Hitler teve muita sorte com a sua poderosa eloquência e criou um novo cargo, o de führer, e ao invés de pagar o salário dos deputados, preferiu pagar os seus aliados na Gestapo e na SS e sumir com os adversários.
Ele aumentou os impostos e conseguiu o apoio de vários empresários de 1933 até 1942.
Mas a guerra prejudicou vários empresários que começaram a investir num golpe de estado, Hitler conseguiu escapar de todos eles, menos a turma que dependia do salário.
Enfrentar os aliados com o salário atrasado não dá certo.
O problema não é de direita e nem de esquerda, mas entender como a eloquência pode fazer o empresário produzir e pagar os impostos.”
GPT: Dá para entender a intenção geral, mas o comentário é historicamente confuso e cheio de erros, misturando fatos reais com interpretações equivocadas.
Vou separar o que ele quis dizer do que está errado.
Frank tenta sustentar a ideia de que:
* Hitler chegou e se manteve no poder mais por eloquência e apoio econômico do que por ideologia de direita ou esquerda.
* O apoio dos empresários, obtido via impostos, contratos e produção, teria sido decisivo.
* Quando a guerra passou a prejudicar interesses econômicos, parte das elites teria cogitado golpes contra Hitler.
* A tese central dele é que retórica + economia explicam mais o poder político do que rótulos ideológicos.
Essa é a linha argumentativa: o poder nasce da capacidade de mobilizar produção, impostos e apoio econômico via discurso.
Onde o texto se perde (erros graves)
1. Deputados sem salário.
→ Não houve crise de pagamento de deputados que explique a ascensão de Hitler. Isso é invenção.
2. Hitler “criou” o cargo de Führer em 1933.
→ Falso. Ele virou chanceler em 1933; o título de Führer só surge em 1934, após a morte de Hindenburg.
3. Trocar salário de deputados por pagamento à SS e Gestapo.
→ O Reichstag foi esvaziado politicamente, não financeiramente.
A repressão veio de leis de exceção, não de “realocação salarial”.
4. Empresários planejando golpes entre 1933 e 1942.
→ A oposição real das elites econômicas só ganha força quando a guerra já estava perdida (1943–1944), culminando no atentado de 20 de julho de 1944.
5. “Turma que dependia do salário”
→ Conceito vago e sem base histórica clara.
Em resumo
O Frank quer discutir poder, retórica e economia (ponto válido).
Mas usa a Alemanha Nazista com dados errados, cronologia falha e simplificações grosseiras.
O argumento até poderia ser interessante, se não fosse sustentado por fatos historicamente falsos.
Conclusão curta:
👉 Não é que ele esteja “profundo”; ele está confuso mesmo.
A ideia central é compreensível, mas a explicação é um amontoado de imprecisões históricas.
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