domingo, 3 de maio de 2020

Para Sérgio Moro

  


  

  No primeiro cenário, Bolsonaro teria 27% das intenções contra 18,1% de Moro.




   Jair Bolsonaro é intempestivo, fala antes de pensar, por isso protagoniza frases constrangedoras.

  Coisa terrível para qualquer autoridade pública.
  Não tem essa de perseguição específica a Bolsonaro por parte da mídia.
  Desde que me conheço por gente qualquer frase, que qualquer “celebridade” fale, que possa ser alvo de críticas ou zoação … vai ser alvo de críticas e zoação.
  Bolsonaro facilita manchetes negativas falando o que lhe dá na telha.
  Cria atritos desnecessários.
  Mesmo quando diz “coisas que eu concordo” fala de um jeito que dificulta a defesa da ideia.

  Devido essa *verborragia do Bolsonaro, faltando uns 3 meses para as eleições decidi apoiar Geraldo Alckmin.
(*Uso excessivo de palavras para expressar algo sem importância ou sem conteúdo.)

  O problema é que Geraldo incorreu no mesmo erro estratégico que Moro está prestes a incorrer.
  Eleger Jair Bolsonaro como o inimigo eleitoral a ser vencido.
  Geraldo ao invés de se defender da grave acusação de ladrão de merenda (por exemplo), preferiu ficar atacando Jair Bolsonaro.
  Quem vai votar em alguém com essa fama!?
  Geraldo ignorou tão completamente esse tema que até eu fiquei em dúvida sobre sua inocência.
  Depois de um mês de apoio voltei para Bolsonaro.
  Eleger grosseirão é difícil, um ladrão de merenda é impossível.

  Porém, Geraldo de uma certa forma eu entendo.
  PSDB é um partido de esquerda era meio natural que atacasse qualquer candidato que “cheirasse a direita”.
  Marina e Ciro vão na mesma linha.

  Entretanto a eleição de 2018 é passado.

  Para 2022 temos agora consolidado um grande numero de eleitores mais à direita.

  No Brasil isso é novidade.
  Até a eleição de 2014 para o eleitor brasileiro “direita” era um palavrão, coisa do demo “capetalista”.

  Se Moro eleger Bolsonaro como inimigo eleitoral a ser vencido, estará cavando a própria cova.
 
  O “bolsonarismo” não é tão forte quanto o petismo, mas cresceu consideravelmente.
  Se Moro for visto como inimigo por esse grupo é entrar em mais um front de batalha desnecessário.
  Moro pegando leve com Bolsonaro os bolsonaristas com o tempo começam a vê-lo como segunda opção.
  Com lulistas/petistas NÃO TEM CONVERSA, detestam Moro.

  Tanto Bolsonaro quanto Moro tentaram uma “amizade” e visivelmente não deu certo, mas ainda podem ser colegas, tem uma “causa” que os une.

  Evitar que aquele grupo que protagonizou o Petrolão volte ao poder.

  Se Bolsonaro tiver que passar a faixa para alguém que seja Sérgio Moro.
  Do lado de Moro é melhor a reeleição de Bolsonaro que o PT voltar ao poder.
  Seria jogar todo o enorme esforço da Lava Jato no lixo.
  Nadamos, nadamos para morrermos afogados!?


  Sérgio Moro errou em sair atirando.
  Qualquer caso de Moro ou Bolsonaro que vá parar no STF é preocupante. 
  Ali é quase um ambiente hostil para os dois.
  O STF foi composto basicamente por pessoas ligadas a esquerda, que detestam Moro e desprezam Bolsonaro.
  O último, Alexandre de Morais, foi indicado por Temer que sempre quis derrubar Moro.
  Sérgio Moro poderia sair em paz, com elegância, mas optou pelo “fogo amigo”.
  Se deixou levar pela emoção ou usou uma estratégia suicida?

   Sérgio Moro errou em não fazer mais relatórios para o Presidente.
   É obrigação de todos os ministros enviarem relatórios detalhados do que estão fazendo na pasta.
  Para o Presidente tomar boas decisões precisa estar bem informado, se possível saber das coisas antes de chegar a mídia.
  “Me parece” que Moro foi um tanto relapso com isso.
  Se Moro entregasse relatórios mais constantes e detalhados, Jair Bolsonaro não sentiria tanta necessidade de ter um contato mais direto com o Diretor Geral da Policia Federal.

  “Pelo que sei até agora” (03/05/2020) na pior das hipóteses tentativa de interferência NÃO é interferência em si.
  Se o Presidente tentou alguma coisa, foi desaconselhado pelo ministro e voltou atrás ... não vejo problema.
  A função do Ministro é essa mesma em qualquer pasta.
  Informar os problemas, apresentar soluções, aconselhar o Presidente.


  Espero que Moro acerte onde Bolsonaro falha.
  Política é a arte do convencimento pelas ideias, o primeiro passo é não criar uma animosidade tão grande que o outro não vai querer nem te ouvir, é preciso DIPLOMACIA.
 
  Bolsonaro e Moro se tratando com respeito, sem grandes atritos, podem comandar uma reforma política muito benéfica para o Brasil, inclusive um STF de melhor qualidade.

  Se elegerem um ao outro como inimigo, se auto destruirão e o Brasil corre o sério risco de voltar a hegemonia do ineficaz esquerdismo.

  Senhores:


  BOM SENSO ACIMA DE TUDO.

 



  A Presidência é um cargo importante, mas a melhora geral da nação depende de cada um de nós.
  Vejam o caso do Congresso, as pessoas reclamam do Centrão, mas são representantes eleitos.
 (Não importa que seja por coligações, que agora passaram por restrições.)
  Se um Renan Calheiros, Ciro Nogueira, Arthur Lira, Aécio Neves ... estão lá é porque tiveram votos.
  Precisamos votar em bons presidentes, bons parlamentares e cada um de nós estudar, trabalhar, buscar honestidade, justiça (individual e social). 
  Citei Aécio Neves porque eu mesmo já tive esse político em alta consideração, depois do caso Joesley o risquei das minhas intenções de voto.
   Defendo o voto impresso para que as eleições sejam o mais transparentes possível, mas se o eleitor insistir em encher o Congresso de políticos “obscuros”, mesmo que elejamos um Presidente “iluminado” em algum momento terá que ceder a escuridão por motivo de sobrevivência no cargo.
  Essa lógica entra em sua mente?

  Para a “nova política” acontecer, VOCÊ ELEITOR é peça fundamental.



  Eu não conseguiria ser mais elegantemente irônico que o companheiro Frank:
 
 

“O que é bom na fase atual é que o STF está cada vez mais rápido, antes o Supremo levava trezentos anos para avaliar um processo.
  O caso do Lula levou um ano para eles chegarem à conclusão que a Lava Jato é uma fraude.
  Já o caso Moro, eles gastaram apenas uma semana, isso em plena época de quarentena.
   Com um STF assim, não vamos mais precisar do presidente, dos ministros e nem do Congresso!”

[Frank Hosaka - Maio 2020]




                                                                 

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