domingo, 15 de junho de 2014

Para Cabacinhos

 

  “Pensar é o trabalho mais difícil que existe.
   Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele.”
   (Henry Ford)

  Os aumentos salariais que você recebe coletivamente não significam praticamente nada na sua melhora de vida.

  

  Para você “cabacinho” (quem não começou ou está no início da vida profissional) esse texto é muito util.

  No Brasil fazer greve virou tradição, em algumas categorias todo ano tem que ter.

  Se nossa cultura fosse melhor, empregadores e empregados (o sindicato que os representa) fariam uma reunião baseada em FATOS econômicos e chegariam a um aumento praticável sem necessidade de paralizações.
  Mas na nossa idiotice sem limites os empregadores apresentam uma proposta baixa porque sabem que os sindicatos pedirão valores altos e a greve ocorrerá de qualquer jeito.
 
  Vamos dizer que analisando os dados econômicos o aumento seria de 10%, tanto os economista do empregador quanto dos sindicatos chegam a números bem próximos, o consenso TECNICAMENTE é fácil, mas o que acontece?
  De certo o empregador vai oferecer 5% e os sindicatos pedirão 20%.

  Depois de custosas paralizações e transtornos a muita gente principalmente se forem professores, carteiros, motoristas, caminhoneiros, policiais, alfandega, enfermeiros...
  O índice de 10% que poderia ser adotado pacificamente só é obtido depois de sangue, suor e lagrimas.
  E você que fez greve, o que muda na sua vida?
  NADA!

  Os aumentos coletivos em geral são uma reposição inflacionaria.
  Seu salário ficou defasado em relação a subida de preços que já ocorreu durante o ano.
  O aumento coletivo só visa repor seu “poder de compra” de 1 ano atrás.

  Quanto você ganha em valores nominais não é tão importante quanto o que pode comprar com ele.
  Vamos reduzir tudo a “pão” para visualização mental.

  Você mora nos Estados Unidos e com 1 dólar compra 6 pães de 50 gramas.
  No Brasil com o equivalente a 1 dólar consegue comprar 4 pães de 50 gramas.

  Note que é o mesmo valor nominal, mas nos Estados Unidos seu poder de compra é maior.
  Qual a “mágica”?
  Produzir pão lá é mais barato/eficiente.
  Pode ser por uma cobrança mais inteligente de impostos, por maquinário melhor, trigo mais barato ...

  Aumentos reais de salários coletivos só são possíveis com aumento da PRODUTIVIDADE porque isso baixa o preço das coisas.




  Aumento real de salário individual é mais fácil e veremos no próximo texto.
  Por hora adquira mais conhecimento:

  As pessoas tem a ilusão que o “esforço” automaticamente lhes dá direito a alguma coisa quando na Física o esforço pode não passar de tempo perdido.

  Você tinha que empurrar o carro para fora da garagem com o objetivo de dar um tranco, fez muita força, mas não conseguiu.
  Na física você gastou energia, mas não realizou trabalho, não foi produtivo.

  Fora da física podemos aplicar “relativamente” o mesmo princípio.
  Você se esforçou, estudou bastante, sacrificou dias de folga/diversão e mesmo assim não passou no vestibular ou concurso.
  O que vai lhe dar a vaga é passar na seleção, tudo que você se esforçou não será avaliado.
  Outra pessoa não se esforçou tanto, mas é mais inteligente ou tem melhor memória e passou na seleção ... é isso que conta.

  O MÉRITO está em conseguir atingir um objetivo.
  Se esforçar faz parte do processo, mas não é o bastante.

   Como cada um tem sua qualidade, seu talento, é perfeitamente natural que nos diferenciemos nas mais variadas posições sociais e econômicas.

  Boa parte da humanidade defende que somos todos iguais.
  Se não estamos na mesma posição social econômica “igualitária” é porque faltou “oportunidade”.

  A “oportunidade” nos foi negada por uma ineficiência do Estado ou pela “exploração” de alguém que conseguiu mais dinheiro que nós.
  Para esses eu digo que a maior oportunidade quem dá é nossos pais.
  Explico:
  O casal pode transar o quanto quiser, antes e depois do casamento, mas na hora que pretender ter filho tem que lhe garantir condições básicas de vida, moradia, alimentação, estrutura familiar, acesso a estudos.
  Sabemos que muito do que somos é definido na nossa infância.
  Grande deficiência alimentar prejudica nosso organismo.
  Ambiente muito conturbado prejudica nossa “psique”.
  Um descaso famíliar com a escolarização prejudica nosso futuro profissional.

  Então para melhorar as “oportunidades” é mais eficiente trazer para nossa CULTURA uma grande cobrança com relação a PATERNIDADE RESPONSAVEL.
  Mas preferimos esperar tudo de algum “salvador da pátria”, um “grande líder” e/ou demonizar a riqueza ... condenar o mérito.

  Tem os que defendem que somos todos iguais, o que nos diferencia é o esforço.

  Se alguém tem menos é porque não se esforçou o bastante.
  A vida não é exata.
  Tudo que já foi escrito até aqui faz parte da equação.
  Porem cada um tem muitas limitações.
  Se você não tem o dom de ser compositor, por mais que se esforce não fará uma boa música.
  Em qualquer sala de aula sempre tem os melhores alunos, nossos cérebros não são iguais.
  Para ser um Einstein ou Thomas Edison não se iluda que tudo é uma questão de esforço.

  Equacionando tudo isso...

  Podemos taxar a transmissão de fortunas combatendo a extrema riqueza.

  Podemos desenvolver redes de proteção combatendo a extrema pobreza.


  No mais é:

  Nos adaptarmos a nossas naturais diferenças e a existência das mais variadas “classes sociais”.
  Comum a todos o RESPEITO AO PRÓXIMO.

 
  Nossos sindicatos em pleno século 21 lutam para implantar o Comunismo/igualitarismo/coletivismo e você não quer nem ouvir falar em Capitalismo/mérito/responsabilidade individual ...assim fica difícil.

  Não é que os sindicalistas façam por mal, na cabeça deles estão buscando o melhor para você, se apegaram a uma TRADIÇÃO sem pensar racionalmente sobre ela.

  Se você não se interessa em saber o funcionamento do Capitalismo como pode tirar alguma vantagem dele!?   

    Tudo que se baseia em cultura/tradição/condicionamento é muito difícil mudar.
   A situação patética que vigora no Brasil não tem previsão de mudança, aqui só temos partidos de esquerda.
  Então não tem jeito cabacinho, a mudança terá que ocorrer em VOCÊ!

  To be continued...            
   


  As greves no serviço público são um caso à parte.
  Nos fizemos reféns do funcionalismo.
  Lhes garantimos estabilidade, e os tratamos como trabalhadores melhores que todos os outros, essa é mais uma tradição nefasta em nosso país com grande participação dos sindicatos, mas principalmente com a cumplicidade da maioria da sociedade.










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