“Os
que fazem greve são os funcionários ineptos.
Os competentes trocam
de emprego por um salário mais alto.”
[Walmir Koppe]
Claro que não
sou contra greves, elas foram muito importantes no passado quando as
legislações trabalhistas estavam em desenvolvimento.
Hoje,
principalmente você que está iniciando sua vida profissional, deve questionar a
real utilidade delas em sua vida.
Por vezes
participar de uma greve queima suas chances de promoção dentro da empresa, se
você não é sindicalista ou funcionário público pode até ser demitido no próximo
“facão”.
Meu primeiro
emprego “registrado” foi em uma metalúrgica, trabalhava inspecionando peças, fazia
algumas operações como rosca em parafusos.
Tive aumentos
coletivos conseguidos pela categoria, como ganhava pouco minha vida econômica
não mudava nada.
Em casa éramos eu
minha mãe e mais 4 irmãos, o dinheiro não dava para colocar comida na mesa o
mês todo.
Só eu estava
trabalhando.
Aos 14 anos era
como se eu tivesse mulher e 4 filhos para sustentar.
Calma que as
coisas comigo sempre podem ficar pior ... minha mãe estava gravida ... quer
mais desgraça?
Meu irmão (por
parte de mãe) nasceu com hidrocefalia.
Até aí fui “vítima
do destino”. (Da ação de outros)
Depois de 2 anos dei
minha contribuição pessoal/individual para uma adolescência nefasta.
Com 16 anos,
cabacinho profissionalmente, a empresa precisava mudar meu horário, o sindicato
disse que eu não era obrigado a aceitar a mudança, a “lei” me protegia.
É, realmente a
empresa não podia me obrigar a mudar de horário, mas podia me demitir e foi o
que fez.
Os sindicalistas
continuaram empregados eu perdi o emprego numa fase de alistamento militar.
Sempre tive bom
senso, se alguém tivesse conversado comigo não teria feito a burrada, mas esse
tipo de coisa nunca aconteceu comigo, era eu e os livros os livros e eu.
Livros são muito teóricos,
a realidade não permite voltar a página anterior.
Claro que não era
obrigação do RH ou encarregado da empresa metalúrgica ter uma conversa séria
comigo, mas é o que eu faria.
[Quando fui encarregado nunca demiti um empregado sem apontar em
que ele estava me desagradando.
Eu dava chances para a
pessoa se explicar ou se corrigir e deixava bem claro que a demissão era uma
possibilidade.]
Eu e minha
família precisávamos muito daquele salario, trabalhava bem... só sei que a
demissão foi tão rápida que parecia um pesadelo.
“Há uma divergência de horários, você está demitido.”
Qual apoio recebi do Sindicato?
Se faltasse algum
dinheiro na rescisão de contrato eles me forneceriam um advogado.
A empresa pagou
tudo que tinha que pagar e eu fiquei desempregado bem na fase do serviço militar.
Comecei a fazer bicos de auxiliar de pedreiro,
depois vendedor de porta em porta.
Minha irmã Jane
conseguiu emprego em uma loja de roupas, minha mãe fazia faxina “quando podia” [meu irmão doente
consumia todo seu tempo, muitas internações].
O tempo passou e
minha vida só fez piorar quando fui convocado para o exército, não lembro bem,
mas acho que o soldo era de meio salário mínimo.
Cumpri meu tempo
de alistamento, saí do exército e minha vida só fez piorar, não conseguia
arranjar emprego de jeito nenhum.
Sem dinheiro para
condução andava incontáveis quilômetros atrás de alguma oportunidade.
Como passar pelo centro da cidade era quase
obrigatório parava na biblioteca para ler algum livro e tomar folego para
voltar para casa com fome e exausto.
Ainda bem que o
Bairro São Bernardo onde eu morava fica perto do centro.
Minha mãe voltou
ao mercado de trabalho, passou em um concurso público para copeira/merendeira.
Graças a um
namorado da minha mãe consegui emprego em uma fábrica de óculos.
Claro que
trabalhando minha vida ficou melhor do que quando estava desempregado, mas
ganhava salário mínimo, depois de alguns meses passei a ganhar 1 salário e
meio... não dava para fazer muita coisa além de colocar comida em casa.
[Minha irmã casou e foi
cuidar da vida dela.]
Lá pelo terceiro
ou quarto ano de empresa consegui uma promoção para encarregado de produção,
foi uma grande CONQUISTA
INDIVIDUAL que melhorou bem minha qualidade de vida passei a ganhar uns
3 salários, pelo menos comida não faltava mais em casa.
Houve uma mudança
societária na empresa, ela passou a funcionar em Indaiatuba, depois de muito
trabalho, muito esforço cheguei a ganhar 5 ou 6 salários, foi meu apogeu
salarial onde com muito juízo consegui quitar meu apartamento e ter um carro
não muito usado... não, não chegou a ser um "seminovo".
Quando acreditei
que estava estabilizado a empresa passou por um processo de fusão, fui
demitido.
Com o Fundo de
Garantia adquiri um pequeno restaurante e ... foram os piores anos da minha
vida adulta.
Tive que fechar,
já havia consumido todas minhas economias.
Mais uma vez conheci
o desemprego, dessa vez não foi por muito tempo, afinal eu era um trabalhador
experiente, mas os trabalhos eram muitos e o salário bem pouco.
Nessa época minha
vida só não ficou pior graças as CONQUISTAS INDIVIDUAIS da minha esposa, ela fez curso de
Técnica de Enfermagem e se destacou em uma grande empresa, seu salário era razoável.
Depois de muito
estudar, em casa mesmo, e prestar concursos públicos consegui ser chamado em um
que não é lá essas coisas, mas é bem melhor do que a situação em que me encontrava.
Quando parecia
que finalmente minha vida iria ter uma estabilidade econômica importante, minha
esposa perdeu o emprego...ô
osso!
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
Todo esse “testemunho” é para mostrar que o
que faz diferença são suas conquistas individuais.
[Não quero falar dos
"azares" profissionais.]
As conquistas
individuais de seu pai, mãe ou cônjuge também podem fazer a diferença.
Ter um filho Neymar
ou Maísa é prêmio de loteria...☺
O que faz diferença em sua
vida profissional NÃO é participar de greves, fazer passeatas e quebra-quebra
na rua.
Se você não é um
líder sindical [que também é uma conquista individual] o que faz diferença
é dedicar-se ao emprego e conseguir alguma promoção, algum destaque.
É estudar, buscar
alguma especialização profissional.
Entenda que se
você trabalhar 20 anos como carteiro [só um exemplo] é o padrão de vida de um carteiro que você
irá ter.
Se conseguir um
posto de supervisão nos Correios sua melhora econômica será de acordo com os
vencimentos dessa nova posição.
Suponhamos que
trabalhando como carteiro você conseguiu se formar em direito.
Parabéns!
Mas entenda que
se formar em alguma faculdade o torna mais
competitivo no entanto não é garantia de melhora de vida.
“Exercer a
profissão” de advogado é o que pode mudar alguma coisa.
Há advogados que
ganham 1.500 por mês e os que ganham 150 mil, uma grande conquista individual.
Concluindo.
Você que é novo no mercado de trabalho...estude, seja dedicado/produtivo, cuidado para não ter filhos
muito cedo, não gaste mais do que ganha.
Meu amigo
Maquiavel, o qual encontrei muitas vezes no oásis da biblioteca, quer terminar
esse texto, é sempre uma honra:
“Julgo poder ser
verdadeiro o fato de a sorte ser árbitro de metade das nossas ações, mas que,
mesmo assim, ela permite-nos governar a outra metade ou parte dela.”
[Maquiavel]
Faça bom governo
da metade de sua vida e na outra metade tenha meus sinceros desejos de BOA SORTE!
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