“A cultura está acima da diferença de condição social.”
[Confúcio]
Quando falo de “cultura ineficiente” muitos associam a
pessoas de baixa renda ou pouca escolaridade, no entanto quando a cultura é
ineficiente ela alcança todos os extratos da sociedade.
Observe um caso:
Faz tempo que
assino Veja e Superinteressante, revistas da editora Abril, até uns 5 anos
atrás o relacionamento era tranquilo, boas revistas.
Perto do final da
vigência da assinatura eu recebia a proposta de renovação por mais 1 ano com
algum desconto, não precisava fazer nada, só entraria em contato se desejasse o
cancelamento.
Desconfio ter
chegado ao poder algum “gênio” que de certo deve ter bom nível de estudo, ser
da “classe alta”.
Ele decidiu e a
diretoria consentiu que a renovação fosse automática por 2 anos, a empresa quer fazer antecipação
de caixa as minhas custas!
Tudo bem me
enviar a oferta, mas deveria ser uma opção a qual eu deveria entrar em contato
caso me interessasse.
Liguei
reclamando, mandei e-mail e nada aconteceu.
Esperava que
entendendo minha desaprovação pela ação eles não me mandassem mais tal proposta
no automático.
Em 2012 houve
mais uma greve dos correios aconteceu aquele atraso com as correspondências e
me esqueci do vencimento da assinatura das revistas, só fui perceber quando vi
a parcela de desconto no meu cartão referente a assinatura por 2 anos.
Pensei em ligar,
mas como sempre gosto de ter alguma revista comigo, acabei deixando para lá.
Sei, sei você
deve estar pensando como eu sou chato...nunca disse que não era.
Eu queria
continuar com a revista, mas a forma como começou a ser feita a renovação acho sacanagem...
Vamos ao motivo
desse texto.
Recebi o tal
comunicado de renovação automática e pasmem agora é por 3 anos!!
Entrei no SAC da
Abril, procurei a renovação apenas por um ano e pasmem não achei!
Mandei um e-mail
e fui informado que essa opção só está disponível por telefone para “minha
segurança”.
Caraca, porque
renovar minha assinatura automaticamente por 3 anos é mais seguro que renovar
por 1 ano!?
“Recebemos sua solicitação e informamos
que, por questões de segurança, esse serviço está disponível exclusivamente por
telefone.
Temos uma equipe dedicada a esse atendimento
de segunda à sexta-feira, das 8h às 22h.”
[E-mail SAC Abril]
Liguei no tal
atendimento, não cronometrei o tempo, mas deveria ter feito, não esperava que
fosse tão demorado.
Fiquei ouvindo
frases repetidas e musiquinha por uns 5 minutos.
A atendente foi
muito educada e prestativa, mesmo assim foram mais uns 15 minutos.
Assinar essas
revistas virou um pouco TRADIÇÃO para mim.
No nosso
cotidiano constantemente temos que ficar em filas ou salas de espera, sempre
levo uma revista para me fazer companhia.
Assinei por mais
um ano, mas esse imbróglio todo me fez questionar essa tradição.
Esse tipo de
coisa já ocorreu no passado com outras empresas.
Não entendo porque o
Empresário Brasileiro se esforça tanto para conseguir novos clientes e não vê a
importância em mantê-los... que CULTURA INEFICIENTE!
Esse caso da
revista é emblemático...explico:
Minha geração se
acostumou com o papel, gostamos de folear livros e revistas, a geração das
minhas filhas tem uma tendência natural a gostar mais de telas.
A lógica diz que
é muito mais fácil a revista impressa manter assinantes da minha geração que
conquistar assinantes da geração da minha filha.
Isso não tem
volta a não ser que aconteça uma tempestade magnética que acabe com toda nossa
tecnologia.
O disco de vinil
(por exemplo) pode ter um pequeno nicho de mercado, mas o MP3 é muito mais
eficiente para ouvirmos música, a “massa” não irá voltar a consumir vinil.
A revista
impressa é um meio de comunicação interessante que pode ter seu nicho por vários anos.
Não depende de energia elétrica
nem conexões wi-fi.
Não é atrativa para ladrões nem sujeita a
pirataria.
Ao risco de
assaltos todos estamos expostos a todo tempo em um país com tanta impunidade
onde os ladrões se sentem à vontade, no entanto não lembro de alguém ter tido
sua revista roubada na rua.
Folear uma
revista não chama atenção de marginais, manusear um tablet dependendo do local
é pedir para ser roubado.
Faz algum tempo
invadiram meu apartamento, o Ipad foi levado as revistas ficaram intactas.
Um hacker pode quebrar a segurança da revista
eletrônica e baixa-la gratuitamente, fazem isso até com empresas tecnológicas
de ponta.
Se a Abril
descobriu um sistema indevassável...deveria apostar nesse novo ramo de mercado.
Quanto a pirataria, quem vai comprar caras
impressoras para reproduzir uma revista?
[O investimento não compensa o roubo/falsificação.]
No entanto nossos empresários tupiniquins
devem pensar diferente...não me peçam para explicar não consigo entender.
Minha mente
Capitalista não vê
eficiência em reduzir a vida útil de um negócio provocando insatisfação nos
clientes “fiéis”.
Comecei a olhar
para outras publicações, a revista Época me parece muito boa.
Percebam que um
relacionamento que poderia durar tranquilo por muitos anos foi tornado
insatisfatório justamente por quem deveria zelar por mantê-lo.
Atualmente com
tantas fontes de informações e entretenimento a Abril precisa muito mais de mim
que eu dela.
Ela me conquistou
e agora entende que pode me fazer de gato e sapato que aceitarei tudo!
Isso não dá certo
nem em relacionamentos amorosos... a não ser que o indivíduo seja masoquista.
Você faz de tudo
para conquistar uma moça, depois que ela aceita sair com você começa a
esnoba-la!
Caraca, foi você
que correu atrás da moça, ela vivia bem sem você e vai continuar vivendo, ela
tem mais que lhe dar um chute no traseiro...a fila anda.
Empresas brasileiras
pisam na bola de todas as maneiras, depois quando você liga para cancelar o
serviço prometem mundos e fundos, te irritam ainda mais não aceitando o “fim da
relação”.
Nunca fui
masoquista em relacionamentos de amizades, amorosos e muito menos comerciais.
Gosto de quem me
trata bem ou pelo menos com respeito senão...a fila anda, não sou propriedade
de ninguém.
Estou
pesquisando sobre algum Tablet que atenda minhas necessidades, que me faça
companhia como as revistas fazem.
Esse
provavelmente é o último ano que mantenho a tradição de assinar revistas
impressas.
Inclusive com o
Tablet posso continuar com meus debates filosóficos na Internet mesmo longe de
casa.
Posso produzir
textos em qualquer lugar sem o incomodo de ter que transcrever quando chego em
casa.
Se a editora
Abril está com tanta pressa de matar as edições impressas não sou eu que irei
atrasar o enterro.
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