“Nunca
abandone suas três grandes e inabaláveis amigas:
Intuição,
Inocência e Fé.
[Autor
desconhecido]
Superestimar►
Atribuir a algo ou alguém qualidades ou características acima das reais.
Já escrevi
bastante sobre superestimar a Fé.
“Com Fé pode-se,
tudo até mover montanhas”.
É comum ler
postagens onde se você tiver Fé pode andar sobre as águas.
O autor da postagem nunca conseguiu fazer
isso, nunca presenciou alguém fazer isso, mas você só não faz se não quiser, se
não tiver Fé o bastante. ☻
Basta ter a Fé mágica
que o autor do post não tem...simples, simples.
Superestimam a
Intuição, Einstein foi mais provocativo.
“Albert Einstein uma
vez disse que “a intuição nada mais é que o resultado da experiência
intelectual anterior”.
Mas esse texto é
sobre a “idolatria a inocência”.
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
Quem
nunca viu aqueles posts onde criança é tudo de bom, verdadeiros anjos da
sabedoria na Terra?
Um internauta
disse que todos os adultos deveriam voltar a ser crianças, o mundo ficaria bem
melhor assim.
Ele não estava
sozinho nessa opinião, dezenas de pessoas positivaram seu post dizendo que
deveríamos voltar a inocência da infância e a vida na Terra seria um paraíso.
Caraca!
Não sei onde
estão essas crianças tão sabias e maravilhosas.
Crianças querem
sempre ser o centro das atenções e acabam sendo quando bebês porque realmente
precisam de muita atenção e são cativantes.
A medida que vão
crescendo e tendo que assumir suas responsabilidades NÃO lidam muito bem com
isso, gritam, esperneiam fazem birras.
Não quero me
estender sobre essa parte da análise, esse texto não é sobre crianças e sim
sobre “inocência/ingenuidade”, PUREZA DE SENTIMENTOS.
Quem acredita que
crianças são anjos da sabedoria que prove sua tese as deixando comandar a casa.
Da minha parte,
quando vejo pais dominados por suas crianças é deprimente.
Outros são tão
hipócritas, defendem igualmente que crianças são anjos da sabedoria ao mesmo
tempo que pregam na Internet a volta do espancamento infantil, vara de marmelo,
cintadas, palmatória...dizem que a “tortura” fez com que fossem as pessoas
“maravilhosas” que são hoje.
Quem não é
honesto e maravilhoso é porque não apanhou o bastante na infância!
[Superestimam o passado, nele tudo era divino e maravilhoso, não
havia criminosos, corruptos ou mau caráter de qualquer tipo...acredite quem
quiser.]
_____________________
👨 “Havia mais inocência da minha geração, que
não há na atual, pois esta geração dispõe de muito mais informações que a
minha.”
[Comentarista
no G+]
_____________________
Porque a “inocência” é algo tão desejável, sinônimo de uma vida melhor!?
Acreditar que cegonha traz bebês é melhor que
saber que eles acontecem a partir de uma relação sexual ou inseminação
artificial?
Tive uma infância
muito pobre, pão com presunto era festa.
Para minha filha
pão com presunto...é pão com presunto, uma opção entre tantas outras.
A inocência, a ingenuidade, tem seu
charme, mas o conhecimento é mais eficiente mesmo que pareçamos mais “chatos”.
[Isso para quem
consegue medir a alegria das pessoas]
Fiquei muito
alegre quando ganhei minha primeira calculadora, minha filha ficou muito alegre
quando ganhou seu primeiro celular que cá para nós é muito, mas muito melhor
que minha calculadora, tem até uma calculadora incorporada.
Como medir que
minha alegria foi maior que a da minha filha?
Como afirmar que
minha infância foi melhor que da minha filha!?
Se eu der uma
calculadora para minha filha ela não vai achar nenhuma graça; por isso posso
considerá-la chata?
Ela CONHECE smartphones
é natural que uma simples calculadora não lhe provoque grande alegria/emoção.
Se alguém me
desse hoje uma TV de tubo, sinceramente eu recusaria, só ocuparia espaço no apartamento.
Não sou
“inocente”, “ingênuo”, “SEI” que uma TV de LED é bem melhor.
A primeira TV
nova em casa foi eu que comprei.
Durante o tempo
que vivi com meu pai ele só comprou TVs bem usadas, quando houve a separação de
minha mãe eu e ela só conseguimos comprar TVs bem usadas.
As quebras eram
constantes, os defeitos diversos.
Tinha uma que o
seletor de canais precisava ser escorado com um prendedor de varal para
sintonizar o único canal disponível.
Quando morei na
Vila Boa Vista meu pai comprou uma TV tão antiga que dava até medo.
Era de válvula,
dá para acreditar?
Demorava para
ligar, fazia barulhos estranhos de uma bomba prestes a explodir e era feia, muito
feia.
Tinha uma caixa
enorme para uma tela pequena, parecia um robô monstro de ficção cientifica.
Não usamos muito,
em pouco tempo ela quebrou várias vezes, meu pai não pagou e a TV voltou para
loja de consertos.
Saudades daquelas
TVs antigas?
Tudo
que acontece em nossa infância e não nos faz “mal traumático” deixa alguma
saudade.
Defendo que não é saudade do objeto, da
situação e sim da própria infância.
A TV que marcou
minha vida foi a primeira nova que comprei, a primeira a cores, com controle
remoto.
Era uma
Mitsubishi, nunca deu defeito, depois de anos comprei uma de 29 polegadas, a
Mitsubishi de 20 polegadas ficou obsoleta, mas ela continuou alguns anos comigo
a coloquei no quarto.
Certa vez uma
funcionaria estava para casar meio às pressas, não tinha nada em “casa” [iria morar no fundo
da casa da sogra].
Ela lamentou não
ter nem uma TV, naquele momento percebi que minha querida Mitsubishi poderia
fazer alguém muito alegre, lhe dei a TV, ela ficou radiante de alegria.
O que já não é satisfatório para
nós pode trazer muita satisfação aos outros, afinal o tempo passou e a TV era
só um objeto, não algo a
ser cultuado.
Foi bom chegar
com o objeto TV em casa, mas o memorável foi comprar algo tão desejado e bom,
uma sensação maravilhosa, uma coisa tão simples que meus pais não conseguiram
me dar estava eu ali realizando por conta própria.
É evidente que as
TVs que tenho em casa hoje são bem melhores, em termos de eficiência não dá
para sentir saudades da Mitsubishi.
É importante você
perceber que certos saudosismos do passado se referem mais a saudade de nossa
infância e juventude e nos iludimos “personificando” em um objeto.
Rodar bambolê é
uma coisa extremamente boba, mas ter 12 anos é inesquecível.
Quando você tem
12 anos tudo é possível, tem uma vida para construir, tudo de bom pode
acontecer.
Se você é
baixinho ainda pode crescer.
Se você é bonito
pode ficar grande e forte.
Se sua aparência
não é muito boa crescendo pode melhorar.
A gostosa espera
dos beijos, dos namoros, do sexo, de encontrar o amor da sua vida.
Namorar, casar,
ter filhos, ficar rico e famoso, ser um profissional de destaque... “tudo” é
possível, nossa vida está em aberto.
Vejo muitas postagens
fazendo previsões sombrias para nossas crianças, uma delas dizia que nossas
crianças munidas de tabletes e celulares não terão do que sentir saudade!!
A infância e
juventude sempre deixam saudades, até quando não são muito boas.
Minha filha lembrará
com saudades de seus DVDs e passeios, seu primeiro celular, seu primeiro tablete
... que são bem mais interessantes que rodar bambolê, soltar pipa com cerol ou
prender pássaros em gaiolas.
“Na infância,
nosso futuro é um sonho.
Na juventude,
nosso futuro não tem futuro.
Quando adulto,
nosso futuro é a realidade.
Na velhice, nosso
futuro é uma tragédia.”
[Lapalce Rodrigues]
Na infância,
nosso futuro é um sonho – Tudo é possível.
Na juventude,
nosso futuro não tem futuro - Para o jovem
a juventude é eterna, não tem as amarras do tempo.
Quando adulto,
nosso futuro é a realidade – Lá pelos 30
nos conformamos que muitos sonhos não serão realizados.
Na velhice, nosso
futuro é uma tragédia – Doenças que
nos atingem, mortes de pessoas próximas.
Qual o sentido da vida?
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