segunda-feira, 18 de julho de 2016

Jesus vs Buda

 


                                                  


  “O que você faz diz mais sobre você do que o que sai da sua boca.”


 

   

 

  “Sidarta (Buda) foi educado pela irmã mais nova de sua mãe, Maha Pajapati.

   Por tradição, ele deveria ter sido destinado por nascimento para a vida de um príncipe, e tinha três palácios construídos para ele.

   O seu pai, Śuddhodana, desejando para o seu filho o destino de ser um grande rei e preocupado com extravio do filho desse caminho, tentou proteger o filho dos ensinamentos religiosos e do conhecimento do sofrimento humano.

  Quando chegou a idade de 16 anos, seu pai arranjou-lhe um casamento com uma prima da mesma idade chamada Yashodhara .

  Ela deu à luz um filho, chamado Rahula.

  Sidarta teria passado então 29 anos de sua vida como um príncipe em Kapilavastu.

  Embora seu pai garantisse que Sidarta fosse fornecido com tudo o que ele poderia querer ou precisar o futuro Buda sentiu que a riqueza material não era o objetivo final da vida.”


   Wikipédia

 

 

                                   

  A história de Buda lembra a de algum riponga filhinho de papai.

  Podemos verificar roteiro semelhante em muitas famílias ricas.
  O pai prepara o filho com tudo do bom e do melhor para que um dia assuma as empresas da família, mas o filho quer mais é curtir a vida como bem entender.

  Qual o grande feito de Buda!?

  Buda poderia usar a fortuna para ajudar desafortunados, mas preferiu por longo tempo ser um mendigo a mais!

  Sei lá, se alguém me pede um prato de comida e eu tenho para dar é mais lógico eu dar o alimento ou ficar sem comer também?

  A riqueza material pode até não ser o objetivo final da vida, mas faz parte da vida que temos aqui na Terra.
  Além do mais se você gosta de vida simples e tem alta renda sobra mais dinheiro para ajudar outras pessoas.
  Eu gosto de conforto, dispenso excessos.
  Não me vejo com muitos carros mesmo que fosse bilionário, não vejo sentido em ter mais de um carro só para mim.
  Não entendo morar em uma casa enorme, nunca foi um sonho meu.
  Se eu tivesse algum grande negócio herdado do meu pai faria tudo para que ele continuasse próspero gerando empregos e tendo lucro.
  O que eu faria com o excesso de dinheiro?
  Ajudaria o máximo de pessoas possível.
  Praticaria a Caridade Racional.





  Buda saiu em sua jornada com 29 anos, Jesus saiu em sua jornada com 30 anos, ambos fizeram uma certa exaltação a pobreza.

  Com relação a Buda a ideologia que o influenciou foi o Hinduísmo.
  O Hinduísmo é de um sincretismo tão grande que não dá para dizer que exaltava a pobreza.
  Tem um sistema de castas onde alguns tem quase obrigação de serem ricos enquanto outros tem que se conformar com a extrema pobreza.
  No entanto lembremos que o hinduísmo é uma religião reencarnacionista e isso dá uma certa coerência a essa ideologia.
  O pobre se conforma com a extrema pobreza na esperança que em outra vida mude para uma casta melhor.
  A coerência na crença hinduísta que serviu de base para o budismo está na observação que para a sociedade funcionar precisamos de pessoas desempenhando as mais variadas tarefas.

 

   Cada casta/classe cumpre o papel que lhe cabe e na outra vida o indivíduo será recompensado se mantendo na casta alta ou mudando para uma casta melhor.

 

 

   Esse trecho é importante porque podemos traçar um paralelo com o Capitalismo.

  Como nascemos em situações familiares das mais diversas e com habilidades pessoais das mais diversas, NATURALMENTE surgem as mais diferentes classes sociais.
  O bom do Capitalismo é que você não precisa esperar outra vida para melhorar de classe.
  Com trabalho, estudo, disciplina/juízo pode conseguir um grande avanço em vida, seja em termos de conhecimento ou dinheiro.
  Eu nasci em uma família bastante desestruturada, mas consegui acumular grande conhecimento.
  Dinheiro não consegui muito, mas sem dúvida estou bem melhor que no começo da minha jornada.
  Se com meus 14 anos 
olhasse para alguém que tem o que tenho ... consideraria uma pessoa rica.

  Filosoficamente gosto mais de Buda que de Cristo.
  Se pegarmos os pensamentos creditados a Buda são muito mais defensáveis que os pensamentos creditados a Jesus.
  Não podemos esquecer que Buda nasceu 500 anos antes de Jesus, quero dizer que mesmo os bons pensamento de Jesus ... não dá para afirmar que não sejam um “plagio” dos de Buda.

  No entanto, como nasci no Ocidente, sentimentalmente sou mais ligado a Jesus.
  Se em uma situação surreal competissem o time de Jesus contra o time de Buda, eu torceria para Jesus.😏
  Mas é aquela situação.
  Em um jogo Ponte Preta vs Corinthians sentimentalmente eu torço para Ponte, mas racionalmente eu sei que o Corinthians vai levar a melhor na grande maioria das vezes.

  É o caso dessa nossa meditação.
  Na “minha opinião” o Budismo no geral tem uma certa coerência, é uma ideologia/doutrina/filosofia melhor amarrada.
  Mas paradoxalmente o Cristianismo está ganhando o jogo.
  É a Ponte dando uma goleada no Corinthians.😏





  Vamos audaciosamente a incoerência e sucesso do Cristianismo...

  A base do cristianismo é o judaísmo e no judaísmo NÃO há exaltação a pobreza.
  Muito pelo contrário, Deus de Abraão promete aos Judeus terras, riqueza, prosperidade, vitória sobre os inimigos.
  De onde Jesus tirou a exaltação a pobreza?
  Do judaísmo não foi.

  Dizem que Jesus em parte de seu longo sumiço
(A Bíblia não fala dele dos 13 até os 29 anos) peregrinou pela região da Índia.
  Será que a exaltação da pobreza no Cristianismo veio do contato de Jesus com alguma corrente do Hinduísmo?
  Na Índia é comum “grandes mestres” viverem com total desapego a bens materiais, vivem do que dão para eles.

  Jesus dizia que temos que dividir tudo com os mais pobres.
  O cristão que nasce rico acaba ficando pobre também. 
  Qual a vantagem!?
  O Cristianismo nos diz que a salvação não é por obras.
  Então por que não posso ter uma vida de fartura se isso para o bem ou para o mal não muda o resultado final?
  Sei lá, uma boa pregação cristã seria cada um buscar prosperidade sem esquecer a fraternidade.

  Lembrei da parábola do trabalhador de última hora:
  
(Fiz alguns ajustes para ficar mais claro.)


 

  “Tendo chegado os que trabalharam 1 hora, receberam 50 reais.

  Os que trabalharam 8 horas pensavam que haviam de receber mais; porém receberam igualmente 50 reais.

   Ao receberem murmuravam contra o empregador.

 

 - Estes últimos trabalharam somente uma hora e os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor extremo.

 

  Mas o empregador disse a um deles.

 

 - Meu amigo não te faço injustiça, ajustaste comigo 50 reais e estou lhe pagando 50 reais.

  Toma o que é teu, e vai-te embora; pois quero dar a este último tanto como a ti.

  Não me é lícito fazer o que me apraz do que é meu?

  Acaso o teu olho é mau, porque eu sou generoso?

  Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.”


  (Mateus 20:1-16)

 

 

                                   

   Essa parábola merece um texto ... fica para outro dia.


  Deus de Abraão no Novo Testamento dá privilégios para quem ele quer, não há mérito.
  Deus é todo poderoso e faz o que lhe dá na cabeça, não cabe a nenhum de nós contestar.
  Na igreja é nos dito que isso se refere a salvação e nosso lugar no “paraíso”.
  Não importa para Deus se sua conversão ocorreu na adolescência ou na terceira idade o prêmio é o mesmo, mas e a historia do "galardão"!?

  



  Se o Budismo tem uma Filosofia mais “coerente” porque o Cristianismo se saiu melhor?

  Por algum motivo (Acaso ou vontade de Deus ... como preferir) os Cristãos foram mais eficientes em ignorar as incoerências do Cristianismo.

  Começa pela Igreja Católica Apostólica Romana.
  Se Abraão, Jacó, Salomão, Davi eram muito ricos porque o Papa não poderia ser?
  A Igreja Católica começou acumular poder e riqueza de uma forma ... que possibilitou a ela resistir a invasão de outras crenças e até ampliar seus domínios.
  Uma Igreja pobre não teria sido páreo para os ricos e poderosos muçulmanos ou outras correntes religiosas e ateias.

  Mais tarde surgiu o Protestantismo, se o Papa (membros da igreja) podia ser rico porque o cristão comum não podia ao menos tentar ser?
  Se Deus é dono do ouro e da prata porque nega-las a seus filhos?
  Que pai amoroso submete os filhos a uma vida de miséria?

  Com o sucesso da “Burguesia Protestante”, os católicos cristãos não quiseram ficar para traz e passaram a ignorar as restrições da Igreja Católica quanto a ter lucro.

  Mais tarde surge a Teologia da Prosperidade.

  Se Deus é dono do ouro e da prata porque os que tem fé nele tem que viver na pobreza?

  Os cristãos (principalmente na cultura anglo saxã) visivelmente abandonaram o culto a pobreza.
  E mais que isso, defenderam o direito do indivíduo em vida tentar uma mudança de classe social sem que isso interfira na qualidade da vida pós morte.

  SIM, a maioria dos cristãos são hipócritas quando falamos de dinheiro.

  Condenam a riqueza da boca pra fora, mas em seu “coração” a desejam intensamente.
  Em países latinos você não precisa nem ser rico, basta ser “classe média” para ser odiado.
  O cristão da boca pra fora é “Socialista”.


😇- Devemos dividir tudo com todos igualmente.
      (Sociedade “igualitária”)


😇- Ninguém é dono de nada nessa Terra.
      (Fim da propriedade).


 Mas vai mexer no que o cristão herdou dos pais ou conquistou por esforço próprio ... 😏

  Meu irmão e irmãs são evangélicos, tem boas casas e carros, vamos classifica-los de classe média.
  Orar e participar da Igreja isso eles fazem bastante, mas dividir seus bens com os mais pobres ... estou para ver.
  Claro que eles fazem alguma caridade, mas se destinam ao menos 10% dos seus rendimento a isso eu já ficaria surpreso.

  Tem aquele antigo pensamento o qual eu concordo:

  “O que você faz diz mais sobre você do que o que sai da sua boca.”

  Não importa muito o que os cristãos falam, historicamente tem importado como agem.

  Essa lógica entra em sua mente?

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