sexta-feira, 29 de julho de 2022

Ouvidoria





                                       

 

  "Nunca vim aqui, o Senhor me informa como chegar a Ouvidoria?"


- Se for paciente internado e só dar o nome.


  "Não está internado."

 

- Está em consulta, quer agendar consulta?

 

  "É meu filho, ele bebe muito, está me dando trabalho, quero ver o que a Ouvidoria fala para mim.

 

- Humm ... a Ouvidoria não trata de assunto familiar.

  Se a senhora tiver alguma reclamação do meu atendimento ou de qualquer ocorrência dentro do hospital eles podem ajudar, fora isso ... foge da alçada deles.

  Ele quer se tratar?
  O Serviço Social  “talvez” tenha uma orientação.

  "Não, ele não quer se tratar; e o Senhor, o que me aconselha?"

 

- Situação complicada, meu pai também tinha problema com alcoolismo.

 

  "O que aconteceu com ele?"

 

- Morreu de cirrose.

 

  "Meu filho é jovem, tem menos de 50, não sei o que faço, minha vida está um inferno."

 

- Se ele está ameaçando a senhora, pode procurar uma delegacia e fazer boletim de ocorrência.

  Mas mesmo a policia não tem muito o que fazer numa situação dessa a não ser que ocorra uma agressão de fato.

 

 "Obrigada pela atenção vou ver se consigo alguma coisa na Cidade Judiciária."

 

 


  A senhora se foi, fiquei em silêncio, provavelmente não vai conseguir nada lá também.
  Mas quem sabe encontrasse outra pessoa para desabafar suas dores.

  Esse tipo de situação me abala, me deixa triste.

  Vamos presumir que a senhora que falou comigo seja uma mãe normal, dentro da média, uma "cidadã de bem".

  Você cuida do filho com tanto amor.
  Nos primeiros anos de vida, apesar da trabalheira, parecem anjos.
  Vão crescendo viram uma companhia constante, parece que sempre fizeram parte da nossa vida.
  Antes deles parece que foi outra "encarnação".
  O caminho natural é que continue uma relação harmoniosa, tirando algum conflito natural entre gerações.

  A situação horrível é quando seu filho começa a virar um fardo muito pesado na fase que poderia até nos servir de apoio ... não que esse seja um objetivo.

  Espero que minhas filhas nunca tenham necessidade de cuidar de mim, detestaria ser um peso na vida delas.
  Detestaria também ver minhas filhas (por más escolhas) virarem alcoólatras, drogadas, moradoras de rua...

  Não convivi muito com meu pai, ali pelos 10 anos deixamos de morar na mesma casa.
  Com minha mãe segurei grandes barras.
  Na somatória geral meus pais foram mais um fardo pra mim do que eu para eles...

  Minhas filhas são ... tudo de bom.
  Não bebem, não fumam, não dançam "quadradinho de 8"...😊
  Nossa vida familiar é algo como o "paraíso", nosso lar é um lugar que nos sentimos bem, gostamos de estar.

  E você, que tipo de filho é?
  Colabora para que a vida de seus país seja tranquila ou transforma a vida deles num "inferno".

  Se comporta como o filho que gostaria de ter?

  Decifra-me ou te devoro!


Pais e filhos

Não seja um fardo




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