domingo, 3 de julho de 2022

Flexibilizações



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 😒 "Vim visitar minha esposa."

- No Pronto Socorro não tem visitas.
  Tem boletim médico, mas é preciso ter deixado o nome em uma lista dás 14h30 ás 15h00.
  Agora já são 17h05.

 
😒 "A enfermeira da ala verde disse que eu poderia visitar nesse horário.
       Fale com ela."

 - Qual o nome da enfermeira?

 
😒 "Não sei."

  -Mande uma mensagem para sua esposa pelo celular, ela fala com a enfermeira que me trará autorização.

 
😒 "Você não pode ir lá?"

 - Não tem visitas, esta fora do horário de boletim, não sei nem que enfermeira procurar.

 
😒 "Você tem que ser flexível, eu estava trabalhando".

  - Você tem que chegar no horário, eu estou trabalhando.

 
😒 "Posso falar com a assistente social?"

  - Ela não cuida desse tipo de assunto.

 😡
 "Mas eu quero falar com ela, o que tenho que fazer?"

 - Se você quer mesmo eu não posso impedir.
   Se ela perguntar para mim se eu autorizei sua ida lá, vou dizer que não.

 😡
 "Tudo bem."

 

  (Dialogo real ocorrido na ultima semana)

  


 Quem esta ouvindo a conversa me acha "insensível", funcionário com má vontade, daí para pior...


  Mas vejamos meu lado.


  A esposa do cidadão já estava internada há três dias, ele sabia muito bem dos horários.

  Nessa hora os celulares "nunca funcionam".

  Atualmente é a desculpa mais usada para dar o "jeitinho" de uma "visita rápida" que acaba se estendendo.  


  Muitos brasileiros são assim, as regras valem para outros não para eles.

  Vão contando com o tal "jeitinho".


  A "enfermeira da ala verde" liberou?

  Será que foi isso mesmo ou ele só queria que eu fosse pedir permissão para sua entrada?

  Se a enfermeira realmente liberou, ela sabe o procedimento.


  Essa tal "flexibilidade" que cobram tanto (já ouvi muito isso em outros atendimentos) é uma estrada de mão dupla.

  Explico.

  Geralmente a pessoa fala que trabalha e não pode comparecer no horário do hospital.

  Fale para o patrão dela ser "flexível", deixar ela sair mais cedo por motivos médicos, um parente internado.

  Depois a pessoa compensa de algum jeito.


  Não, esse tipo de flexibilização o individuo não quer.


  Eu tenho quase que obrigação de desrespeitar as normas do meu trabalho só para ajudar alguém que eu nunca vi na vida!?


  Eu e meus companheiros analisamos a situação, há casos que as normas tem que ficar em segundo plano e temos que "flexibilizar" a ação, principalmente em se tratando de um hospital.


  Entretanto, na maioria da vezes, são pessoas querendo um tratamento todo especial.

  Todos podem esperar, elas não.

  O individuo não quer se adaptar aos horários do hospital, o hospital que tem que se adaptar a ele.

  Esse cidadão, só nesse dia, já era o quinto "exigindo flexibilizações".


  E no final das contas acaba acontecendo uma terrível injustiça que eu particularmente detesto.

                                                   

  Aquele "brasileiro civilizado", que respeita as normas, aguarda sua vez; é passado para trás por esses "folgados".

 

  Como jogo no time dos civilizados, prefiro proteger minha galera.


  É o que escrevo a exaustão:


  Um país mais civilizado depende da colaboração de cada um de nós.
   Não é um prefeito, governador ou presidente que vai instituir a civilidade por decreto.


  Essa lógica entra em sua mente?






Nota: No Pronto Socorro tem dois seguranças, mas no Brasil, terra da impunidade, eles estão ali mais para orientações.
  Se a pessoa quiser entrar eles não podem nem ficar na frente impedindo a passagem, o inevitável esbarrão é contato físico.
  Lembro de um que trabalhava bem ali, em um dia mais agitado, entrou em confronto com um homem que queria invadir o local, adivinhem o que aconteceu, mesmo o segurança cumprindo sua "suposta" função foi demitido.
  A função "real" ao que parece, quando o dialogo não funciona, é tentar impedir invasões com o poder da mente... ainda não vi funcionar.

  ►Ordem e Progresso como!?



Ontem durante o horário de visitas no hospital:



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