"Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso!"
(Bertolt Brecht)
“O gabinete do doutor Callegari, sob ordens de Haddad, descobriu que pobre faz mau uso das canetas, dos lápis e dos cadernos e decidiu cortá-los!
É o socialismo do "homem novo".
Concordo com
Callegari sobre o desperdício de materiais.
Reinaldo Azevedo
transformou isso em uma discriminação contra pobres, enquanto eu vejo como uma
luta contra o desperdício.
Minhas filhas
“ganham” essas coisas genéricas da Prefeitura e acabam não usando.
Os cadernos são
muito simples e padronizados, as meninas gostam de ter algo mais “particular.”
O pior disso é
que os pais acham que dar uniforme vagabundo e algum material escolar torna a
escola boa!!!
Mais uma vez eu
digo que sou a favor da caridade... para quem "precisa".
Levo minhas
filhas na escola e vejo que uns 90% dos alunos não usam a mochila fornecida pela prefeitura.
Usam a contra
gosto um uniforme de qualidade ruim (é obrigatório).
Quando eu
estudava era um jaleco branco e o crachá da escola, dava para comprar mesmo eu
sendo pobre, tinha uns bem baratinhos no centro da cidade.
Quem não tinha condições poderia recorrer a assistência
social.
Hoje em dia todos recebem indiscriminadamente, o que tem de
escândalos envolvendo a licitação desses materiais, é uma verdadeira máfia.
Acho que o
secretario do Prefeito Fernando Haddad vai se ferrar.
Fazer a coisa mais lógica nesse país parece um atentado aos “maus
costumes.”
Porque defendemos
tanto os maus costumes?
Me diga você, eu
não entendo...
Boa parte dos filhos acreditam que os pais
são fontes inesgotáveis de dinheiro.
Faz uns 2 anos
minha filha me pediu um Iphone.
Caraca!
Porque uma garota
de 12 anos precisa de um aparelho tão sofisticado!?
Se minha filha
fosse um pouco mais realista nem pediria uma coisa dessas.
Mas crianças são
assim, minha esposa que faz mais as vontades de minhas filhas comprou bons
aparelhos celulares para elas, entretanto não esse top de linha.
Porque estou escrevendo
isso?
Parte significativa de nosso povo (a
maioria) age como crianças em relação ao Governo.
Acreditam que o Governo tem dinheiro
absolutamente para tudo e se não faz é por maldade, porque não quer ou ainda
porque tudo é desviado e roubado.
Para situação
ficar mais caótica o próprio Governante acredita que tem que ser esse paizão,
esse deus provedor de tudo.
O cidadão se
candidata acreditando que há dinheiro para tudo, só falta “vontade política”.
Afinal ele ouviu
isso desde criancinha... não, o político não veio de outro planeta, acredite ela faz parte do povo.
Qualquer político
que você elege tem 99,9% de chances de ter nascido e sido criado no Brasil.
Evidente que não
há dinheiro para tudo, com a imaturidade (irresponsabilidade) do eleitor e do eleito as dividas vão
se acumulando.
Se eu e minha
esposa fizéssemos tudo para agradar nossas filhas teríamos em casa muitas
coisas de utilidade questionável, como NÃO temos dinheiro para tudo acabaria
faltando para coisas essenciais.
Os pais acreditam que o Governo
tem obrigação de dar materiais escolares para os filhos e o Governo tenta
atender essa expectativa.
A única maneira
de atender a essa expectativa seria se cada criança e sua mãe fizessem uma
lista com a especificação do material escolar e entregasse ao Governo.
A escola teria
que ter pessoas para atender esse serviço “personalizado”, claro que isso
custaria bastante dinheiro dos impostos.
Já que o Governo
não consegue fazer esse atendimento personalizado ele faz uma lista genérica de
materiais que “atenderão a todos” e abre licitações para adquiri-los.
Quem realmente
não tem condições de comprar nada aproveita, fica alegre com a ajuda do
Governo.
No entanto quem
tem alguma posse acaba substituindo o material recebido.
Aqui é
interessante aplicarmos um pouco de Filosofia Matemática:
Em uma cidade como Campinas quantas famílias não tem condições de
comprar o material escolar de seus filhos?
Vamos chutar
alto, digamos que para 20% de famílias não sobra dinheiro para comprar um
lápis e caneta.
Saiba que os
dados oficiais são os seguintes:
“Em 2010, 6% da população do país, ou 11.425.644 pessoas, moravam nos chamados aglomerados subnormais, como favelas e ocupações, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento, parte dos dados do Censo Demográfico 2010.”
É pouco provável
que Campinas esteja tão acima da média nacional com relação aos indivíduos que
“supostamente” são os mais pobres por morarem em favelas.
Entenda também
que morar em casa e bairros regularizados não torna ninguém rico.
Eu nunca
morei em favela, na maior parte de minha vida morei em casa de fundos, primeiro
da minha avó paterna e depois da minha avó materna.
Tenho certeza
absoluta que muitos moradores de favela não passaram as dificuldades
financeiras que minha família passou.
Sim, comprar uma
caixa de lápis de cor era muito difícil.
Eu tinha pavor
das aulas de educação artística, cartolina, tinta, cola...eram demais para
minha mãe que vivia de faxinas.
Quando comecei a
trabalhar na feira livre fiquei satisfeito por não ter que pedir essas coisas a
minha mãe.
Por isso vamos
manter a porcentagem de 20% de pessoas em grave situação financeira.
Vou mostrar que
mesmo assim essa coisa do Governo se obrigar a dar material escolar é algo medonho para um "capitalista".
Se 20% dos pais não tem condições de
comprar o material escolar a matemática nos diz que 80% tem.
Isso quer dizer
que 80% do material licitado está sendo subutilizado, DESPERDIÇADO!
Esse dinheiro dos
impostos poderia estar sendo utilizado em coisas mais importantes, de certo no
setor da educação não faltam problemas.
Esse é mais um texto onde
questiono a “Caridade Automática”.
Decidiu-se por
decreto que 100% das famílias que tem filhos em escolas públicas de Campinas
não tem condição de comprar material escolar, e decidimos pagar isso com o
dinheiro dos impostos.
“Afinal o Governo
tem dinheiro absolutamente para tudo”, porque não dar os materiais escolares mesmo
para quem não precisa...
Lembrei da
conversa que tive com um “socialista” a esse respeito.
Sem poder contra
argumentar os números ele apelou para o “psicologismo”.
Ele disse que
criaríamos um trauma nos 20% de alunos que recebessem materiais da Prefeitura.
Eles se sentiriam
inferiorizados em relação aos que podiam comprar.
Não entendo bem
porque alguém tem vergonha de ser pobre!
Não é algo que
você pediu para nascer...aconteceu, até onde sabemos, independentemente da
nossa vontade.
Acredito que
99,9% das pessoas se pudessem escolher gostariam de nascer com muita saúde,
bonitas e ricas.
Eu não posso
trocar de carro todo ano, tenho vizinhos que podem, porque tenho que me
envergonhar disso ou pior, desejar mal ao meu vizinho!?
Mas vamos buscar
uma solução satisfatória para esse “trauma” das crianças.
A vergonha de ser
pobre existe e temos que lidar com ela.
O Estado não compraria o
material nem colocaria seu logo nele.
Faríamos o que
fazemos com o Bolsa Escola.
A família carente
COMPROVARIA sua dificuldade financeira em sigilo na diretoria da escola.
A família
receberia uma ajuda de custo suficiente para comprar o material pedido.
NÃO, nada de mais
cartões isso aumentaria o custo, mais dinheiro dos impostos.
O Governo
disponibilizaria um “Cartão Cidadão”
Todo ano
aconteceria a avaliação sobre a NECESSIDADE da continuidade do benefício.
Mais uma coisa, o
familiar responsável deve apresentar a nota fiscal do material comprado.
Se ele recebeu
mil reais para compra de material escolar é em material escolar que esse
dinheiro deve ser gasto, nada de comprar cigarro, cerveja, roupa da moda...
Minhas filhas estudam
em escolas públicas, pela minha renda e da minha esposa elas NÃO receberiam
esse material genérico, o que eu acho disso?
JUSTO.
Atualmente todos
anos elas recebem materiais que tem a destinação bem próxima do que o
secretario de Haddad descreveu.
Eu uso os
cadernos como rascunho para escrever meus textos, lista de compras e recados em
geral.
Os lápis de cor
que não são da qualidade que minhas filhas gostam vão para brincadeiras,
entregues a escolinhas evangélicas...coisas do tipo.
Minhas filhas não
gostam das mochilas genéricas entregues pelo Estado que são até boas, nos
servem para guardar livros e cadernos antigos de outras séries.
Minhas filhas
gostam de cadernos com capas ao gosto delas e “Carlos Gomes” na capa...não é
bem o que elas querem.
A camiseta
recebida nunca foi de qualidade, gostaria de comprar camisetas melhores para
elas, mas sem o logo do Município não é permitido.
Não vou mais
alongar esse texto.
“Sócrates dizia que
se alguém está no escuro da caverna e pretende sair vai caminhando lentamente
para luz, se acostumando com ela.
Se você obrigar, arrastar alguém contra a vontade para fora da caverna, a luz a cegará e sua escuridão ficará ainda maior.”
A "verdade" só liberta quando você e muitos a sua volta a buscam.
➥Repense
Se você obrigar, arrastar alguém contra a vontade para fora da caverna, a luz a cegará e sua escuridão ficará ainda maior.”
A "verdade" só liberta quando você e muitos a sua volta a buscam.
➥Repense
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