😠 “Se Deus quiser que
eu acredite nele terá que aparecer pessoalmente e demonstrar seu poder.”
(Comentarista ateu)
Quando o indivíduo escreve coisas desse tipo
deduzo que ele “quer acreditar”.
Percebe certas ocorrências interessantes, mas
quer uma prova cabal, irrefutável.
Acredita muito na “sua importância” enquanto
ser.
Me chama atenção que a pessoa não reconheça o
tamanho da sua insignificância caso formas de vida muito diferenciadas existam.
(Vamos considerar que sejam “superiores”.)
Vou tentar ser mais claro.
Quando você nasce é recebido como o ser mais
importante do mundo (em uma família “normal”), mas em termos de espécie humana
é só mais uma criança.
(No
Brasil nascem cerca de 8 mil
crianças por dia.)
O indivíduo se acha tão especial que sua
crença pessoal seria muito importante para alguma entidade.
Isso deve vir das leituras dos ditos livros
sagrados onde “espíritos” estão com todo mundo, cuidando de cada um o tempo
todo.
Em se tratando de cristãos, tem um Jesus ao
lado de cada pessoa 😏.
Deus e o Diabo disputam nossa excelentíssima
alma...
E se não for assim?
Considere a hipótese do Universo ter certas
leis/programações automáticas dispensando o acompanhamento integral de cada
criatura.
Por favor, não pense em nada “magico” como se
o próprio Universo fosse uma entidade.
São ocorrências “físicas” normais.
Porque as águas correm para os oceanos?
As propriedades físicas dessa substancia e as
características do nosso planeta provocam esse efeito.
Não tem uma entidade Apolo ou Iemanjá
organizando isso 😏.
Vamos para um exemplo mais mentalizável.
O Facebook é o universo, Mark Zuckerberg é deus.
(Um universo mais complexo onde alguma inteligência atua além das leis
da física.)
Noventa por cento do sistema (ou mais) funciona
no automático através de algoritmos desenvolvidos.
A intervenção direta do deus Mark e seus
auxiliares é pontual, mínima necessária.
Seguindo as regras do Face permaneço nele,
senão sou suspenso.
(Punição ou más consequências por algo que
fiz.)
A qualquer momento posso cancelar minha
conta.
(Suicídio)
Imaginem que para continuar no Face eu exija
falar pessoalmente com Mark.
Quais as chances do principal acionista do
Face saber ao menos que William Robson existe?
Se por um incrível acaso minha exigência chegar
até seu conhecimento porque ele se sentiria obrigado em me atender?
O Face tem mais de 2 bilhões de
participantes.
Ficar ou sair afeta muito mais minha vida que
a de Mark, diante dele nesse “universo de redes sociais” sou insignificante.
Precisamos
reconhecer nossa insignificância.
Se somos
só seres biológicos você é apenas mais um entre 7,5 bilhões.
Se somos
seres “espirituais” a conta fica mais elástica.
Imagine quantas almas já passaram pela Terra,
sem contar que pode ter vida em outros planetas.
Somos importantes para nós
mesmos e algumas poucas pessoas que nos cercam.
Digo que
sou um homem sem fé, explico como cheguei a essa situação, sem nenhuma intenção de
“chocar a sociedade” ou “ficar de mal” com alguma entidade.
Não posso falar nem em humildade, para mim é
pura lógica reconhecer minha insignificância.
Não tenho certeza de onde vim, nem para onde
vou e “se” vou para alguma situação além da aniquilação.
Simplesmente estou aqui.
Tentei ser um bom filho, tento ser bom marido
e pai, tento ser bom profissional e cidadão.
A nível geral isso não melhora nem piora
minha extrema insignificância.
Entretanto acredito que se eu plantar o bem a
minha volta, aumentam minhas chances de colher bons frutos na minha breve existência.
Melhoro minha própria vida e das poucas
pessoas para as quais tenho alguma importância.
Eu ter uma vida longa e próspera e contribuir para
que outros também tenham.
Reconhecer nossa insignificância é o
primeiro passo para significarmos algum coisa ... não muito.
Apenas o suficiente para tornar esse planeta
um bom lugar para viver.
“Sei que não sou nada e
que talvez nunca tenha tudo.
Aparte isso, tenho em
mim todos os sonhos do mundo.”
[Fernando Pessoa]
Ter todos os sonhos do mundo não é mal, o
problema é acreditarmos que podemos ter tudo, inclusive a tal “felicidade” ...
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