domingo, 16 de março de 2014

Evangelhos Canônicos

  “Quem se declara como sem religião é, sobretudo, jovem, com idade média de 26 anos.
   Eles não rejeitam valores religiosos, mas sim a institucionalidade ou até mesmo a mediação de sacerdotes ou de uma igreja.” 
[G1]  ​​
  
  Nas redes sociais sempre sugerem que eu leia mais a Bíblia para não escrever tanta “besteira.”

  Claro que esse tipo de sugestão de “estudar/pesquisar” mais não é só da parte dos cristãos, qualquer defensor de uma corrente de pensamento a qual eu faça algum questionamento sugere a mesma coisa.
  O problema é que geralmente (mesmo com o meu conhecimento sendo pouco) percebo que sei mais do que quem está sugerindo que eu pesquise.

  Hoje em um estudo mais detalhado vamos ver se a Bíblia foi soprada pelo Espirito Santo [escrita pelo próprio Deus] ou é fruto da interpretação de homens.

  



  Evangelhos Canônicos são aqueles 4 aceitos pela igreja como autênticos.

  Atente para o detalhe que eles foram autenticados pela Igreja Católica e essa condição NÃO foi questionada por Lutero e Calvino.
  Logo, esses evangelhos são autênticos para toda cristandade:

Mateus

  “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.”

  Conviveu com Jesus, trabalhava como coletor de impostos para Roma, tinha boa cultura, conhecimento matemático um indivíduo bem capacitado para escrever um evangelho.

João
  Conviveu com Jesus.
  Era o mais novo dos 12 apóstolos, tinha provavelmente cerca de vinte e quatro anos.
  Consta que era solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida.
  Pescador de profissão, consertava as redes de pesca. 
  Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior, e em provável sociedade com André e Pedro.

Lucas
  Médico de profissão, não conviveu com Jesus.
  Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde seguiu a Paulo até ao seu martírio.
  Tendo servido o Senhor com perseverança, solteiro e sem filhos, morreu com 84 anos de idade.

Marcos
  Não conviveu com Jesus.
  Depois de muitas viagens pela Ásia Menor e pela Síria, Pedro encontrou Marcos.
  O evangelista, restaurou sua fé, e tomou-o como companheiro de viagem e intérprete.
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
  A primeira pergunta lógica nesse estudo é óbvia:

  Por que 4 evangelhos contando a mesma história!?

  Se apenas o Espirito Santo ditou os acontecimentos bastaria um evangelho.
  Se Deus não queria que um apostolo ficasse com a autoria do Novo Testamento poderia soprar parte da história para cada um.
  Do jeito que chegou até nossos dias ficou a história de Jesus vista do ponto de vista de “4 homens”.
  Se é do ponto de vista de 4 homens então não é do Espirito Santo de Deus.

 Antes de continuar lembremos o seguinte:

  Os apóstolos eram homens normais igual nós com todas nossas limitações, falhas neles são esperadas.
  Quando falamos de “Deus, Jesus, Espirito Santo” estamos falando de seres espetaculares.
  O plano de Deus já estava traçado é de se esperar que não tivesse surpresas pelo menos para o próprio.
  Jesus sabia quem seriam os 12 apóstolos que ele escolheria.

  Não é estranho que de 12 apóstolos apenas 2 tiveram seus evangelhos autenticados?

  Mateus e João eram apóstolos, conviveram com Jesus, foram enviados por ele para evangelizar. 
  Marcos e Lucas não conviveram com Jesus, não foram apóstolos no sentido convencional da palavra.

  Podemos dizer a grosso modo que Marcos foi um seguidor de Pedro e Lucas um seguidor de Paulo.
  Acontece que Paulo também NÃO conviveu com Jesus.
  Lembra que Jesus apareceu para Paulo em uma visão que o cegou?

  Todo esse samba do criolo doido de escritores não teria a menor importância se a Bíblia não caísse em contradições.
  O Novo Testamento poderia ser escrito por 70 homens que sob inspiração do Espirito Santo teria uma linha de raciocínio coerente.

  Pense em um engenheiro construindo um shopping e comandando 70 operários, há um projeto, o shopping irá ficar como o planejado.
  Porém, se cada pedreiro der o seu pitaco, fizer a sua própria concepção do projeto ... ao invés de shopping podemos ter literalmente um labirinto.

  Quem lê a Bíblia sabe que Pedro e Paulo divergiam e de certo seus discípulos divergiam junto com eles.

  Mas vamos para a parte importante desse texto para amara-lo nessa atual sequência.

  É justo que alguém mais inteligente tenha uma qualidade de vida melhor?

  Adaptando o enigma a esse texto:

  É justo que um povo com melhor capacidade para interpretar textos alcance um modo de vida melhor?

  Se um povo (em sua maioria) se apega a dogmas a ponto de aplica-los no cotidiano ...é difícil se organizar eficientemente, claro que isso varia de acordo com o dogma [alguns são “inofensivos”].

  “Comer vaca é pecado.”

  Carne é uma importante fonte de proteínas, criar vacas é uma boa maneira de conseguir carne, antigamente caçávamos outros animais.
  Um povo deixar de comer carne de vaca por um dogma não é o fim do mundo, há outras fontes de proteína e carne, mas de certo perde uma importante opção...PERDE EFICIÊNCIA.

  Preste atenção agora porquê não quero alongar muito esse texto:

  Nos países com melhor qualidade de vida um grupo que tem crescido muito é o dos “sem religião”.

   NÃO, não são ateus, eles percebem “mistérios”, mas entendem que as chaves para esses mistérios não estão nos livros escritos pelos antigos.
  O cidadão estuda, vive uma cultura mais evoluída, tem bons debates ... não tem mais como acreditar que algum “Deus” parou o Sol ou mandou seu filho para morrer para resgatar uma dívida da humanidade com ele mesmo.

  Um Deus “perfeito” que só criou seres imperfeitos... como pode isso!?

  Os “cristãos fanáticos” não entendem o óbvio, uma escolha errada é um erro.
  Quem erra não é perfeito.
  Se “Eva” fez uma escolha errada, ela não foi feita perfeita.

  Se Deus onisciente já sabia que ela iria errar então ele fez ela com defeito, quem faz coisas com defeito não é perfeito.

  Já escrevi tanto isso que nem aguento mais.

  Claro que o Deus Bíblico pode ser perfeito e errar de propósito, mas aí ... que culpa cabe a quem foi criado!?

   
  Enquanto continuarmos colocando dogmas religiosos acima de debates políticos, sociais e econômicos nossa sociedade não tem como melhorar substancialmente.
  Você perde um tempo precioso na igreja que poderia ser gasto pesquisando a atuação do vereador que você votou ou repassando a lição de casa com seu filho.

  Sei, sei você vai dizer que nem vai muito a igreja e na pratica está no grupo dos sem religião... aqui vem a diferenciação importante.

  Você não vai a igreja, mas está preso aos dogmas:
   “A bíblia é 100% a palavra de Deus, a vida a Deus pertence, faça o bem sem olhar a quem...”

  Um “sem religião” está livre de dogmas, tudo pode ser questionado.

  Coloquei entre aspas porque o cidadão pode até fazer parte de um grupo religioso, vai a igreja, mas não toma decisões baseado em dogmas.

  Um Livre Pensador pode ir à igreja gostar da tradição, mas não vê a bíblia como um livro “sagrado” (naquele sentido de escrito pelo próprio Deus).

  Se faz o bem quer saber se quem recebe é merecedor, analisa formas de auxiliar eficientemente, não sai por aí “dando aos pobres como se estivesse emprestando a Deus”.

  A vida de cada um pertence a si mesmo e se alguém tira a vida de outro é justo que seja morto.

  Perceba que é a lógica, a boa argumentação estruturando leis e ações e não crenças religiosas “imexíveis”.

  Resumindo:

  Se Deus não existe:
  Vamos tentar viver respeitando uns aos outros, promovendo prosperidade e harmonia até que chegue nosso fim individual ou do próprio planeta ... nada “conhecido” dura pra sempre.

  Se Deus existe:
  Nossos objetivos continuam os mesmos.
  Tentar viver respeitando uns aos outros, promovendo prosperidade e harmonia.
  Um Deus justo e bom de certo nos abençoará nessa empreitada.   
  Amém?

  “Não consigo acreditar que o mesmo Deus que nos deu inteligência, razão e bom senso nos proíba de usá-los.”
 [Galileu Galilei]