“Quem se declara como sem religião é,
sobretudo, jovem, com idade média de 26 anos.
Eles não rejeitam valores religiosos, mas
sim a institucionalidade ou até mesmo a mediação de sacerdotes ou de uma
igreja.”
Nas redes sociais
sempre sugerem que eu leia mais a Bíblia para não escrever tanta “besteira.”
Claro que esse
tipo de sugestão de “estudar/pesquisar” mais não é só da parte dos cristãos,
qualquer defensor de uma corrente de pensamento a qual eu faça algum
questionamento sugere a mesma coisa.
O problema é que
geralmente (mesmo com o meu conhecimento sendo pouco) percebo que sei mais do
que quem está sugerindo que eu pesquise.
Hoje em um estudo
mais detalhado vamos ver se a Bíblia foi soprada pelo Espirito Santo [escrita pelo
próprio Deus] ou é fruto da interpretação de homens.
Evangelhos
Canônicos são aqueles 4 aceitos pela igreja como autênticos.
Atente para o
detalhe que eles foram autenticados pela Igreja Católica e essa condição NÃO
foi questionada por Lutero e Calvino.
Logo, esses
evangelhos são autênticos para toda cristandade:
Mateus
“E Jesus,
passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e
disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.”
Conviveu com
Jesus, trabalhava como coletor de impostos para Roma, tinha boa cultura,
conhecimento matemático um indivíduo bem capacitado para escrever um evangelho.
João
Conviveu com
Jesus.
Era o mais novo
dos 12 apóstolos, tinha provavelmente cerca de vinte e quatro anos.
Consta que era
solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida.
Pescador de
profissão, consertava as redes de pesca.
Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior, e
em provável sociedade com André e Pedro.
Lucas
Médico de
profissão, não conviveu com Jesus.
Tornou-se
discípulo dos apóstolos e mais tarde seguiu a Paulo até ao seu martírio.
Tendo servido o
Senhor com perseverança, solteiro e sem filhos, morreu com 84 anos de idade.
Marcos
Não conviveu
com Jesus.
Depois de muitas
viagens pela Ásia Menor e pela Síria, Pedro encontrou Marcos.
O evangelista,
restaurou sua fé, e tomou-o como companheiro de viagem e intérprete.
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A primeira
pergunta lógica nesse estudo é óbvia:
Por que 4 evangelhos
contando a mesma história!?
Se apenas o
Espirito Santo ditou os acontecimentos bastaria um evangelho.
Se Deus não
queria que um apostolo ficasse com a autoria do Novo Testamento poderia soprar
parte da história para cada um.
Do jeito que
chegou até nossos dias ficou a história de Jesus vista do ponto de vista de “4
homens”.
Se é do ponto de
vista de 4 homens então não é do
Espirito Santo de Deus.
Antes de continuar
lembremos o seguinte:
Os apóstolos eram homens normais igual nós com
todas nossas limitações, falhas neles são esperadas.
Quando falamos de
“Deus, Jesus, Espirito Santo” estamos falando de seres espetaculares.
O plano de Deus
já estava traçado é de se esperar que não tivesse surpresas pelo menos para o próprio.
Jesus sabia quem seriam os 12
apóstolos que ele escolheria.
Não é estranho que de 12 apóstolos apenas 2 tiveram seus evangelhos
autenticados?
Mateus e João
eram apóstolos, conviveram com Jesus, foram enviados por ele para
evangelizar.
Marcos e Lucas
não conviveram com Jesus, não foram apóstolos no sentido convencional da
palavra.
Podemos dizer a
grosso modo que Marcos foi um seguidor de Pedro e Lucas um seguidor de Paulo.
Acontece que Paulo também NÃO conviveu com
Jesus.
Lembra que Jesus
apareceu para Paulo em uma visão que o cegou?
Todo esse samba
do criolo doido de escritores não teria a menor importância se a Bíblia não
caísse em contradições.
O Novo Testamento
poderia ser escrito por 70 homens que sob inspiração do Espirito Santo teria
uma linha de raciocínio coerente.
Pense em um
engenheiro construindo um shopping e comandando 70 operários, há um projeto, o
shopping irá ficar como o planejado.
Porém, se cada
pedreiro der o seu pitaco, fizer a sua própria concepção do projeto ... ao
invés de shopping podemos ter literalmente um labirinto.
Quem lê a Bíblia
sabe que Pedro e Paulo divergiam e de certo seus discípulos divergiam junto com
eles.
Mas vamos para a
parte importante desse texto para amara-lo nessa atual sequência.
É justo que alguém mais inteligente tenha uma qualidade de vida melhor?
Adaptando o enigma
a esse texto:
É justo que um povo com melhor capacidade para interpretar textos
alcance um modo de vida melhor?
Se um povo (em
sua maioria) se apega a dogmas a ponto de aplica-los no cotidiano ...é
difícil se organizar eficientemente, claro que isso varia de acordo com o dogma
[alguns são “inofensivos”].
“Comer vaca é pecado.”
Carne é uma
importante fonte de proteínas, criar vacas é uma boa maneira de conseguir
carne, antigamente caçávamos outros animais.
Um povo deixar de
comer carne de vaca por um dogma não é o fim do mundo, há outras fontes de proteína
e carne, mas de certo perde uma importante opção...PERDE EFICIÊNCIA.
Preste atenção
agora porquê não quero alongar muito esse texto:
Nos países com
melhor qualidade de vida um grupo que tem crescido muito é o dos “sem
religião”.
NÃO, não são
ateus, eles percebem “mistérios”, mas entendem que as chaves para esses
mistérios não estão nos livros escritos pelos antigos.
O cidadão estuda,
vive uma cultura mais evoluída, tem bons debates ... não tem mais como
acreditar que algum “Deus” parou o Sol ou mandou seu filho para morrer para
resgatar uma dívida da humanidade com ele mesmo.
Um Deus “perfeito” que só criou
seres imperfeitos... como pode isso!?
Os “cristãos
fanáticos” não entendem o óbvio, uma
escolha errada é um erro.
Quem erra não é
perfeito.
Se “Eva” fez uma
escolha errada, ela não foi feita perfeita.
Se Deus onisciente já sabia que
ela iria errar então ele fez ela com defeito, quem
faz coisas com defeito não é perfeito.
Já escrevi tanto
isso que nem aguento mais.
Claro que o Deus Bíblico pode ser perfeito e errar de propósito, mas aí
... que culpa cabe a quem foi criado!?
Enquanto
continuarmos colocando dogmas religiosos acima de debates políticos, sociais e
econômicos nossa sociedade não tem como melhorar substancialmente.
Você perde um
tempo precioso na igreja que poderia ser gasto pesquisando a atuação do
vereador que você votou ou repassando a lição de casa com seu filho.
Sei, sei você vai
dizer que nem vai muito a igreja e na pratica está no grupo dos sem religião...
aqui vem a diferenciação importante.
Você não vai a
igreja, mas está preso aos dogmas:
“A bíblia é 100%
a palavra de Deus, a vida a Deus pertence, faça o bem sem olhar a quem...”
Um “sem religião”
está livre de dogmas, tudo pode ser questionado.
Coloquei entre aspas porque o cidadão pode até
fazer parte de um grupo religioso, vai a igreja, mas não toma decisões baseado em dogmas.
Um Livre Pensador
pode ir à igreja gostar da tradição, mas não vê a bíblia como um livro “sagrado”
(naquele sentido de escrito pelo próprio Deus).
Se faz o bem quer
saber se quem recebe é merecedor, analisa formas de auxiliar eficientemente,
não sai por aí “dando aos pobres como se estivesse emprestando a Deus”.
A vida de cada um pertence a si
mesmo e se alguém tira a vida de outro é justo que seja morto.
Perceba que é a
lógica, a boa argumentação estruturando leis e ações e não crenças religiosas
“imexíveis”.
Resumindo:
Se Deus não existe:
Vamos tentar
viver respeitando uns aos outros, promovendo prosperidade e harmonia até que
chegue nosso fim individual ou do próprio planeta ... nada “conhecido” dura pra
sempre.
Se Deus existe:
Nossos objetivos
continuam os mesmos.
Tentar viver
respeitando uns aos outros, promovendo prosperidade e harmonia.
Um Deus justo e
bom de certo nos abençoará nessa empreitada.
Amém?
“Não consigo acreditar que o
mesmo Deus que nos deu inteligência, razão e bom senso nos proíba de usá-los.”
[Galileu Galilei]