"De todas as perversões sexuais a castidade é a mais
perigosa."
(Bernard Shaw)
Na sociedade “judaica/cristã”
sexo foi tabu por séculos.
Relações sexuais
sempre aconteceram porque faz parte de nossa biologia, não dá para evitar, mas
"moralmente" já foi bem mais difícil.
O rapaz gostaria
de transar com a moça, mas isso podia demorar 1 ano ou só depois do casamento.
Quando o rapaz
conseguisse transar com a moça seria o homem mais feliz do mundo ... ele
acreditava.
Depois da longa
espera, vem o casamento, a lua de mel, a “felicidade para sempre” ... humm menos,
bem menos.
A espera pelo PRAZER evita a DEPRESSÃO porque
cria uma ILUSÃO que a FELICIDADE acontecerá assim que a relação sexual for
consumada, o casal se “movimenta” nessa direção.
A tensão sexual
era tão grande que os namoros eram curtos para não ceder à tentação do sexo
antes do casamento.
Perceba como
alguma complicação pode ocupar muito mais nossa mente do que seria “natural”.
Faz tempo que o
sexo acontece bem mais rápido, não precisa do casamento e por vezes nem do
namoro sério, em consequência ocupa bem menos nossa mente.
Percebem que com a vida “menos
complicada” financeiramente e moralmente o vazio existencial se apresenta mais
rapidamente?
Tem ainda o outro
lado da moeda que não vou desenvolver nesse texto, mas se faz necessário deixar
registrado.
Se "todo
mundo" transa ou tem carro (bens materiais ou sentimentais de qualquer tipo) e você não
consegue transar ou ter um automóvel, o seu espaço vazio vem a reboque de uma
sensação de "culpa" ou "incompetência".
A vida era tão
complicada no passado, ocupava tanto nossa mente com questões morais e de sobrevivência
que não tínhamos muito tempo para “olhar para nosso interior”.
Uma mulher que casava por volta dos 16 anos e
gerava meia dúzia de filhos não tinha muito tempo para questionar ou contemplar
a própria vida.
O homem com essa
prole tão grande para sustentar e serviços pouco mecanizados, vivia mais para
trabalhar e pagar as contas.
Com tantos
afazeres homem e mulher mantinham suas mentes muito mais ocupadas para garantir
a sobrevivência, hoje temos mais tempo para pensar, por lei trabalhamos em
média 40 horas semanais, nossa mente fica mais "digamos" vazia.
“Cabeça
vazia é oficina do Diabo.”
Muitos tem a
opinião que a vida mudou e hoje nos falta tempo, vou tentar mostrar que isso é
um grande equívoco.
Minha opinião é
que a vida mudou sim, mas nos trouxe muito tempo livre e como não fazer nada
incomoda muito as pessoas elas tentam preencher o tempo a todo custo, nem sempre
preenchem esse tempo livre da melhor maneira, por vezes preenchem por preencher
sem muito critério.
É comum as
pessoas se iniciarem nas drogas por pura curiosidade "falta do que
fazer."
Fazem cursos que
não precisam, vão a festas que prefeririam não ir, seguem uma moda só para ter
algo novo para comprar, frequentam uma igreja só para fazer parte de um grupo,
vão atrás de uma ideologia que possa "salvar o mundo"...
Fazem qualquer
coisa para "passar o tempo" ou seria para preencher o vazio no peito?
Senhoras e
senhores temos um vazio existencial e nada pode preenche-lo.
Não sei de onde vim, não sei para onde vou ...
SÓ SEI QUE ESTOU AQUI.
Quando não tenho
nada para fazer simplesmente não faço nada.
Deixo minha mente
flutuar livremente, não raro acabo cochilando.
Consigo conviver
bem com meu vazio não preciso me encher de coisas, não preciso me cercar de
problemas e desafios, não preciso de drogas para esquecer que estou vivo, não preciso de doutrinas infantis que
inventam mundos na vã ilusão de brincar de viver.
Estamos vivos e
se nesse momento não sentimos vontade de fazer nada em outro momento sentiremos
vontade de fazer alguma coisa, comer, dormir, ler, ver alguém, fazer algo que
nos diverte ou que nos dá sensação de paz como cantar, ouvir música, orar...
Fugimos tanto do
vazio quando devemos deixar apenas ele chegar, passar e voltar em um ciclo que
"talvez" termine com nossa morte, o vazio final.
Mente vazia é a
oficina da vida, usemos para construir um mundo melhor, preencha seu tempo com
esse objetivo.
Precisamos decidir para onde queremos ou conseguimos ir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário