segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Para Adolescentes

  Pense em um bebê fofinho.

  Diante da formosura você se sente atraído para abraçar, pegar no colo, dar muito carinho ou simplesmente ficar contemplando com satisfação.
  Se aproxima com esse objetivo ... até sentir o cheiro desagradável de fralda suja ... quebra o clima.
  O bebê continua lindo, mas desfaz o encanto daquele momento.
  Assim acontece com o relacionamento entre as pessoas.
  Quanto mais você faz "cagada" mais dificulta momentos encantadores.

 

  Adolescentes se acham “incompreendidos”, mas o que observo é que são mestres em “quebrar o clima”.


 

  No caso do bebê, compreendemos sua condição limitada do entendimento e controle do próprio corpo.
  Quando o bebê suja as fraldas sabemos que não é um ataque pessoal a nós, não é uma desatenção, não é falta de respeito.
  Então fazemos o que precisamos fazer, trocamos a frauda “sem nenhuma consequência em nossos sentimentos.”

  Conforme a criança vai crescendo ensinamos que deve fazer suas necessidades no peniquinho.
  Isso varia muito de criança para criança, mas pais que mantem seus filhos dependentes de fraudas por mais de 2 anos ... considerando que seja uma criança “normal” ... os pais não são😉.

  Me chama atenção negativa uma criança de 3 anos que ainda faz uso continuo de fraudas “quando esta acordada.”
  (O controle da urina durante o sono é mais complicado.)

  Por experiência sabemos o que esperar da criança de acordo com a idade.
  Se ela excede as expectativas é lógico que fiquemos satisfeitos.
  Se ela está abaixo da média é lógico que fiquemos preocupados.
  Se a maioria das crianças começam a andar com 1 ano e seu filho começa andar com 10 meses é motivo de grande satisfação.
  Da mesma forma, a demora excessiva, traz apreensão. 

  Pode ser problema da criança, mas também do tipo de criação...

  Muitas mulheres (isso acontece mais com elas) gostam tanto da maternidade nos seus primeiros meses que querem prolongar o máximo possível essa sensação.
  Aquela gravidez “desejada” é recebida com festa por amigos e familiares.
  A mulher passa a ser o centro das atenções e cuidados.
  A paparicação e festa continuam quando nasce a criança, todos querem ver, dar os parabéns, levam presentes...
  Até uns 6 meses a criança encanta por sua fragilidade, aquele ser humano em miniatura.
  Depois de 6 meses os traços familiares vão aparecendo e apesar do enorme trabalho que dá é muito gostoso acompanhar o desenvolvimento dos filhos.
  Noto que essa fase que vai da notícia da gravidez até a criança completar 1 ano é tão magica (para maioria dos casais) que é difícil querer que ela passe.
  A primeira primavera, o primeiro Natal, o primeiro Réveillon ... o problema da primeira vez é que ela só acontece uma vez...

  Meio que "inconscientemente" sinais que denotam maior independência da criança são emocionalmente indesejados pela mãe.
  Ela acha tão encantador dar de mamar a criança que custa a introduzir alguma papinha.
  Depois acha tão magico dar papinha naquela boquinha linda que custa a estimular a criança a se alimentar sozinha.

  Aqui em casa aconteceu muito esse tipo de embate.
  Eu queria que minhas filhas avançassem para próxima fase, minha esposa achava que elas “não estavam prontas”.
  Entre a minha racionalidade e a emocionalidade da minha esposa ... as meninas foram sendo criadas nesse meio termo.
  Por vezes acontece o contrário, a mulher é mais pratica/racional e o pai extremamente emocional/protetor.
  A vida não tem fórmulas magicas, até porque cada criança nasce com uma personalidade individual que vai além da influência paterna.
  No geral eu diria que é bom um lado ser mais racional e o outro emocional, claro, sem extremismos de nenhuma parte.

  O problema é quando pai e mãe são muito emocionais, a criança pode ficar indisciplinada achando que o mundo gira em torno dela.
  Os pais dominados pelos sentimentos colocam pouco ou nenhum limite.

  Pais racionais demais também podem ser um problema, engessam a infância com excessos de deveres e disciplina.
  Tudo gira em torno do “futuro da criança”, a preparam tanto para a fase adulta que ela e os pais não curtem a deliciosa fase infantil que como todas as fases só acontecem uma vez...



  Eu tenho algumas dificuldades com minhas filhas (14 e 16 anos), será filosoficamente interessante compartilhar com outros pais.
  Mas o objetivo principal é você ADOLESCENTE.
  Vou citar apenas duas situações bem singelas, espero que você entenda a "quebra de clima" que elas provocam no sentimento e na racionalidade; e projetem para situações maiores.


   

    1- Em minha casa cada um tem seu celular, algo comum nos dias atuais.

  Temos também outros eletroeletrônicos que usam carregadores.

  Comprei extensões porque os fios dos carregadores são curtos.

  Entretanto minhas filhas não usam as extensões, é comum o fio dos carregadores estarem no limite.

  O resultado é o esperado.

  Carregadores e portais USB danificados.

  Daí fica aquela disputa por carregadores que ainda estão em funcionamento.

  Falta de falar não é, aliás minhas filhas são inteligentes o suficiente para nem precisar explicar algo tão óbvio, as extensões estão disponíveis então PORQUE NÃO USAM!?

  É evidente que cada vez que vejo minhas filhas usando inadequadamente os aparelhos … “quebra o clima”.

  Minhas filhas poderiam receber um sorriso um olhar carinhoso, mas recebem um olhar de irritação, recebem uma repreensão pedindo pela enésima vez para usarem as extensões.

  A IRRITAÇÃO É INCONTROLÁVEL E ENVENENA NOSSA ALMA.

  Aquilo te deixa incomodado por vários minutos ou horas, afinal hormônios de irritação foram produzidos e lançados na nossa corrente sanguínea.

  Daí o adolescente se acha “incompreendido”.

 

  Adolescentes, me digam o que há para compreender!?

 

  Tem a maneira certa de usar um equipamento e tem a maneira errada que vai diminuir a vida útil e até provocar acidentes.

  Não tem nenhum fabricante dizendo que você pode dormir encima do smartphone, principalmente se a bateria estiver sendo carregada.

  Depois explode a culpa é do “capitalismo”, o fabricante não “previu” que isso poderia acontecer.

  A burrice é previsível, mas se fossemos lançar um produto/invenção/descoberta só quando ele ficasse 100% a prova de idiotas ... não teríamos nem a roda.

  Sabendo a maneira correta porque insistir na errada!

 

  Se não quer ser tratado como irresponsável, não aja com irresponsabilidade.

 

 

2-  Minha filha pega meu leite sem lactose, é um leite que custa mais caro e necessário para mim.

  Ela não tem necessidade de tomar esse leite, no entanto toma “por engano”.

  Não tem a paciência de ler uma embalagem ou notar que é diferente.

  Quer leite, pega o que lhe parece mais acessível.

  Sim, minha filha sabe do meu problema.

  Já conversamos várias vezes, não é falta de diálogo.

  Mas passa um tempo lá está ela bebendo do meu leite.

  A gota d’agua que me provocou a escrever esse texto foi acordar de manhã e ver a embalagem com meio litro de leite destampada sobre o armário.

  Além de beber nem guarda no lugar devido!

  Ainda bem que a noite não foi quente, poderia ter azedado.

  Se não adianta dialogar, estou dificultando o acesso.

  Embrulho o leite em uma sacola e coloco no fundo da geladeira.

  É ridículo eu sei, mas não vejo nada mais lógico a fazer.

  Não vou gastar 1 real em média a mais por litro de leite só porque minha filha adolescente é desatenta.

  Não vou ficar me desgastando com minha filha por conta de pouca coisa.




 

 

  As dificuldades com minhas filhas não são nada diante de muitos casos a minha volta.
  São meninas pacatas, educadas, estudiosas, meu bebê Aléxia (16 anos) começou a trabalhar, motivo de grande satisfação para mim.
  Pais honestos e trabalhadores devem passar essa CULTURA para os filhos.
  Eu e minha esposa fazemos isso, tentando priorizar a razão sem ignorar a emoção.

  Há uma necessidade de olharmos a adolescência de maneira diferente.
  Estamos tratando crianças e adolescente com excesso de emoção e pouca racionalidade.

  Acredito que o maior responsável pelo desenvolvimento de uma nação é o QI médio da população.

 O “ambiente cultural” influencia muito no desenvolvimento intelectual do individuo.
  Se não incentivamos nossas crianças e adolescentes a serem mais racionais, responsáveis por suas ações ... vamos construindo uma sociedade menos inteligente  e pouco civilizada.


  Pequenos deslizes pedem pequenas medidas e até tolerância.
  E grandes deslizes?
  Adolescente que invadem escolas, roubam, matam ... o que fazer?

  ➽Escola do Crime



 

 “O Estatuto da Juventude, no Brasil, diz que a juventude vai dos 15 anos até aos 29 anos.

   A Assembleia Geral das Nações Unidas afirma que a juventude vai só até os 24 anos.

 

   Os termos "adolescência" e "juventude" são algumas vezes usados como sinónimos e outras como duas fases distintas, mas que se sobrepõem.

  A adolescência se estende aproximadamente dos 15 aos 21 anos de vida.

  A ONU define juventude como a fase entre 15 e 24 anos de idade, mas deixa aberta a possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outra maneira.

  A Organização Mundial da Saúde define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os quinze e vinte anos de idade.

  No Brasil, a legislação, através Estatuto da Criança e do Adolescente, estabelece ainda uma faixa etária para menores de idade - dos 12 anos completos aos 18 anos

[Wikipédia]


 




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