segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Estatística Roxa

  

  Com dor no pé você vai ao médico.
  Recebe a noticia que é um grave problema vascular e terá que amputar.
  Péssima noticia, de deixar qualquer um deprimido.

  Procura segunda opinião.
  É um grave problema vascular, terá que fazer muita fisioterapia, tomar remédios para o resto da vida, usar sempre meias da alta compressão.
  Noticia ruim, de deixar qualquer um triste, mas se comparado com a primeira opinião ... é motivo de ânimo, alegria.

  Usando o segundo tratamento depois de 1 ano é preciso amputar sua perna inteira, coisa que não aconteceria se tivesse amputado o pé quando foi recomendado...

  Ou

  Fisioterapia, remédios e meias são suficientes, apesar do transtorno o pé é mantido funcional e sem grande desconforto.

  É uma situação fictícia, mas sabemos que acontece das mais diferentes maneiras na vida real.
  Tem a informação/noticia, a opinião, a argumentação e a decisão que como repito frequentemente é quase sempre uma aposta.

  Bom mesmo seria não ter o problema vascular, mas uma vez que o desconforto vai aumentando somos obrigados a buscar uma solução.
  Tanto um médico como ou outro quer o seu bem, eles acreditam no tratamento que estão propondo, cabe a você ponderar tudo e tomar uma decisão.
  Geralmente os médicos te dão uma estatística.

  X% dos que não amputam o pé, mais tarde tem que amputar a perna.
  Y% dos que tratam com fisioterapia e remédios seguem sua vida normal.

  Estatísticas nos auxiliam nas decisões por isso gosto de analisa-las com profundidade.
  E o mais importante a entender nelas é:

  Estatísticas não dão garantia de nada.

  Outro exemplo fictício, só para fins didáticos.

  99% das pessoas que fazem lipoaspiração ficam satisfeitas com o procedimento, sem maiores complicações.
  Nada impede que você faça parte do 1% que tem graves complicações ou vá a óbito.
  

  Tudo isso foi só preparação, a meditação começa agora...

  Vi uma reportagem que apontava números altíssimos de violência contra mulher.



 

 Em um sábado de fevereiro, Elaine Caparróz apanhou por horas de um homem que conheceu na internet e terminou a noite com o rosto desfigurado.  



  

 Dias depois, outro homem foi detido por ejacular sobre uma passageira dentro de um trem.

 

  Não foram casos isolados.

  Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio.

  Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor.

  Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico.

  Após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.


[BBC] 


 

  Sim o problema existe, é grave.

  Mas essas matérias dão uma impressão de fim de mundo. 

  Nos deprime ou deixam com ódio da sociedade em geral.


  Eu busco sempre a "calibração" correta.


  Sei que casais brigam, mas considerando os números dessas estatísticas parece que os casais (mais especificamente as mulheres) não tem um minuto de paz.
  Eu e minha esposa em quase 100% do tempo estamos de boa.
  A maioria dos casais que conheço também.
  Quando as brigas começam a ficar muito constantes separam.

  Vi o caso da Elaine Caparróz, coisa horrível, para mim o agressor deveria pegar no mínimo 15 anos em regime fechado sem saidinhas.
  Se a mulher tivesse morrido, ele merecia PENA DE MORTE.
  Mas quantas mulheres marcam um encontro e são espancadas!?
  Quero dizer que com relação a esse caso o cidadão a ser "demonizado" é Vinícius Serra.
  Ao invés de nos concentramos em penas duras para quem comete um crime ... criminalizamos toda sociedade!?

  Me interessei em saber como está definido a violência contra mulher encontrei isso.


 
“A violência contra mulher pode assumir diversas formas que não é uma agressão sociopática de natureza sexual e perversa no sentido psicanalítico do termo, até formas mais sutis como assédio sexual, discriminação, desvalorização do trabalho doméstico de cuidados com a prole e maternidade.”
[Wikipédia]



  É algo tão subjetivo e abrangente que comporta qualquer número estratosférico.
  Em resumo não posso falar ou fazer
absolutamente nada que possivelmente vá desagradar minha esposa ou qualquer outra mulher.

  Se minha esposa me faz alguma critica esta "discutindo a relação" se eu faço alguma critica a minha esposa é ... violência contra a mulher!

  Discussão de casal é algo absolutamente normal, não transformemos isso em uma guerra dos sexos.




  "Dias depois, outro homem foi detido por ejacular sobre uma passageira dentro de um trem."

  Situação horrível, prende o cidadão.
  Já andei muiiito de ônibus, é a primeira vez que escuto falar numa ocorrência dessa.
  Mas a matéria dá aquela impressão que é a coisa mais comum do mundo.

  O que já vi com certa frequência é o "encoxador".
  O cara encostou atrás de você?
  Dá uma cotovelada, xinga.
  Não é possível que em um ônibus lotado a "sociedade" proteja o pervertido e vá contra a mulher.
  O cara corre o risco de ser linchado.

  Enfim.

  Meu problema com esse tipo de matéria é que escolhem "monstros" como representantes de toda sociedade numa estranha interpretação de estatísticas.
  Não foi o Vinicius que espancou a Elaine.
  (O "coitadinho" deve ser alguma vitima da sociedade, ter tido algum trauma de infância.)

  

  Baseados nessas matérias é difícil tomar decisões coerentes.
  Já partimos para amputação da perna...
  



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