sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Camponeses Miseráveis

 "Não podem fazer ideia da vida que eles levam, ali.   
  Uma vida rural simples e dura.
  Levantam-se cedo porque têm muito que fazer e deitam-se cedo porque têm muito pouco que pensar."
[Oscar Wilde]

  

  Muitos idolatram a vida no campo, mas a maioria corre pra cidade na primeira oportunidade.

  Ainda bem que grande número de pessoas tem vocação para agricultura, não trocam a lida com a terra por nada nesse mundo.
  Meu sogro Lazaro é viciado em plantar, o que eu gosto de escrever ele gosta de mexer com sua horta.

  Porque as pessoas preferem a vida na cidade?

  Em geral o trabalho no campo é duro, o dinheiro pouco.
  Se é uma propriedade familiar o patriarca fica com o pouco dinheiro que entra e decide quanto dará a cada filho
  Assim a dependência do pai é quase total.

  A vida do grande fazendeiro e seus filhos é bem melhor, porem (naturalmente) para cada “rico” há milhões de pobres e remediados.
  Não dá nem pra imaginar uma sociedade onde todos sejam riquíssimos.

  Os que mais se motivam a tentar a vida nas cidades são os jovens
  Na “fase rural” da economia de uma nação o salário ruim pago na indústria consegue ser melhor que o recebido no campo.

  O trabalho nas fabricas é duro?
  E quem disse que o trabalho na roça não é!?
  Experimente capinar 1 alqueire de café.
  Acorde 5 horas da manhã para ordenhar vacas.


  Outro atrativo nas cidades para os jovens é a possibilidade de namoros que aumenta bastante.
  Pense bem.
  Em uma cidade pequena onde todos conhecem a todos suas possibilidades de namoro ficam bastante reduzidas.
  A moça que namora 2 ou 3 em uma pequena cidade rural fica comentada.
  Em uma fábrica com 500 funcionários acontece um certo anonimato.
 Pense em um distrito industrial, são muitas empresas, muito anonimato para homens e mulheres viverem mais experiências.
  NÃO! Não estou falando nem de promiscuidade embora tenha público para isso também.
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  Vamos a alguns números, parar de pensar pequeno para pensar grande:

  “Pela primeira vez desde 2005, o Programa de Comparação Internacional atualizou os seus dados e sua metodologia para medir o tamanho de 199 economias de acordo com o critério de paridade de poder de compra. ​​
  O "PPP" estima o PIB com base no real custo dos preços e serviços, como se todos os países tivessem uma moeda comum, e não nas taxas de câmbio, que são voláteis e dão um peso desproporcional para quem tem moeda forte.

China X EUA

  De acordo com o relatório, a China teve em 2011 um PIB com valor equivalente a 87% dos Estados Unidos - um grande salto em relação a 2005, quando era de 43%.
  Como a economia chinesa cresce cerca de duas vezes mais rápido que a americana, tudo indica que ela deve se tornar a maior do mundo ainda este ano em PPP.
  Pelo critério de taxas de câmbio, o PIB americano (US$ 16,2 trilhões) ainda é quase o dobro do chinês (US$ 8,2 trilhões).
  Os EUA também ganham de lavada no PIB per capita, que é de US$ 50 mil - 5 vezes maior que o chinês.”

  


  Muitos pensadores fazem uma certa apologia à China como o novo supra sumo da economia.
  Não vou desmerecer os chineses, mas o sucesso deles é fruto de uma grande bobeada do Ocidente que transferiu suas fabricas para lá atrás de mão de obra barata.

  Acontece que com a transferência das fabricas transferiu-se também TECNOLOGIA.

   O “Ocidente” apostou que o Capitalismo levaria Democracia a China como aconteceu no Japão.
  A China desenvolveu algo “novo” difícil até de definir, vamos dizer que seja um Capitalismo de Estado.

   Noto que grande potencias Ocidentais já perceberam a arapuca que elas mesmas criaram.
  Reverter o processo é impossível, mas é interessante não alimenta-lo mais ... a não ser que a China vire uma Democracia de fato.

   A China pratica um "Capitalismo de Estado."

  Enquanto a China tiver camponeses para explorar tudo vai ficar mais ou menos bem, entretanto uma classe média cresce rapidamente lá, classe média geralmente tende a regimes democráticos.

  Aqui no Brasil ocorreu algo semelhante na década de 70.
  O milagre econômico durou enquanto teve muita mão de obra para se transferir do campo para cidade.

  A vida na grande cidade é melhor e mais interessante, o indivíduo só volta ao campo se as coisas derem muito errado ou se tiver aquela “vocação” dita no início do texto.
  Mas sabem como é nós humanos sempre queremos mais.

  O que a princípio está excelente (como um emprego ou namoro novo) depois de alguns meses ou anos já não nos satisfaz.

  Milhões de chineses ficaram alegres em trabalhar nas indústria fazendo um tipo de trabalho que nós brasileiros em nosso estágio atual definimos como semiescravo, mas entendam que a situação anterior dos camponeses chineses era bem pior.

  Podemos dizer que a industrialização melhorou a vida dos chineses?
  É claro que sim!
  Aposto que ainda há milhões de chineses vivendo precariamente nos campos ansiosos pela oportunidade de ir para cidade trabalhar em alguma indústria.

  Quando a China deixará de ser tão competitiva?
  Quando acabar seu estoque de camponeses ingênuos e miseráveis.

  O Brasil atual é a China amanhã?
  Não necessariamente.
  A China tem investido pesado em educação, não estou me limitando ao dinheiro, mas principalmente metodologia de ensino.
  Vimos nos dois textos anteriores que nossa ideologia educacional é um samba do crioulo doido... dinheiro pode melhorar a vida dos professores, mas duvido que traga melhora da qualidade de ensino enquanto persistir a atual ideologia.

  O Brasil já gastou seu grande estoque de camponeses miseráveis e não se preocupou em se qualificar profissionalmente.

  O ponto a favor do Brasil é que temos uma Democracia de boa qualidade, esse caminho é algo que a China ainda tem a trilhar...

To be Continued...


 
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Nota: Um dos pontos mais contra o Brasil é nosso anarquista estatuto da criança e adolescente.
  Educar mal a próxima geração é um tiro no pé do desenvolvimento “civilizado”.
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   A Nike não cria as leis trabalhistas na China.
  Acho estranho cobrarem da Nike o que é obrigação do povo e governo chinês.
  A máximo que Nike pode fazer é sair daquele país.
  Outras empresas ficam e conseguem vender mais barato acabando com a Nike.


  Vejo muitos ataques a Trump por sua política comercial mais agressiva com relação a China.

  Mas a China tem se destacado a décadas por ignorar regras internacionais.

  Todas as nações do Ocidente são obrigadas a serem politicamente/ecologicamente corretas, da China pouquíssimo é cobrado.

  São décadas de concorrência pra lá de “desleal”.

  “Enquanto os grandes importadores e distribuidores ocidentais, sob pressão dos ecologistas e da opinião pública, tentam obter certificações sobre a origem da madeira que compram, os chineses não têm a mesma preocupação e foram os responsáveis por 30% do comércio de madeira à venda no mundo.”


                                                                                                                                                 02/08/19 



                                                                       

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