Sandro: A turma foi bem na prova.
Uma aluna tirou nota muito ruim (abaixo de 5).
A média é 7.5.
Chamei pra conversar pra saber o que está acontecendo, se é minha didática ou se é alguma dificuldade dela.
Ela disse que tem dificuldades com a matéria... porém... só dorme 4 horas por noite por conta do trabalho.
TODO DIA.
Uma pessoa dessa não vai conseguir prestar atenção em nada na faculdade nem com café na veia.
Fiquei perplexo e chateado.
William: Para tudo na vida é preciso ter sorte.
Que família nascemos por exemplo é pura sorte.
Eu desde muito novo catava papelão para conseguir uns trocados.
Comecei a trabalhar na feira livre com 11 anos, minha mãe teve 7 filhos.
Sou um pai mais responsável e tive duas.
Mesmo sendo pobre, minhas filhas não precisam se submeter a qualquer emprego, sorte delas.
Ana: Concordo, porém se você ainda é pobre infelizmente suas filhas vão crescer muito preocupadas por pensar que precisam te ajudar de alguma forma, digo isso mais por experiência própria... por causa do meu pai eu também posso ficar estudando sem me submeter a qualquer emprego, mas ainda moro na periferia e ainda passo por situações que só gente pobre passa (dívidas, falta de comida no armário, falta de coisas básicas como até mesmo shampoo e condicionador).
A verdade é que sorte mesmo é nascer em uma família bem de vida, aquele tipo de família que consegue viajar umas 2 ou 3 vezes por ano ou que consegue dar um carro pro filho de presente aos 18.
Caso contrário ainda vamos sofrer muito pensando em dinheiro e pensando que não estamos ajudando nossos pais, os pais podem não perceber, mas os filhos sofrem muito pensando nisso.
William: Tem vários níveis de sorte (ou de azar).
Mas essas coisas (o acaso) não controlamos.
Por isso desde a adolescência foquei na lógica.
Seu pai viveu (vive) a vida dele, você tem que viver a sua.
Não se preocupe tanto com o futuro dele, de certo é doença e morte. (Assim como o meu.)
Se preocupe com seu próprio futuro e do seu “possível” filho.
Tentar salvar seu pai é como aquela pessoa que mal consegue nadar e quer salvar quem está se afogando.
Geralmente, morrem os dois, por uma atitude ilógica.
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