Sou contra a visita
religiosa nos hospitais ... pelo menos como um privilégio.
Não é nada contra as religiões é contra a
falta de lógica.
Porque permitir acesso diferenciado de padres e
pastores nos hospitais?
(Líderes religiosos de doutrinas como Umbanda,
Hare Krishna, Seicho-no-Ie, Budista, Islâmico, Rastafári ... tem maior
dificuldade, dependendo de quem faz a triagem ... quando há triagem.)
Me disseram que o Brasil tem liberdade de culto.
E o que isso tem a ver com a entrada de visitantes em um hospital!?
E o que isso tem a ver com a entrada de visitantes em um hospital!?
NÃO estou propondo impedir a entrada de líderes religiosos de qualquer doutrina, apenas defendo que devem entrar como visita comum.
Vamos a uma ilustração.
A UTI permite entrada de apenas 2 visitantes (Abril 2018) por motivos óbvios, quanto maior a circulação de pessoas, maior a possibilidade de contaminações diversas.
Essas duas vagas são reservadas a familiares.
Se você é ateu ou sem religião é essa norma que se aplicará a você.
Se for religioso tem direito a visita religiosa, costumeiramente os pastores nessas ocasiões andam em pares, não me perguntem porquê.
Logo, quem tem religião recebe 2 visitas a mais.
E não é só isso.
No HC UNICAMP a visita UTI é dás 16 às 17 horas, mas visitas de capelania tem horários bem flexíveis.
Claro que o chefe da UTI tem poder para barrar visitas, mas tem a lei federal, o responsável tem que apresentar um motivo plausível.
Para evitar possíveis dores de cabeça, geralmente acaba liberando por alguns minutos mesmo que a situação não recomende.
Fica claro que a pessoa religiosa tem uma vantagem "indevida", garantida por lei.
Se um dia eu precisar ficar internado NÃO quero receber visitas de ninguém.
A visita será restrita a esposa e filhas.
Se você for alguém próximo a mim e souber que estou internado me faça um favor.
NÃO ME VISITE!
Se você for alguém próximo a mim e souber que estou internado me faça um favor.
NÃO ME VISITE!
Qual seria minha necessidade numa situação de internação?
Um notebook com eficiente acesso a Internet.
Ficar escrevendo e debatendo me conforta.
Quem quiser falar comigo use alguma rede social não precisa ir ao hospital.
Entendo que a visita do líder religioso traga conforto ao crente.
Longe de mim proibir esse tipo de contato principalmente em momentos difíceis como o caso de internações.
Longe de mim proibir esse tipo de contato principalmente em momentos difíceis como o caso de internações.
Se a visita do pastor é tão importante o familiar não deveria hesitar em ceder sua vaga ao líder religioso uma vez ou outra.
Tudo de acordo com as normas do hospital sem privilégios "legais".
Outra coisa importante a destacar é a dificuldade de controle.
As máquinas utilizadas nas gráficas evoluíram muito.
Em um estabelecimento bem simples é possível produzir cartões personalizados de todo tipo a baixo preço.
Você escreve o que quiser neles.
Abrir igrejas ou denominações religiosas é muito fácil no Brasil.
Em um estabelecimento bem simples é possível produzir cartões personalizados de todo tipo a baixo preço.
Você escreve o que quiser neles.
Abrir igrejas ou denominações religiosas é muito fácil no Brasil.
“Não há qualquer requisito teológico, doutrinário ou número mínimo de fieis, e basta ao interessado procurar um cartório, pagar algumas taxas que não chegam a R$ 500,00, arrumar uma garagem ou uma pequena sala e se autointitular bispo, pastor, sacerdote, enviado de Deus ou o que preferir.”
Juntando esses fatos é fácil entender que na prática não há um controle efetivo da emissão de cartões confirmando que alguém é líder religioso.
Para complicar, as nomenclaturas mudam de igreja para igreja, a nomenclatura pastor não é comum a todas elas.
Veja um caso recente.
Um homem solicitou a visita de capelania, no seu cartão estava escrito diácono.
Na igreja da qual faz parte (segundo ele) diácono equivale a pastor.
Um homem solicitou a visita de capelania, no seu cartão estava escrito diácono.
Na igreja da qual faz parte (segundo ele) diácono equivale a pastor.
Como um atendente que não é da igreja dele pode saber disso?
Na dúvida libera ou não a visita de capelania?
Como houve uma certa animosidade o atendente resolveu liberar para evitar "dor de cabeça".
Ao pegar o nome do cidadão percebeu que ele era pai do internado.
Essa visita era mesmo de capelania?
Tirem suas conclusões.
A minha aposta é que foi o uso indevido de uma estranha lei federal.
Essa visita era mesmo de capelania?
Tirem suas conclusões.
A minha aposta é que foi o uso indevido de uma estranha lei federal.
Sempre escrevo que os políticos que elegemos são o reflexo da nossa Cultura.
Não dá para melhorar nosso Congresso se cada um não buscar uma melhora cultural, ser mais civilizado/racional.
Boa parte dos brasileiros buscam privilégios para qualquer categoria da qual façam parte.
Não perdem a oportunidade de legalizar uma vantagem indevida...