Dizemos
que alguém é engajado quando adere ideologicamente a uma causa.
Dicionários são
feitos por pessoas, elas podem ser engajadas em qualquer causa, vivemos em um
país livre, o problema é quando elas levam esse engajamento para os dicionários.
Infelizmente é
algo que tenho observado atualmente.
Até pouco tempo
atrás os dicionários eram bem confiáveis.
Conseguíamos uma
boa definição sobre o significado das palavras, os dicionários eram mais “científicos”
... no sentido de uma pesquisa séria com o máximo de isenção possível respeitando as observações empíricas.
Os dicionários se
sustentavam em duas bases.
1 - Origem
2 - Uso coloquial
(A linguagem coloquial, ou informal, é a variante linguística que usamos com mais frequência no nosso dia a dia.)
A origem da
palavra no latim (língua base de
nosso idioma) ou de onde ela supostamente surgiu.
Uma palavra
indígena que foi assimilada ao cotidiano, uma palavra estrangeira que começou a
ser usada.
Exemplo rápido e
atual.
A palavra “deletar” não existia na língua
portuguesa.
Se você procurar
em dicionários de 15 anos atrás não vai encontrar.
Com o aumento do
uso de computadores e a tecla “delete” nós brasileiros começamos usar a palavra
delete como apagar.
Ficou algo tão
corrente que criamos o verbo deletar.
Um dicionário “atualizado
sério/cientifico” vai registrar a origem dessa palavra no inglês e o aportuguesamento
dela dando o significado de apagar.
Um dicionário “atualizado
engajado” vai ignorar essa palavra por considera-la um “estrangeirismo”, uma
concessão ao “imperialismo inglês/americano”.
Vejam bem que os
dicionários eram confiáveis porque traziam uma pesquisa sobre a origem da
palavra e como ela se transformou/adaptou na linguagem corrente, nas conversas
sociais.
Delete NÃO passou
por uma transformação além das conjugações verbais.
Delete significa
apagar em inglês e manteve seu significado no português.
Vamos ao que
provocou esse texto.
Vejam o caso do
sufixo "ismo".
Homossexualismo
era definido assim:
Substantivo
masculino
1 - Prática de
relação amorosa e/ou sexual entre indivíduos do mesmo sexo.
2 - Homossexualidade.
Está
sendo “atualizado” assim:
Homossexualismo - Termo em desuso que costumava definir a relação afetiva e amorosa entre pessoas de mesmo sexo como uma doença (através do sufixo "ismo").
Hoje em dia o termo correto é homoafetividade ou Homossexualidade.
"Homossexualismo não é crime"
[Dicionário Informal]
Hoje em dia o termo correto é homoafetividade ou Homossexualidade.
"Homossexualismo não é crime"
[Dicionário Informal]
O termo “homossexualismo”
está em desuso!?
Nosso povo em
geral é tão culto que “sabe” que o sufixo “ismo” se refere a doença.
Ateísmo,
cristianismo, islamismo, budismo, feminismo ... são doenças!?
Chega a ser hilário.
No final é colocado a frase:
"Homossexualismo não é crime"
Caraca!
Seguindo a
definição desse dicionário a palavra homossexualismo nem existe mais (ou vai
desaparecer).
Se o termo homossexualismo
se refere a uma “doença” que não existe ... o próprio termo vai para o “museu
das palavras”, sai do nosso cotidiano.
Se o termo está
tão em desuso porque foi usado na frase final!?
O certo seria:
“Homossexualidade
não é crime”.
Fica claro o engajamento contaminando nossos dicionários.
Agora como as
consultas são online, nossas crianças e adolescentes ao pesquisarem vão
encontrar uma verdadeira lavagem cerebral “progressista”.
Ficou muito fácil
atualizar dicionários segundo uma ideologia.
E não adianta
procurar em outros sites, acontece uma contaminação do “politicamente correto”.
Quem se atrever a
ser “didático/cientifico” é taxado de reacionário, retrógrado, coxinha,
neoliberal...
Algum grupo
decidiu que o sufixo “ismo” se refere necessariamente a doença.
Então estamos
proibidos de escrever homossexualismo porque estamos necessariamente
classificando a homossexualidade como doença.
Estamos ofendendo os "homoafetivos."
Estamos ofendendo os "homoafetivos."
Vamos pesquisar um pouco...
“O sufixo de origem grega ‘ismo’, além de denotar “condição patológica”, é o mesmo que usamos para indicar “doutrina, escola, teoria ou princípio artístico, filosófico, político ou religioso”; “ato, prática ou resultado”; “peculiaridade”; “ação, conduta, hábito, ou qualidade característica”.
Como se vê, o termo homossexualismo pode soar inocente e até positivo, como turismo, patriotismo, lirismo, escotismo etc”
[Sobre Palavras]
Como se vê, o termo homossexualismo pode soar inocente e até positivo, como turismo, patriotismo, lirismo, escotismo etc”
[Sobre Palavras]
Na origem do
sufixo "ismo", não vemos que ele se refere necessariamente a doença, mas o politicamente correto não
se importa com a origem das palavras.
E na linguagem
corrente?
No meu cotidiano aqui
em Campinas as pessoas entendem (corretamente) a palavra como o namoro entre
duas pessoas do mesmo sexo.
Nos meus debates
na Internet com o Brasil inteiro em geral as pessoas usam a palavra
homossexualismo como sinônimo de comportamento homossexual.
Percebam
que estão atualizando os dicionários online segundo o “desejo” de uma minoria.
(“Atualizar” o dicionário impresso é bem trabalhoso/caro.
Precisa imprimir toda uma nova edição.
No digital não, quem tem acesso, digita novas definições em segundos.)
Precisa imprimir toda uma nova edição.
No digital não, quem tem acesso, digita novas definições em segundos.)
Não tem a ver com
a origem da palavra, com o linguajar e nem entendimento corrente.
É o dicionário sendo usado não para registrar o uso de um verbete, mas engajado em uma causa
ideológica.😟
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