segunda-feira, 15 de julho de 2013

Olhar de Amor

  “Só porque alguém não te ama como tu queres, não significa que não te ama com todas as forças.”
[Gabriel García Márquez]

 “Só uma palavra me devora
  Aquela que meu coração não diz (Te amo)
  Só o que me cega, o que me faz infeliz
  É o brilho do olhar (de amor) que não sofri.”


  Noto que muitas pessoas não casam apaixonadas.

  Se elas pudessem escolher, prefeririam casar com outra pessoa, mas como quem elas realmente queriam (por algum motivo) ficou inacessível casaram-se com a segunda opção.

  Essa música cantada por Simone nos fala de duas situações.

1 - Alguém gosta muito da gente e não conseguimos retribuir o amor na mesma intensidade.
  Aquele “eu te amo” que não sai ou sai com dificuldade, enrosca na garganta.
  (Estou excluindo aquelas pessoas que que falam “amor” para tudo ... usam a palavra totalmente desconectada do sentimento.)

2 - Queremos muito uma pessoa, até conseguimos namorar, passar bons momentos com ela, mas aquele "olhar de amor"...não é para nós.
  Ela queria outro, somos a segunda opção.




  Observem que até em nossa capacidade de amar somos profundamente desiguais.
  Há indivíduos que andam por aí atraindo naturalmente corações e outros que é raro conseguir um olhar de paixão.
  (Nos próximos textos baterei muito nessa tecla das nossa limitações individuais.)

  Todos gostaríamos de ter nascido o máximo, bonitos, saudáveis, inteligentes, ricos, charmosos...reis e rainhas.

  Mas nascemos DESIGUAIS, alguns extremamente limitados.

  A princípio não parece justo que uma moça fique alta, com corpo escultural e outra baixinha e gordinha.
  Deveríamos todos nascer em igualdade de condições, físicas, mentais e sociais.
  Acontece que é uma "injustiça" que devemos creditar ao Acaso e não temos como punir o Acaso.



  Como para maioria das pessoas Deus é inimputável de qualquer injustiça, a baixinha gordinha mesmo que seja religiosa e não acredite no Acaso fica na mesma situação de quem acredita.

  Nossos problemas "sociais" ocorrem das pessoas buscarem insistentemente algum culpado, alguém para responsabilizar pelo seu INFORTÚNIO por situações que foram geradas ao Acaso ou foi a “vontade de Deus”.

  No caso da estética o vilão escolhido é um "padrão de beleza" imposto por alguém, uma "elite dominante", um "Sistema".

  “Quem consegue defender que gostar de loiras gostosas é um padrão imposto a nós pelo capitalismo ao mesmo tempo que defende que um sujeito levantar bem cedo para levar seu cão lindinho para defecar é a coisa mais natural do mundo?”


  Há uma exigência da pessoa baixinha gordinha para que todos valorizem a beleza interior sem se importar muito com a beleza exterior.
  Exigir de quem?
  Da Sociedade.
  Deus e o Acaso são inimputáveis.
  Vamos entrar por essa brecha onde as pessoas se recusam a se ADAPTAR ao mundo e querem que o mundo se adapte a elas.

  Vamos separar os indivíduos entre mais ADAPTADOS e  MENOS ADAPTADOS.

  To be continued ...

 






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