[Ludwig Borne]
Geralmente é mais
fácil identificar uma ilusão que uma verdade, vejam um caso fascinante:
👨 “Tu
(William) não conhece nada, eu vivi a era FHC, foi uma das piores da história.
Na era Lula é a mesma coisa que estar no céu.”
[Comentarista
no G+]
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Muitas vezes as pessoas misturam problemas pessoais com problemas de Governo.
Economicamente o
Governo FHC trouxe estabilidade e programas sociais importantes, a história bem registrada mostra isso.
Evidente que se
você durante o governo FHC trabalhava em um dos inúmeros bancos que foram
fechados como o Nacional ou Bamerindus sua vida piorou.
Em Setembro de
2004 começou uma fase terrível em minha vida, a empresa que eu trabalhava há
anos passou por uma “fusão”, eu fui fritado.
Minha vida piorou
demais no governo Lula, mas é óbvio que foi um “azar pessoal”
Lembrei de uma
conversa que tive com meu grande colega Donísio. (O nome é esse mesmo)
Era por volta de
1998, estávamos indo para fábrica de óculos em Indaiatuba.
Donísio falava
bem dos governos Sarney e Collor e muito mal do governo Fernando Henrique.
Até do confisco da poupança feita por Collor
ele falou bem uma vez que conseguiu resgatar e segundo ele o "dinheiro
veio em boa hora".
[Caraca! Mas o dinheiro já era dele!]
Nesse ponto eu o
interrompi dizendo que o confisco do dinheiro foi no Governo Collor, mas a devolução
não.
O confisco gerou
uma batalha judicial reivindicando os reajustes devidos, o rombo criado ficou para o
Itamar e FHC pagarem.
[Quando Lula chegou ao
poder essa questão já estava resolvida embora exista processos até hoje.]
Donísio gostou de
Collor pelo confisco e não gostava de Itamar e FHC pela devolução!?
[Inteligente, nesse ponto
ele “parece” ter percebido sua ilusão/contradição.]
Você deve estar resmungando:
“Itamar Franco
e Fernando Henrique não fizeram nada mais que a obrigação ao devolver o
dinheiro confiscado por Collor.”
Mas estamos
falando de HISTÓRIA certo?
Historicamente nem sempre obrigações de
governos são cumpridas.
Relembremos um
caso...
No Governo Sarney
houve uma cobrança de compulsórios nos combustíveis que nunca foi devolvida.
“No
dia 23 de julho de 1986, através decreto nº 2288, o então Presidente José
Sarney, criou um “empréstimo
compulsório” para absorção temporária de excesso do poder aquisitivo,
como medida complementar ao Programa de Estabilização Econômica.
Empréstimo este exigido dos consumidores de
gasolina ou álcool para veículos automotores, bem como dos adquirentes de
automóveis de passeio e utilitários.
Desta forma, qualquer consumidor que se
dirigisse aos postos para abastecer, era obrigado a pagar o encargo de 28% a
mais, sobre o preço destes combustíveis, recebia um comprovante e o valor pago
a maior era recolhido aos cofres públicos, pelos donos dos postos.”
“Empréstimo compulsório” para absorção temporária de EXCESSO
DO PODER AQUISITIVO.” ☻
Cada coisa que a
gente lê ... e é oficial.
Mas voltemos ao
caso Donísio...
Meu colega havia
entrado na empresa lá por 1993.
(O Governo FHC
começou em 1995 e terminou em 2002.)
Era uma empresa
pequena que não pagava bons salários porque não tinha como.
Antes ele
trabalhava em uma fábrica média de óculos, como tinha muitos anos na empresa e
um cargo importante seu salário era bom.
Acontece que foi
demitido.
Ele nunca entrou
em detalhes sobre sua demissão, mas foram desentendimentos com o dono da
empresa, a relação depois de anos ficou desgastada, até porque sua grande
amizade era com o fundador da Empresa e quem estava no poder agora era o filho.
Somado a isso tem
aquela situação que acontece muito, seu salário ficou maior do que a Empresa
estava disposta a pagar.
Essa situação é
repetitiva, você trabalha anos em uma Empresa, se dedica, faz por merecer um
salário diferenciado aí vem um diretor sugerindo corte de custos e tudo que
você já fez vira nada...
De qualquer forma,
eu disse ao meu colega que a demissão dele da antiga empresa não tinha
absolutamente nada a ver com alguma coisa que a administração Itamar/FHC fez.
A empresa que ele
trabalhava continuava firme e forte...simplesmente o havia demitido.
A redução de
salário e benefícios foi brutal.
“Nossa esperança”
naquela empresa pequena de Indaiatuba era que ela crescesse e nossa conta
bancaria crescesse junto.
Ou seja a vida do
meu colega piorou, ficou mais difícil, porque seus rendimentos diminuíram
muito, mas para ele a piora foi culpa do Governo FHC!
Sei lá!
Vamos ver a
dificuldade que podemos atribuir ao Governo.
Eu acredito que o
principal motivo da empresa que eu trabalhava não ter deslanchado foi o excesso
de pirataria.
Até o Governo
Collor, importar era bem difícil [caro e complicado].
O Governo militar
e depois o de Sarney eram muito protecionistas da indústria nacional.
Collor fez bem em
facilitar as importações, "reabrir
nossos portos", mas falhou no combate ao CONTRABANDO.
Itamar, FHC e
Lula também não foram eficientes nesse combate.
Possivelmente, se
os últimos Governos fossem mais eficientes no combate à pirataria, minha vida
financeira "poderia" estar melhor...tudo é muito subjetivo.
Temos fronteiras enormes
e tantos outros problemas que combater a pirataria foi relegada a segundo ou
terceiro plano para os governos.
Por parte da empresa
(já na pré –fusão) houve uma falha administrativa, por um tempo aproveitamos a
facilidade de importação para comprar insumos no exterior, isso barateava a
produção e nos mantinha competitivos, mas algum “gênio” decidiu fabricar
componentes na própria empresa ou comprar de fabricantes nacionais, isso mesmo,
a diretoria da “Tecnol” se convenceu que poderíamos competir com coreanos e
chineses em pé de igualdade.
Eu avisei da
loucura, mas já estávamos em processo de fusão, minha opinião que já valia
pouco foi reduzida a quase nada.
Quem era eu para
questionar os caras com MBA?
Com duas filhas
pequenas e prestações do apartamento para pagar minha única opção lógica era embarcar
na loucura e tentar fazer ela dar certo...
No geral fica
difícil creditar diretamente a algum Governo minha falta de sorte.
Eu e meu colega estávamos em
uma época boa, de grande crescimento mundial, mas no ramo/empresa errado ...
azar o nosso.
“O
contrabando de CDs é conhecido.
O de
componentes de informática também já fez fama no mercado.
Os piratas, agora, estão se
aventurando em outros mares: o comércio de óculos.
Segundo
cálculos da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos
(Abiótica), um terço do faturamento do setor no ano passado foi abocanhado pelo
comércio ilegal.
Neste
ano a situação ficou ainda pior.
Entre
janeiro e maio, segundo levantamento da entidade, 67% das armações de grau e de
sol vendidas no Brasil eram de origem duvidosa, em torno de R$ 100 milhões.
Nesse
mesmo período, a Receita Federal deixou de arrecadar R$ 200 milhões e 2.700 trabalhadores foram
mandados embora por causa do encolhimento do setor.
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